tag:blogger.com,1999:blog-322010912024-03-07T16:06:16.891-03:00bacanérrimoEu gosto da palavra bacanérrimo desde a primeira vez que ouvi. Desde então, uso mesmo. Sinceramente, este foi o único critério para escolher o nome do meu blog. Gosto de escrever mas tenho vergonha de mostrar o que escrevo. Então decidi ficar escondida atrás de uma URL simpática.
E esperar que alguma coisa que eu escreva aqui vire spam e chegue um dia por e-mail, como se fosse um texto do Luiz Fernando Veríssimo.
Ui, seria a glória.Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.comBlogger221125tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-50793812061580868242017-06-28T20:10:00.002-03:002017-06-28T20:29:05.582-03:00Tutorial para fotografar um pôr do sol na praia.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG2RWJ6ciIGHE6mEWfC5SN7OkfpZg9Qwqj0QzrjFmQOYIoQ1X7l4yTl19SVF5D36NkV6Oumhbgq0hK2D-FJv4swiFFrS7KjqZqAC-91Ezq8jjJ4rr-HfOucOHKKZO1IMhEWmlRDg/s1600/19451503_10214079280201913_983654851_o.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG2RWJ6ciIGHE6mEWfC5SN7OkfpZg9Qwqj0QzrjFmQOYIoQ1X7l4yTl19SVF5D36NkV6Oumhbgq0hK2D-FJv4swiFFrS7KjqZqAC-91Ezq8jjJ4rr-HfOucOHKKZO1IMhEWmlRDg/s200/19451503_10214079280201913_983654851_o.jpg" width="200" height="150" data-original-width="1136" data-original-height="852" /></a><a 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Pôr do sol é lindo até no lugar mais feio do mundo. Tenho certeza que você poderia ver fotos incríveis de urubus num lixão ao pôr do sol, populares na Avenida Santo Amaro ao pôr do sol. Lindo. <br />
Mas foto de pôr do sol é cafona. Sempre será. Isso é um fato. É o equivalente a usar botas brancas do mundo fotográfico. A gente sabe disso mas nem eu nem ninguém vai conseguir segurar nosso ímpeto de fotografá-lo, certo? Então cola aqui que eu vou dar algumas dicas sobre o que aprendi desde que vim morar na praia e tenho me dedicado a observar o fenômeno diariamente. <br />
Primeira coisa: tenha em mente que o pôr do sol dura bem poucos minutos. Não sei poucos quantos porque varia de acordo com a estação do ano e com a sua localização. Então programe-se para estar no lugar certo, na hora certa ou você simplesmente vai perder e ter que voltar amanhã.<br />
Considerando essa coisa do tempo, primeiro veja o pôr do sol e só depois poste as fotos cafonas que você vai tirar. Contenha o ímpeto de escrever “Mais um dia no escritório” ou “Começando os trabalhos” (segurando uma cerveja) porque, além de tornar tudo ainda mais cliché do que já é, você vai estar perdendo uma grande parte daqueles poucos minutos olhando para a tela do celular e esperando o 4G funcionar, em vez de apreciar a lindeza.<br />
Antes do sol descer pela linha do horizonte, existe uma luz única e fodástica para fazer fotos. Então em vez de ficar olhando para a luz do sol diretamente, coisa que sua avó já cansou de dizer que pode até te deixar cego, aproveite para fotografar quem estiver com você com essa luz. Fica lindo e dispensa o tanto de filtros que você costuma colocar para deixar a pele boa.<br />
Faça várias fotos na sequência e perceba como 15, 30 segundos fazem diferença na luz. Mas não fique só fotografando. Fique só olhando também. Porque nenhum pôr do sol é igual ao outro. Este que você está vendo hoje vai ser bem diferente do de amanhã. O que você está vendo também é diferente do que sai na foto. As nuvens estarão em outros lugares, o barquinho ou os pássaros vão passar de outro jeito. Vai por mim. Pôr do sol é tipo a impressão digital do dia (isso foi moooooito cafona também).<br />
Pronto. Ele se foi. Desceu a linha, arrancou aplausos dos maconheiros. Agora observe quem mais se vai. Quase todo mundo começa a picar a mula, sair da praia, tomar seu rumo assim que o sol some. Mas você, não ouse. Fique aí mais um pouco porque um tempinho depois, tempinho que eu também não sei precisar exatamente qual, mas o suficiente para o povo sair e a praia ficar mais deserta, vai começar a se abrir o portal. Os maconheiros já foram mas eu posso afirmar que existe um portal bem nessa hora. O céu fica milhões de vezes mais lindo. Tudo vai ficando rosa-alaranjado-pastel. Tudo mesmo. As nuvens, o reflexo delas no mar, o tom de pele do surfista gato. Normalmente só quem fica para ver essa parte são os pós-graduados em pôr do sol. Se liga nos pescadores: todos lá. E o negócio fica tão, mas tão lindo que até eles que nasceram na praia catam o celular e tiram foto.<br />
Aí, quando você pensar que era isso, levanta, sacode a canga e começa a dar tapinhas na bunda para tirar a areia do short, você tem que fazer o seguinte: olha um pouco mais para cima e veja quem chegou. A lua, meu rei. Como se não bastasse a explosão cor de rosa ao seu redor, a lua já está ali, ligadona, brilhando. Mas um brilho que ainda não aparece direito na foto. Então, nem perca seu tempo tentando dar zoom e fotografar a lua, que isso não funciona nunca. Nem no lusco-fusco, nem à noite, nem com dica. A gente veio aqui para falar de sol. Quer fotografar a lua, procure outra pessoa para te ajudar. Porque eu posso ser cafona mas não sou besta.Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-11980923057548125602017-06-06T21:13:00.000-03:002017-06-06T21:52:06.798-03:00Exumação de amizade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKxfN9mA4C1HODAwWkaqj3BJy45ADuNIc5O_U7j11qRBdVPt4QlCKS-ilo1mZ8c3Sk1yFsR-C8VhtxjRFKwYVV-wyqqG-N_UkKuquPtGoM3vhyQlvg7gngkslupqY9yAL0BQ7gpQ/s1600/volta+dos+que+nnao+foram.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKxfN9mA4C1HODAwWkaqj3BJy45ADuNIc5O_U7j11qRBdVPt4QlCKS-ilo1mZ8c3Sk1yFsR-C8VhtxjRFKwYVV-wyqqG-N_UkKuquPtGoM3vhyQlvg7gngkslupqY9yAL0BQ7gpQ/s400/volta+dos+que+nnao+foram.jpg" width="400" height="185" data-original-width="613" data-original-height="283" /></a></div>Ajudar a encontrar pessoas que você não vê há um tempão é uma das melhores partes das redes sociais. Mas também um dos maiores desserviços que elas trouxeram. Antes tudo era mais simples: você tinha amigos de infância, de escola, de faculdade, do trabalho, a vida andava, alguns permaneciam e a tropa ficava para trás. Evaporava da sua memória e abria espaço para ocorrências mais relevantes. Você até lembrava às vezes daquele cara engraçado da sua sala, ficava sabendo num churrasco por onde anda aquela colega de trabalho. Mas a nostalgia estava muito mais para curiosidade do que para saudade. O tempo tinha uma espécie de sabedoria aleatória que simplesmente expelia essa turma da linha da sua vida, sem que você precisasse escolher quem. Só acontecia.<br />
