16 de ago. de 2006

Siga o lider

Jerry Seinfeld (amo-o) falou que se um extraterrestre viesse para a Terra, ao ver as pessoas passeando com seus cães pelas ruas e parques, acharia que os líderes são os de quatro patas. Que outra razão justificaria um humano quase ajoelhado, submisso, catando cocô num saquinho?
Eu sou melhor amiga de primeira viagem. Adotei um vira-lata e estou adorando. Mas por conta disso tive que abrir um monte de concessões na minha vida, no meu apê e no meu senso do ridículo. Já corri por uns 10 minutos pela sala tentando, em vão, salvar um sutiã. Não consigo mais vestir uma calça jeans sem fazer cabo-de-guerra: eu de um lado, uma das pernas da calça entre-dentes do outro. A duração de uma meia-calça pode ser cronometrada. Os pés das minhas mesas e cadeiras nunca mais serão os mesmos.
Agora nada disso se compara ao perrengue que eu passei para ensinar o pequeno a fazer o nº1 e o nº2 no lugar certo. Decidi recorrer ao “adestramento inteligente”, que consiste em ensinar sem puxar a orelha nem sapecar uns tapas. Minha missão era fazer o bicho deduzir por associação o que é certo e o que é errado (coisa que nem eu sei se já aprendi). Parecia difícil mas a regra é clara: certo é igual a biscoito, colo, afago na cabeça, aicoisaquerida. Errado vem seguido de indiferença e de (olha que bonito!) punições despersonalizadas. Ele tem que relacionar o que faz de errado a alguma sensação desagradável não vinculada a mim: podem ser barulhos esquisitos (uma lata vazia caindo) ou um esguicho de água gelada. Entendeu? Nem eu. Mesmo assim fui em busca de barulhos bem esquisitos e ele aprendeu.
Voltemos ao extraterreste: como ele narraria o que viu na minha casa? “A terráquea espalhava os periódicos com notícias do planeta pelo chão de um cubículo e esperava que o líder depositasse ali suas oferendas. Ele, numa atitude de rebeldia, se dirigia a um tapete felpudo e lá sim, fazia as honras. Em seguida, a escrava aparecia alterada e, numa espécie de ritual de homenagem, tocava um instrumento musical primitivo com influências africanas, bem próximo à cabeça do líder. Este dava um salto e corria imediatamente para o ponto mais distante possível, de preferência debaixo de um móvel. E isso se repetia umas 4 vezes por dia.

Sim. Eu toquei muita maraca cubana para o meu cachorro fazer cocô no jornal.

7 comentários:

Anônimo disse...

É minha querida, temos que estar dotados de doses EXTRAS de paciência até eles realizarem o que é certo ou não. No tempo da minha cadelinha, era no puxão de orelhas, uns bons tabefes, "feia - aqui não!!!" Ou "bonito", "muito bem" e complementos... Mas tudo compensa, pois a alegria que esses bichinhos nos trazem não tem igual.

Marilu Rodrigues disse...

hahahaha genial. Quase adotei um dálmata desses que aparecem na sua frente através de uma corrente de emails. Mas qdo resolvi procurar saber mais sobre o assunto, descobri q o cachorro não existia. Era só um idiota, sem nada pra fazer na frente de um computador, querendo fazer vc sentir pena de um bichinho abandonado.

Anônimo disse...

adoro cachorro

tô com um de 45 q me dá um trabaalho

saudade nega

Cláudia disse...

Flávia, eu tenho uma gatinha siamesa de um ano de idade, a Cindy.
Ela DOMINA a casa e todas as pessoas que nela moram. Bastam um ou dois miados para que ela tenha todos nós a seu dispor.
E felizes da vida por isso, ainda por cima!

Anônimo disse...

Cara Flávia, recebi a indicação da maninha orgulhosa Lísia para ler suas letrinhas, adorei sua forma de escrever, com humor gostoso também.sempre que tiver novidades, compartilhe!Beijo e parabéns, a exposição no social é sempre cercada de interrogações.Carla Melani

Anônimo disse...

hahahahaha, eu to me rachando de rir ainda! Ai meu deus!!! hahahahahahahahahaha

Calma! Essa fase passa! Por experiencia propria, depois você vai sentir falta de como o pekenino te fazia de palhaça.
hahahahahahahaha desculpa rir tanto, mas imaginar a visão de um et relatando o ocorrido, como voce fez é simplesmente hilária!!!

Boa sorte com o nenem :)

Anônimo disse...

ameeeeeeeiiiiiiii !! não só porque me identifiquei com o que você diz, mas pela forma como vc escreve. Sério, me senti "na sala com danuza"...menina, vc promete!!!
que vergonha de escrever que nada !
tem mais é que botar a boca no mundo e deixar a gente se deliciar com estes textos tão nossos de cada dia...
besos !!!!enhorabuena!!!!