Agora não tem mais essa. Um dia chega um convite na sua rede social. Pelo nome, você não sabe quem é. Precisa clicar, ver fotos, dar zoom para trazer o ser que tinha ficado lá longe. Dois ou três amigos em comum são o único indício de que você um dia conheceu aquela pessoa. Às vezes ela nem mudou tanto assim mas sua memória seletiva tinha feito esse favor para você. A educação manda você aceitar o convite. E, a partir daí, tudo o que o algorítimo te obriga a ver só confirma que a criatura deveria ter ficado lá mesmo onde estava. Você tenta deixar aquele campo infértil ali, sem interagir, sem se manifestar. Mas um dia a oferenda que Iemanjá devolveu decide expressar seu desagrado sobre algo que você postou. Você responde ao que claramente foi uma provocação, mas tudo bem, você bem que gosta de provocações e de opiniões diferentes. O ente não querido não entende sua resposta. Você precisa esclarecer que estava sendo irônica. Com preguiça. Contrariada. Porque precisar explicar ironia, convenhamos. Entre esta amizade e a piada, você não tem a menor dúvida do que prefere perder. Mas o organismo que nem deveria mais constar não entende de novo. Você tenta outra vez e, sabe o que mais? Chega de redes sociais. <br />
Dias depois você faz um novo login e vê que o indivíduo dos confins ainda tentou continuar a discussão que você não precisava ter. O jeito é não mover um músculo e torcer para que seja um fato isolado. Mas o que nunca fez falta volta e faz você passar por aborrecimentos que, pela ordem natural das coisas, tinha tudo para evitar. <br />
Deixar gente que você mal lembra para lá. Eu gostaria de ter esse simples direito de volta. <br />
<br />
Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-13931111445210145422017-01-18T14:30:00.000-02:002017-01-18T14:52:53.542-02:00Era mais fácil nos anos 80<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ35rVdm_ichrFExCQ6gktECpNOPP7NTNxQ9i5FPy-J65XkLi3q8wHv4EqiibH5EwTPi22FKAs2IxlEyx-uG7dpm3WjonN0puq0T32J3PZghnL_ZYLO4rG6Jj7uCfFQCOYfrFt9Q/s1600/gata.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ35rVdm_ichrFExCQ6gktECpNOPP7NTNxQ9i5FPy-J65XkLi3q8wHv4EqiibH5EwTPi22FKAs2IxlEyx-uG7dpm3WjonN0puq0T32J3PZghnL_ZYLO4rG6Jj7uCfFQCOYfrFt9Q/s400/gata.jpg" width="400" height="225" /></a></div>Depois de passar os olhos pelo Canal Viva, não pude deixar de pensar no seguinte diálogo. Telefone toca, Kid Vinil atende.<br />
- Kid Vinil?<br />
- Sim, quem é?<br />
- Você não me conhece. Eu estou selecionando algumas músicas para a trilha sonora da nova novela das 6 na Globo. Está faltando alguma coisa marcante para a abertura e pensamos em encomendar esse tema para a sua banda Magazine.<br />
- Sei... E qual é o nome da novela?<br />
- A Gata Comeu.<br />
- Beleza. Você precisa para quando?<br />
- Ah, você sabe... O mais rápido possível. Quer que eu conte um pouco da trama para você se inspirar?<br />
- Não, não precisa. É “A Gata Comeu”, né?<br />
- Isso. <br />
- Ok. A gente liga para você quando estiver pronta. Abraço.<br />
Kid desliga o telefone, pega o Dicionário Aurélio de capa dura na estante. Abre na página 350. Procura a palavra Comer. Coloca um papel na máquina e escreve:<br />
Ela comeu meu coração / Trincou, mordeu, mastigou, engoliu, comeu... comeu / Ela comeu meu coração / Marcou, moeu, triturou, deglutiu, comeu... comeu...<br />
Dias depois, passa na emissora para retirar seu cheque nominal. Fim.Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-77328153714856208062016-09-12T15:35:00.001-03:002016-09-12T20:42:57.429-03:00Silvio Santos está com AIDS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6qLK2xPt6WAvopSbehsq-tdKtr0hz6eQFkA5xYon-2IgmUaWRpv2T83PWO85Gr1U9XUCV-GR3EI_nXFR1Ia9z-3IhpDTjSVzxOg16rxTyMOMIYXO4lbm7tUrwpu2S_IBEQ-RteA/s1600/IMG_7641.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6qLK2xPt6WAvopSbehsq-tdKtr0hz6eQFkA5xYon-2IgmUaWRpv2T83PWO85Gr1U9XUCV-GR3EI_nXFR1Ia9z-3IhpDTjSVzxOg16rxTyMOMIYXO4lbm7tUrwpu2S_IBEQ-RteA/s400/IMG_7641.jpg" width="400" height="300" /></a></div>Podem contar isso por aí. Falem para a família, para os amigos, espalhem que me acharam abatido, que me viram tomando muitos comprimidos e que eu admiti, na gravação do meu programa, que estou com AIDS.<br />
(silêncio)<br />
Assim ninguém vai querer comer a minha mulher.<br />
(gargalhadas)<br />
Foi com essa e outras piadas de tiozão que ele quebrou o gelo com o auditório, minutos antes de começar a gravar o programa, por volta das 11 da manhã, no estúdio 3 do SBT. Quebrar o gelo era necessário porque as caravanas chegaram 4 horas antes e a espera só faz a ansiedade aumentar. <br />
Comecei a fazer minhas primeiras anotações às 7 e meia da manhã do dia 12 de setembro de 2015. A sala lotada de mulheres (apenas mulheres) alvoroçadas, tirando fotos, escovando os cabelos, retocando a maquilagem e comendo o lanche ultra reforçado que recebemos na entrada. Pela quantidade de comida dava para ver que ia demorar, então achei melhor ir anotando. <br />
Não existe mulher feia. Existe mulher que não conhece os produtos Jequiti. Isso escrito numa cartolina branca colada na parede e a mistura de dezenas de perfumes muito doces no ar, mostravam que a maioria ali já conhecia e usava o perfume das estrelas. E o desconforto com tanto perfume me mostrava que aquilo era real, eu estava mesmo lá, não era só um sonho estranho.<br />
Uma pessoa da agência de publicidade em que eu trabalhava combinou minha ida com alguém do SBT. Mas em vez de ficar esperando nos bastidores, meu objetivo era entrar com as caravanas e fazer amigas. Contei logo para a mais falante das redondezas que era a primeira vez que eu vinha a um programa de TV. “Que sortuda você é. Seu primeiro programa foi logo o do Silvio. É o melhor programa do Brasil e eu digo porque já fui a todos. O SBT é minha segunda casa. E já vou te dar uma dica de veterana: quando ele lançar o aviãozinho de dinheiro, se joga. Nas primeiras vezes a gente tem vergonha e não brinca. Mas sair daqui sem nada, ninguém merece”. Todas concordam e mostram que não existe a possibilidade de saírem dali sem algum dinheiro. Quando me perguntam de que caravana eu venho, invento rápido que uma amiga trabalha no SBT e colocou meu nome na lista de convidados. Uma delas diz: que chique! Eu, me desculpando pelo privilégio, digo: chique nada... Ela me interrompe: Você, não. Sua amiga é chique. Ela trabalha no SBT. (Juro que tomei este “prestenção”)<br />
<br />
Quase 200 mulheres tinham que passar pela maquilagem e pelo cabeleireiro antes de ir para o estúdio. A maioria não via a hora de fazer a make e realçar o cabelão. Uma pessoa avisa pelo microfone: quem quiser topete, é só pedir, bico de pato e presilha não são permitidos porque vocês podem se machucar. Muitas fazem cara de que é claro que vão querer topete. Quando chega a minha vez, vejo com receio a biba colocando uma mão cheia de mousse no cabelo da senhora ao lado. Decido perguntar baixinho: posso não fazer nada no meu? Ela responde mais baixinho ainda, quase sem mexer a boca: pode mas deixa eu fingir que vou fazer alguma coisa. Então eu percebi que aquilo era uma maneira muito gente boa de fazer com que ninguém ficasse menos arrumada ou penteada na plateia. Quando voltei para as minhas amigas escovadas, com topetes e laquê, uma delas notou: você não fez nada no seu cabelo? Eu, de novo sendo a simplona, falei que no cabelo cacheado não tinha muito o que fazer. Ela respondeu: Verdade. Esse seu cabelo é dureza. (Sim, tomei de novo)<br />
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Todo mundo entra com o nome visível num crachá para facilitar a vida do Silvio. A moça do microfone chama por ordem alfabética e a pessoa vai buscar o seu. Eu era a única Flavia mas a letra J deu uma empacada: Jecica com C. Jessica com 2 ésses. Jesycah com Y e H no final. Jessika com K.<br />
Lá estava eu, identificada, simplona, da turma, discreta, mas com intenções ambiciosas para aquele evento: não saio daqui sem uma foto com o Silvio, vou trocar ideia, ser participativa, adivinhar a música, falar algo espirituoso no microfone, catar aviãozinho de dinheiro e depois colocar numa moldura. Acontece que, a partir do momento em que nós fomos instruídas a sacudir nosso pompom colorido e gritar Silvio, Silvio, Silvio (nenhuma palavra a mais e sem bater os pés no chão), eu simplesmente travei. Vamos sorrir e cantar? Bem que eu gostaria, mas Silvio Santos entrou, eu comecei a rir de nervosa e não parei mais. Gente, como ele está velhinho. Claro que isso é peruca. De cabelo de nylon, de boneca. Quanta maquilagem. A gravata tem glitter. Nada disso se nota na TV. É tudo cenográfico. A câmera liga e o personagem vem com tudo, animado, safado, rindo sem parar. Quando corta, Abravanel fica sério, concentrado e faz um movimento repetitivo com a boca, como se mastigasse a dentadura. Certeza de que eu também estava mastigando a dentadura de tão passada que fiquei. Não vou conseguir fazer nada do que imaginei. Ferrou. O negócio é olhar para tudo, testemunhar aquelas pessoas voadoras, caindo umas sobre as outras por uma nota de vintão. E rir até a parte de trás da cabeça começar a doer.<br />
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O cara brilha sem parar, tira sarro das duas misses gaúchas convidadas sem que elas percebam. Faz comentários sedutores para as mais decotadas da plateia. Lê em voz alta um cartaz que diz: SE O SEU SOBRENOME É PINTO, NÃO COLOQUE O NOME ISADORA NA SUA FILHA. Ele ri alto. Eu também. Poderia dizer que foi só alegria mas o que realmente chama a atenção é a gentileza. A produção consegue deixar todo mundo muito à vontade e muito feliz de um jeito competente e muito simples. Por algumas horas, o SBT é mesmo a segunda casa delas. O programa não é um sucesso há 53 anos por isso. Mas tenho certeza que isso faz parte da fórmula.<br />
Quando tudo indica que acabou, Silvio já saiu, outra pessoa da produção pergunta se alguém tem alguma nota rasgada? Claro que sim, muitas delas levantam o braço porque disputaram aquelas notas até as últimas consequências, até desfazer os topetes. Então a produtora explica onde elas passam para trocar suas notas picadas por outra inteira. Aos poucos todo mundo vai embora e eu fico sentada, ainda anotando coisas. Peço ajuda para chamar um táxi mas o guardinha me arranja prontamente uma carona no fretado dos funcionários até a estação Barra Funda. Fofo. Tudo.<br />
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Fui ao programa há exatamente 1 ano. Queria ter escrito logo depois. Terminaria o texto dizendo que, depois disso, achava que já tinha feito tudo o que queria em São Paulo. Claro que era brincadeira mas, dois meses depois, começou o movimento que me fez mudar para Florianópolis. O final de um ciclo de 15 anos marcado por Silvio Santos é muito a minha cara.<br />
Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-6493193806493578062016-05-06T13:50:00.001-03:002016-05-06T13:50:43.663-03:00Timing é tudo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifOGXE_Pp-UQwK5UKTkIf1FdJPkuIkzYre1QDQkMyhZqVm-hscGrH6ZKidTaXgaX22KGukOgz91cqm6rX0vdEDlRSztD-PwVRV18R0vlUc1XwVZjh7qE7nM7bTYzFUrnUy4CgtJg/s1600/timing+errado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifOGXE_Pp-UQwK5UKTkIf1FdJPkuIkzYre1QDQkMyhZqVm-hscGrH6ZKidTaXgaX22KGukOgz91cqm6rX0vdEDlRSztD-PwVRV18R0vlUc1XwVZjh7qE7nM7bTYzFUrnUy4CgtJg/s400/timing+errado.jpg" /></a></div>Estavam no auge da paixão quando decidiram fazer uma reforma na casa. Construir um recanto aberto mas, ao mesmo tempo, reservado, com uma jacuzzi enorme. Estavam pensando em safadeza, claro. E já que vai ter obra, vamos fazer um negócio “profi”. Contrataram uma arquiteta badalada, viram que ia sair caro mas que ia ficar tão bom que as revistas de decoração fariam fila para fotografar. Investiram uma grana preta mas, mesmo assim, a obra teve que ser feita por partes. Primeiro o piso XPTO, depois o teto retrátil, o pergolado, a parede com paisagismo, tudo de super bom gosto. Demorou muito mais do que eles gostariam. A ponto dos filhos pequenos crescerem, de um deles ter problemas com crack e causar uma angústia tão grande que acabou por desgastar até a relação do casal. Estavam tratando do divórcio e de todas as raivas, mágoas e chateações envolvidas nessa parte quando chegou o caminhão para fazer a entrega da Jacuzzi gigante. <br />
A parte mais importante da reforma dos sonhos chegou quando já não fazia mais o menor sentido.<br />
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Tudo isso foi uma metáfora. <br />
Sobre o Brasil conquistando, em 2009, a honra de sediar as Olimpíadas. Sobre o tempo passando e tudo o que sabemos que aconteceu, acontecendo. Sobre a pobre tocha, que chegou justo no momento mais lamentável. <br />
Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-46142651318696538432015-07-05T18:19:00.001-03:002015-07-05T18:46:26.064-03:00O Cabelo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeEbWfOpSdGSBtDQ_HLNdF6brJY1sptnOdy_KRE6NuCXph7K0IKaG0Yg5fnJ-vyegQ0jwEEL7abclhO7q6Cbm2M3ZY8AgYCBLLiNWZcZ6hschyEFXnIJciEoSgs_sievXag7WfQg/s1600/gloria7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeEbWfOpSdGSBtDQ_HLNdF6brJY1sptnOdy_KRE6NuCXph7K0IKaG0Yg5fnJ-vyegQ0jwEEL7abclhO7q6Cbm2M3ZY8AgYCBLLiNWZcZ6hschyEFXnIJciEoSgs_sievXag7WfQg/s400/gloria7.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLAS1VWpSVeCVf8g9RwgNVEnYWK6YZ1VEZl-xArBafNJqu3W6bMBOvuLBnpWTLuL-XqnEO-vVEJZ89GKr-zvh1YInb7S1cpQFxoyyqnMrut0IDRfk4me8Z_LI9f707Ajwo9O0yWQ/s1600/adriana-esteves-ines-cabelo-novo-nova-fase-babilonia-chanel-curto+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLAS1VWpSVeCVf8g9RwgNVEnYWK6YZ1VEZl-xArBafNJqu3W6bMBOvuLBnpWTLuL-XqnEO-vVEJZ89GKr-zvh1YInb7S1cpQFxoyyqnMrut0IDRfk4me8Z_LI9f707Ajwo9O0yWQ/s400/adriana-esteves-ines-cabelo-novo-nova-fase-babilonia-chanel-curto+%25282%2529.jpg" /></a></div>Outro dia fiquei sabendo que a personagem da Adriana Esteves na novela Babilônia tem uma fixação pela personagem da Glória Pires. A ponto de fazer uma transformação para ficar fisicamente parecida com ela.<br />
Desde então fico pensando no tamanho do desafio na carreira de Adriana. Porque parecer a Glória Pires pressupõe que você tenha que tentar ter O Cabelo Da Glória Pires. Atente-se para o uso do verbo tentar.<br />
O Cabelo Da Glória Pires é uma instituição, uma categoria que está no topo da cadeia alimentar dos cabelos, o máximo que um ser vivo pode alcançar em termos capilares. Desde que ela apareceu em Dancin’ Days, em 1978, aquele cabelo passou a ser uma referência, obviamente inalcançável, na minha cabeça. A não ser que você seja filha da Glória Pires ou tenha uma árvore genealógica muito semelhante, lamento, mas aquele cabelo preto, liso, brilhante e pesado não vai acontecer para você. Nem para a Adriana Esteves, nem se ela contar com a ajuda dos cabeleireiros mais fantásticos da Via Láctea.<br />
Se eu fosse roteirista desta novela, pensaria num outro tipo de fixação e pouparia a excelente atriz Adriana Esteves de tentar fazer um corte de cabelo “igual” ao Da Glória Pires e ficar com aquele capacetão com que ela se encontra. <br />
Marion Cotillard teve facilidade para se caracterizar e parecer Édith Piaf mesmo sendo 20cm mais alta. Jamie Foxx literalmente se transformou no Ray Charles. Não vamos tão longe: Daniel de Oliveira chegou a ficar estranho de tão parecido com Cazuza. Mas nenhuma atriz que me ocorra vai conseguir interpretar O Cabelo Da Glória Pires sem parecer um Playmobil. Vamos apenas aceitar os fatos.<br />
Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-77777270587723886762015-05-06T19:06:00.003-03:002015-05-06T19:19:16.042-03:00Trabalho dos sonhos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0edfViyoVbVI8Tx6AfkMAP7-nYf04E5ZNoBChdQZEEqVBGEhRVSY_mQFC4SQyRY_u06ScyvOJWoxNCorxvaPuQZ28NwNRS4mpQ66u9JjUqmnMDFyATiT0g4jhLozWW73Hqal4cw/s1600/Proportions_of_the_Head.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0edfViyoVbVI8Tx6AfkMAP7-nYf04E5ZNoBChdQZEEqVBGEhRVSY_mQFC4SQyRY_u06ScyvOJWoxNCorxvaPuQZ28NwNRS4mpQ66u9JjUqmnMDFyATiT0g4jhLozWW73Hqal4cw/s400/Proportions_of_the_Head.jpg" /></a></div>Cheguei ao consultório do cirurgião plástico em cima da hora. Notei que a sala de espera tinha 6 sofás. Muito, se comparados às 2 ou 3 poltroninhas que a gente normalmente vê em outros médicos. Mas antes de começar a refletir sobre a crescente indústria da cirurgia plástica e a obsessão das pessoas pela eterna juventude, fui chamada pela secretária. Era minha vez, sem atrasos. Profissa.<br />
Fui recebida por um sorriso branquíssimo que quase ofuscou a inegável simpatia do cirurgião. Mas logo reparei que, enquanto falava comigo, ele olhava fixamente para um ponto. Ou melhor: para a ponta do meu nariz.<br />
Era como se, no meio do meu rosto, houvesse uma verruga gigante, preta, volumosa, peluda e falante. E digo isso porque quando uma dessas aparece na minha frente, eu mesma não consigo desviar os olhos por nada. Eu tentava mudar o foco, contava que a Fulana me indicou mas tenho certeza de que ele nem ouvia. Estava hipnotizado pelo meu nariz exótico e avantajado, fazia traços pontilhados e imaginários sobre ele, queria mudar tudo, que eu sei. <br />
Nem vem que não tem. Como é que eu poderia abrir mão de uma parte tão grande do meu rosto? Eu simplesmente não seria eu sem o nariz fino, pontudo e com calombinho. Não nasci com ele exatamente assim mas, desde que estética começou a ter importância na minha vida, tive que aceitá-lo. Entender que ele me dá personalidade. E que na falta daquela beleza, beleza, beleeeeeza, personalidade é importante para dedéu. Depois de tudo o que eu passei para aceitar minha napa assim como ela é, o cara acha que vou me acovardar e resolver tudo com umas marteladas e passadas de bisturi? Never.<br />
Tratei de explicar logo e sem dó que estava ali para reconstruir o ló-bu-lo-da-o-re-lha, que se rompeu pelo excesso de brincos grandes e pesados que usei a vida toda. Mas de grande e pesado ele só via meu nariz. Claro que não ousou sugerir que eu me detivesse no ponto equidistante entre os lóbulos das duas orelhas, que isso seria uma indelicadeza de se fazer. Mas sei que ficou decepcionado quando viu meu lóbulo tão pequeno, com um rasgo insignificante diante de todo o universo nasal a ser explorado.<br />
A anestesia é local, né? Vai que eu apago Rossy de Palma e acordo Danielle Winits. <br />
Enfim, “cirurgia” feita, trabalho perfeito, lóbulo reconstruído, efeito da anestesia passou e nem senti dor. Acho até que vou dormir bem. Já ele, coitado, vai sonhar.<br />
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*Lá em cima, Desenho da cabeça humana by Leonardo da Vinci.<br />
Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-30805646115559231742015-03-06T20:18:00.001-03:002015-03-06T21:28:15.859-03:00Leo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAyZPAmvTncZnbNJGSRnHiUNwjUjjNdNjofGgvLS7LCfxoWjqkc41PjKC2Vd0HPE9_GFuytJOnJiNL65YNR1eXO96Sh_Bv1zb8KumL8no6132gULXS6feI-_1wKo9UWfbdqY4r2Q/s1600/Leo-Burnett.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAyZPAmvTncZnbNJGSRnHiUNwjUjjNdNjofGgvLS7LCfxoWjqkc41PjKC2Vd0HPE9_GFuytJOnJiNL65YNR1eXO96Sh_Bv1zb8KumL8no6132gULXS6feI-_1wKo9UWfbdqY4r2Q/s400/Leo-Burnett.jpg" /></a></div>Com 16 anos, tomei vergonha na cara e decidi começar a trabalhar. Achava o fim ter que pedir dinheiro até para comprar uma Capricho. Meu primeiro emprego foi numa locadora de vídeo (nem existia DVD nessa época, mas abafa) e o nome da minha primeira chefe era Leoni. Por razões óbvias, ela preferia ser chamada de Leo. Gente boa demais.<br />
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Nos últimos 6 anos, trabalhei para outra Leo. Uma agência encantadora, humana, guiada pela filosofia do cara boa praça aí da foto: Mr. Leo Burnett. <br />
Cheguei em 2008, convidada pelo meu ídolo e hoje também grande amigo, Ruy Lindenberg. Tive certeza de que nunca tinha visto uma agência assim.<br />
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Se não fosse a Leo eu jamais teria conhecido pessoas espetaculares como o Osvaldinho, a Ritinha, o Javi, o Celsum e o Wando. Jamais teria falado tanto portuñol, comido a paella da Fê Moura nem sambado no elevador com a Stella e a Carlotinha. Não teria feito tantos amigos queridos nem cantado tanto em karaokês. Não teria comprado uma casa nem superado a síndrome do pânico.<br />
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Sou feliz e muito grata. Por tudo. <br />
De 2008 para cá eu mudei muito e a Leo também. Não tenho a menor dúvida de que a hora certa de sair é antes que uma de nós fique completamente irreconhecível.<br />
Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-21218466842463307272015-01-14T17:01:00.001-02:002015-01-14T17:50:30.949-02:00Feliz 2015 para você também<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUaYVo-3AI7u3Z3MC2btEv4sUpS-rKje7DwXUBkQ7m5qWyDFhh_k5e7dT-eYlRMu8LmedrgOzY5GL6wjK35rUo5hqO9bBTDbrkjGU3y_R9vJq2_2Js93qqyrpM-KVeNQAxpZgUSA/s1600/bandidos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUaYVo-3AI7u3Z3MC2btEv4sUpS-rKje7DwXUBkQ7m5qWyDFhh_k5e7dT-eYlRMu8LmedrgOzY5GL6wjK35rUo5hqO9bBTDbrkjGU3y_R9vJq2_2Js93qqyrpM-KVeNQAxpZgUSA/s640/bandidos.jpg" /></a></div>Saí de São Paulo para as festas de final de ano. Dia 4 de janeiro, voltei cabisbaixa como sempre volto de todas as viagens que faço. Quando coloco a chave na fechadura de casa, percebo que algo está bem errado. A porta não estava trancada. Fui entrando, com o pé esquerdo, é claro, percebi algumas poucas coisas fora do lugar e tive certeza: assaltaram minha casota.<br />
Vi que estava tudo relativamente em ordem e só então comecei a pensar: será que os meliantes levaram as coisas de valor?<br />
Corri para o lavabo. O quadro com a calcinha autografada pelo Wando estava lá. Ufa!<br />
Passado este susto maior, pensei nos meus robôs japoneses e senti um segundo calafrio. Felizmente todos estavam reluzentes na cristaleira. O castiçal mexicano inteirinho, com todos os passarinhos, frutinhas e flores. Ai, meus diários de infância... Intactos. Vinis, gibis, CDs, livros, DVDs, tudo lá. Os filhos da puta não teriam a ousadia de levar minha coleção de bolachas de cerveja meticulosamente trazidas de cada um dos pubs de Londres e Dublin. Não tiveram, eba.<br />
É uma sensação muito esquisita. Eu lembrava das coisas à medida que as horas passavam e ia correndo ver se estavam nos seus lugares: a coleção de bonequinhos do Chaves e a dos Simpsons, o abridor de garrafa de lutador de lucha libre, o peixe que canta Don’t be cruel, o Superman com capa de tecido, isso não, por favor, por favor... Ai, que bom, tá lá.<br />
Comecei 2015 com a casa assaltada mas não levaram nada de valor. <br />
Só o computador e as jóias.Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-35022688903317955062014-09-28T18:47:00.000-03:002014-09-28T18:47:14.265-03:00Bad Hair Everyday<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixTUtZ3hvhy44ocmPvuyXG70tgSNdEPXcb1nyeDqnblJui60lUNFjLeBdZbYsNNugHiLmqGs4aHcH0okK-HoMwfeVlG9zA0l8SdtgUpLdk9ymSbhLbqITBo0jZtQBoN9jD8u2PPQ/s1600/TYP9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixTUtZ3hvhy44ocmPvuyXG70tgSNdEPXcb1nyeDqnblJui60lUNFjLeBdZbYsNNugHiLmqGs4aHcH0okK-HoMwfeVlG9zA0l8SdtgUpLdk9ymSbhLbqITBo0jZtQBoN9jD8u2PPQ/s400/TYP9.jpg" /></a></div>Ter um “Bad Hair Day”, você sabe, significa ter um daqueles dias em que era melhor não ter saído da cama. Mas a tradução literal desta expressão da língua inglesa é sobre aqueles dias em que o seu cabelo simplesmente não se ajeita. Toda mulher passa por alguns. Eu passo todos os dias. Que eu me lembre, nunca tive um Good Hair Day na vida. E diante disso, só pude me resignar e aceitar meu cabelo ruim como ele é.<br />
E olha que louco: pelo menos na minha frente, a maioria diz que acha meu cabelo ótimo. Inclusive eu, que nem sequer me imagino sem meus cachos e a bagunça toda. Aliás, já que é para ser assim, eu quero mais é que ele seja bem volumoso. Cachos, ativar.<br />
Isso faz de mim mais do que uma mulher, mas um ponto de referência. As pessoas mostram o quadro perto da moça do cabelo, dizem que a saída é atrás da mulher cacheada, e por aí vai.<br />
Mas ter meu cabelo tem suas vantagens. Eu preciso ir muito poucas vezes ao cabeleireiro porque, convenhamos, não há nada que possa ser feito por aqui. <br />
Acontece que num salão de cabeleireiro eu sou, literalmente, a última remanescente do Movimento Curly. Todas as cacheadas que estão lá vieram para fazer alisamentos e eu, consequentemente, me torno “o assunto”. Se o meu fosse como o seu eu não alisaria, dizem elas. Gente, mas o meu é como é porque eu não aliso. <br />
Mas começar meu Manifesto Curly ali poderia, em última instância, reduzir o faturamento do salão. Então eu prefiro escutar, que é muito mais divertido e você há de concordar.<br />
A manicure que está pintando minhas unhas me conta que o cabelo dela era igualzinho ao meu. Difícil imaginar isso porque ele está preso num rabo de cavalo muito puxado. Ela me diz que decidiu fazer o primeiro alisamento na adolescência, depois de uma conversa com seu pai. Ela falou: “Pai, vou deixar meu cabelo crescer. Quero que ele fique bem comprido e que vá até a bunda”. Então o pai, com todo o tato, respondeu: “Se você deixar crescer tanto assim, ele vai bater na bunda de São Pedro. Esse seu cabelo só cresce pra cima”. <br />
Até eu tenho que admitir. Diante de algo assim é realmente difícil não sucumbir.<br />
Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-42258491678634546522014-09-06T17:30:00.001-03:002014-09-06T20:27:47.521-03:00Imbecil<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5nDEegosh2GYtLWT-4xDqe0Wp9v5shW2IChx8ZWatUyn8Ot84oa9gLSFlDP1IkhKyhJhyONKY9KtsJJeDlaoQgx9wVaMSFRfr1lQCc1UpYo152ZZbTH12Nwu0vZU4fs4RvZphkQ/s1600/o-GREMISTA-RACISTA-facebook.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5nDEegosh2GYtLWT-4xDqe0Wp9v5shW2IChx8ZWatUyn8Ot84oa9gLSFlDP1IkhKyhJhyONKY9KtsJJeDlaoQgx9wVaMSFRfr1lQCc1UpYo152ZZbTH12Nwu0vZU4fs4RvZphkQ/s400/o-GREMISTA-RACISTA-facebook.jpg" /></a></div>No dia 28 de agosto uma imbecil saiu de casa e foi ver o jogo Grêmio X Santos. Ninguém mandou a imbecil fazer isso. A imbecil foi porque quis. Durante o jogo, na comoção da partida e repetindo o que gritavam outros imbecis exatamente iguais a ela, a imbecil abriu a boca muito bem aberta, arregalou os olhos muito bem arregalados, fez uma expressão bizarra de ódio muito bem odiado e berrou muito bem berrada a palavra macaco, se dirigindo ao goleiro do Santos. Não contente com isso, a imbecil repetiu: MA-CA-CO. Foi então que a imbecil percebeu que estava no telão do estádio e mudou rapidamente de expressão. Fez cara de menininha. <br />
Eu não estava vendo o jogo. Vi depois. E vi dezenas de vezes. <br />
A cada play, mais eu lamentava a aparência de menor de idade da imbecil. Porque a imbecil tinha que ir para a cadeia pelo que fez. Isso por lei. Que eu não sou imbecil de achar que, SÓ PORQUE EU ACHO, a guria deveria ser punida.<br />
Como a imbecil é ela, na cabeça dela esse raciocínio é perfeitamente válido. Só porque Aranha é negro, ELA ACHA QUE PODE ir ao estádio, abrir a boca, arregalar os olhos, fazer cara de ódio e gritar MACACO para ele. <br />
A imbecil apareceu no telão, o Brasil inteiro viu e muita gente quer que a lei seja cumprida. E que a imbecil aprenda numa aula bem prática que não pode fazer o que acha que pode, se isso for contra a lei. Mas só uma aula prática não costuma ensinar gente imbecil. Então o time da imbecil também foi punido e ela começou a entender um pouco melhor o tamanho da imbecilidade que fez.<br />
Eis que, junto com a punição do time, surge um coro de pessoas dizendo que já estão pegando pesado demais com a imbecil. Que apedrejaram a casa dela (coisa que os vizinhos desmentiram), que ela tem amigos negros (???), que estão exagerando nos xingamentos contra a coitada. Vocês estão reclamando porque a imbecil está sofrendo discriminação? É isso mesmo? Ela está passando por isso há uns 10 dias e vocês acham que já foi longe demais? Mas isso é meio imbecil, não?<br />
Já vi gente justificando que Macaco é o apelido dos torcedores do Inter. Será que a imbecil é tão imbecil que não percebeu que o jogo era contra o Santos? Santos é Peixe, imbecil.<br />
A imbecil pediu desculpas publicamente. Não fez mais do que a obrigação. Está respondendo por crime e tem que ir à delegacia depor. Não faz mais do que cumprir o seu dever. Sai com escolta porque está sendo hostilizada pelas pessoas na rua. Não é nada diferente do que ela fez no estádio. Abre parênteses: os policiais falaram que ela só começou a chorar quando as câmeras dos jornalistas foram ligadas e apontadas para ela. Antes estava tranquila e muito bem instruída pelo advogado. Porque gente imbecil precisa mesmo ser muito bem instruída ou dá merda. Fecha parênteses.<br />
Eu não sou imbecil de achar que ela foi a única, que o racismo no Brasil vai acabar com este episódio, mas este fato isolado precisa servir de exemplo. Precisa. Espero que o caso seja encerrado logo, que a imbecil vá para a cadeia, que a experiência lá dentro seja linda para as detentas que vão recebê-la e que tudo isso junto seja suficiente para explicar para pelo menos uma dezena de imbecis que racismo é inadimissível. Ponto. <br />
<br />
PS: Este texto utilizou 29 vezes a palavra imbecil para se referir a uma pessoa. Imbecil pode. Macaco, não. (Agora são 31).Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-45575773876248807952013-10-21T18:56:00.000-02:002013-10-21T19:00:21.347-02:00Toda pink<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQN-pp5-Yixl_xjYD_H92xRLhSIFfkI7EUU5-dqGtzWaO9glubt9_4KInTrRW8Cw4a_9U4HzZILMoxRUllmEuGkN5lVVh9T8EgKufSnlETiRPj-Bk-uotW6JIwfBYFX_bs3RSh4Q/s1600/women-barbie-wallpaper-women-barbie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQN-pp5-Yixl_xjYD_H92xRLhSIFfkI7EUU5-dqGtzWaO9glubt9_4KInTrRW8Cw4a_9U4HzZILMoxRUllmEuGkN5lVVh9T8EgKufSnlETiRPj-Bk-uotW6JIwfBYFX_bs3RSh4Q/s400/women-barbie-wallpaper-women-barbie.jpg" /></a></div>Tem gente que assiste Jornal Hoje ou lê alguma Revista Caras do ano passado. Eu observo cada ser vivo existente na sala de espera do médico. <br />
O ouro está sempre em algum ponto entre a orquídea comprada no Pão de Açúcar e a recepcionista, por quem nutro uma estranha e sincera inveja. Normalmente sacrifico meu horário de almoço para estar ali e penso em como seria mais simples a vida se meu trabalho fosse ficar atrás de uma mesa, das 8 às 16h, atendendo telefonemas, organizando uma agenda e falsificando a assinatura de alguém para o recibo do reembolso. <br />
Desta vez, quem brilhou e ganhou toda a minha atenção foi a perua que decidiu fazer uma ligação importante mas não confidencial. O que todos percebemos pelo tom de voz no celular. <br />
Oi, eu queria encomendar um bolo de aniversário para minha filha. Ela é uma “It Girl”, toda pink. Para você ter uma ideia, o apelido dela é “Diva”. <br />
Foi nessa hora que eu peguei meu caderno e minha caneta na bolsa e comecei a transcrever o que vem a seguir. <br />
Eu sei que bolo agora é naked, talvez vocês achem muito clichê, mas pensei num bolo em formato de bolsa ou de uma menininha toda loira, toda pink. Mas não bolsa Chanel, que eu já enjoei. Aquela mulher (Coco Chanel, suponho eu) precisa se mexer (!!!), mudar alguma coisa (??). Sério… Pensei numa Valentino. Posso mandar fotos das minhas para vocês se inspirarem mas elas são todas pretas e, para ela, precisa ser (adivinha) super pink, super menininha, que ela se veste super bem, toda na moda, toda bonitinha. As bolsas dela são mais da Hermès, que ela usa atravessadas, super fofinha. Mas eu queria Valentino. Tudo menos Chanel. Afe (num tom de eca). Ela faz 19 anos (tomei um susto porque imaginei uma menina-toda-pink com, no máximo, 10). Vai ser uma surpresinha. Bebida? Champagne (claro, hello!). Tá ótimo este preço. Meu marido está viajando. Ele volta quinta dos Estados Unidos. (isso foi dito assim, do nada mesmo. Só para constar.) Ai, que bom. Vocês são ótimos. Obrigada.<br />
Então ela olhou para mim, sorriu e disse: Pronto. <br />
Provavelmente aquilo queria dizer que tudo o que ela tinha para fazer naquele dia estava feito. Ao contrário de mim que, além mofar mais 40 minutos e voltar para o trabalho, agora também precisava chegar em casa e escrever isso. <br />
Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-91860941007805286552013-07-13T15:26:00.000-03:002013-07-13T16:11:27.809-03:00Para Cora, com todo o meu amor.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPvX-GJIS-WexoClhZp8pA2bclIU3rkvCiWlmn7PIFrMGXQPwC9dYVg5vOLQHkrPXnsvYzgKE_r03kvOq95GkSHzl1shFwAHVdGNLgFLieGYpfrrFntO__S0UhnAngrGgqKiykVA/s1600/monstros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPvX-GJIS-WexoClhZp8pA2bclIU3rkvCiWlmn7PIFrMGXQPwC9dYVg5vOLQHkrPXnsvYzgKE_r03kvOq95GkSHzl1shFwAHVdGNLgFLieGYpfrrFntO__S0UhnAngrGgqKiykVA/s400/monstros.jpg" /></a></div><br />
Desde que me conheço por gente uma escadaria pode virar palco, a lâmpada que ilumina o arbusto da praça vira holofote do meu show, caixa de papelão e lanterna se transformam em teatrinho de sombras. Tive amigos imaginários, cheguei a acreditar por um tempo que era a Emília do Sítio do Picapau Amarelo e esse negócio de faz de conta sempre funcionou muito para mim. Em parte porque criança é assim mesmo. Mas muito e definitivamente porque eu tenho a Cora.<br />
Minha tia, fada madrinha, inspiradora, a melhor contadora de histórias do mundo que eu e meus irmãos tivemos a sorte de ter sempre por perto. Acho difícil lembrar de momentos da nossa infância em que ela não estava. Colada na gente.<br />
Ela entendia a riqueza e a fertilidade da nossa imaginação. Mais do que isso: ela amava estar na nossa companhia e adorava a maneira como a gente acreditava na realidade revisitada por ela. Ela escolhia um tema, enfeitava, colocava purpurina, cobria com calda de chocolate e a conexão com a gente acontecia sem forçar barra nenhuma. Desenhava, pintava quadros, cantava, fazia comentários ácidos, cozinhava mal, escrevia. Afe, como ela escrevia.<br />
As histórias dela eram mais interessantes do que a dos livros (que ela também nos ensinou a adorar) porque a gente ouvia enquanto ia bisbilhotar pessoalmente a casa da bruxa malvada. Ela nos colocava no fusquinha creme (que hoje eu tento imitar) sem cinto de segurança, pegava uma estrada de terra e parava perto de uma cerca de onde a gente podia observar uma casa de madeira cinza escuro. Lá vivia uma velhinha com uns 40 gatos. Brigilda era o nome da bruxa. E a gente ficava ali de tocaia até vê-la saindo pela porta. Nessa hora ela ligava o carro, acelerava e a gente fugia com o coração saindo pela boca.<br />
Foram tantas e tantas histórias. E nunca houve sequer uma piscadela de olho ou qualquer sugestão de que aquelas coisas não eram a mais pura verdade. <br />
Só no ano passado ela mesma me revelou que a bruxa era uma senhora que fabricava flores artificiais. Que as flores de pessegueiro eram lindas e ela mesmo encomendava de vez em quando. Acho que isso foi a única coisa que eu jamais poderia imaginar sobre a Brigilda. <br />
Todo o resto eu imaginei. E se hoje eu desconfio que sei escrever e que consigo olhar para a realidade de uma maneira mais colorida ou, às vezes, muito mais escura, tenho certeza de que é pura influência dela. <br />
<br />
Ontem uma grande parte da minha alegria e de tudo o que eu sou desapareceu. Vai dar um trabalhão começar a imaginar e inventar um jeito de viver sabendo que a Cora não está mais aqui.<br />
Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-41262880881046476472012-11-13T12:07:00.000-02:002012-11-13T12:12:05.902-02:00Love Hurts<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXbLVErnKv6Z_Ujh8X2IwTnhU0Oeu0glUkQnYxsupERAH9AiLq-bx-3LntrQgjXBB-T3qR3CIWr3TjhhAQ5CT_vN1BYRM9SuPRHHyqmb9Stt0h67QO4SoFyzHJCq83UXzF9aCdCQ/s1600/capaPB.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="400" width="327" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXbLVErnKv6Z_Ujh8X2IwTnhU0Oeu0glUkQnYxsupERAH9AiLq-bx-3LntrQgjXBB-T3qR3CIWr3TjhhAQ5CT_vN1BYRM9SuPRHHyqmb9Stt0h67QO4SoFyzHJCq83UXzF9aCdCQ/s400/capaPB.jpg" /></a></div>Ela encontrou o homem da vida. Ficou noiva. Ia casar. Amava tanto que perdeu a noção e chegou a contratar aqueles telegramas ao vivo com bexigas em forma de coração e gente com voz de locutor de rádio AM lendo a poesia ruim que ela mesma escreveu. Tinha tanta certeza de que ele era o cara que tomou a medida extrema. Tatuou o nome dele na nuca. Diego, para ficar, under my skin.<br />
Um ano depois eles deram um tempo. Romperam o noivado. Não era nada daquilo. Mas Diego continuava lá, atravessado no meio da nuca. Ela poderia remover a laser. Cobrir com outro desenho qualquer, colocar uma pedra em cima.<br />
Eu sugeri que fizesse melhor.<br />
Deixa o Diego aí. E logo abaixo você escreve Maradona. Muita gente vai achar curioso. Alguns vão fazer perguntas e dizer que nem imaginavam que você fosse tão fã de futebol. Mas você sempre vai saber que usou o nome do craque para esconder o do perna-de-pau.<br />
<br />
A imagem deste post é a capa da HQ independente do meu amigo querido e talentoso Mu Tron.<br />
Veja <a href="http://muroblog.tumblr.com/lovehurts">aqui</a> ou <a href="http://muroblog.tumblr.com">aqui</a>. Já comprei o meu. É genial. Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-20996022058659937162012-10-23T17:22:00.000-02:002012-10-23T18:14:43.149-02:00Mil palavras<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3-NJmEo-omRH8Ot4XOypfIg754VWHquV5Mxa4NWrBQ1_ku7bmTEiIxYoRiqCHAZfMWrMVqY2kZeZ9T0k6tY5yCp_6w7IENEqI-qSfRr16Qoce2llTe8fWEXWnrGIauGiaZiv90A/s1600/dentadura.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="400" width="388" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3-NJmEo-omRH8Ot4XOypfIg754VWHquV5Mxa4NWrBQ1_ku7bmTEiIxYoRiqCHAZfMWrMVqY2kZeZ9T0k6tY5yCp_6w7IENEqI-qSfRr16Qoce2llTe8fWEXWnrGIauGiaZiv90A/s400/dentadura.jpg" /></a></div>Minha assessora para absolutamente todos os assuntos do lar tem quatro celulares. Um de cada operadora. Ela chega em casa, abre a bolsa e coloca todos em cima da bancada da cozinha como se fosse um arsenal. Diz ela que é para fazer economia. Mas me explica como se a parte dela nos diálogos é sempre mais (muito mais) ou menos assim:<br />
Oi, tudo bem? Eu já ligo para você, pode ser? É que você ligou para o da Tim e o seu número é Claro… Deixa eu ligar de volta para você pelo da Claro, que a gente não paga. Isso… De Claro para Claro é de graça. O seu é da Claro. Esse meu é Tim. Não… O outro número que você tem é da Vivo. Vivo paga também. A não ser que o seu seja Vivo mas eu tô vendo aqui pelo número que esse é Claro, né? Você tem Vivo? Tem Oi? Desde quando, criatura? Da última vez que você me ligou não tinha Oi, não. Claro que tenho certeza, seu número da Oi eu não tenho... Você não me deu. Danada! (risos) Manda um sms para o meu da Oi e eu já salvo lá mesmo. Você tem o meu Oi? Espero… Pode falar… Sete, dois, cinco, sete. Isso. O meu é esse mesmo. Você tem crédito da Oi? Nem perguntei se você tinha crédito e já fui pedindo para mandar sms. Então manda porque eu não tenho. No da Oi eu só recebo. Ah, sei lá… Eu esqueço de recarregar. Isso... Então eu ligo pra você do da Claro e você já salva aí, beleza? Ó, chegou sua mensagem aqui no meu Oi. Apitou aqui do lado. Jura que você escutou? É que eu mudei de toque e coloquei um muito alto mesmo. Senão não escuto dentro da bolsa. Mas foi bom você me avisar que assim eu já diminuo um pouco o volume, que ninguém merece gente que deixa o celular tocando muito alto. Agora deixa eu desligar que esse da Tim vai ficar sem crédito. Melhor, né? Assim a gente não paga. Desliga que já te ligo. Beijo.<br />
<br />
Só depois de toda essa introdução e de um consenso meio que tardio sobre que celular de que operadora liga para quem é que começa a conversa propriamente dita. Em outra ligação.<br />
Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-52587810244571904452012-08-21T20:47:00.001-03:002012-08-22T00:44:04.724-03:00A velha calça desbotada ou coisa assim<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAgHwxnzxuoIrv618b6lri7qG-ziRA0NF2OuRPtc_XS-RXzEJjtQP-84mwnQ0Dk3Y5fz_yYT5Yqpjb4IJpw__odK-WoAWa9-jppdiHQmkC_x9Bp1zildi3Ti-WoJiEXKXsv9r-ng/s1600/millortriste.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="350" width="340" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAgHwxnzxuoIrv618b6lri7qG-ziRA0NF2OuRPtc_XS-RXzEJjtQP-84mwnQ0Dk3Y5fz_yYT5Yqpjb4IJpw__odK-WoAWa9-jppdiHQmkC_x9Bp1zildi3Ti-WoJiEXKXsv9r-ng/s400/millortriste.jpg" /></a></div>Você atende o telefone e as pessoas perguntam: que vozinha é essa? Está tudo bem? <br />
Você tira os óculos de sol e as pessoas reparam: ué, que carinha é essa?<br />
Você vai almoçar e alguém diz: que pratinho… Você não está comendo nada.<br />
Você anda pela rua e a amiga afirma: você emagreceu. Nossa, que fininha.<br />
Tristeza é uma merda. Não tem como disfarçar e eu, sinceramente, nem tento.<br />
Acontece que, se por um lado você definha, por outro encontra certas compensações. Se emagreci como estão dizendo pode ser que agora caiba naquele jeans que eu amava e não me servia desde 2009. Será? <br />
Você vai correndo até o armário, encontra “O Jeans” lá no fundo, esquecido. Enfia a primeira perna sem ter certeza se vai rolar, a segunda, vê que ele passa facinho pelos quadris, puxa o zíper, fecha o botão e é invadida por uma sensação unicamente incrível. Um feixe de luz entra pela janela, Os Pequenos Cantores de Viena no auge dos seus agudos viram trilha sonora, uma brisa surge do nada e agita suavemente seus cabelos, borboletas amarelas voam na sua órbita, tudo em câmera lenta, lógico. Serviu.<br />
Então você sai de casa esboçando o primeiro sorrisinho espontâneo em semanas. E o primeiro amigo com alguma intimidade que encontra, comenta com cara de demônio: o que aconteceu com você? Que bundinha é essa?<br />
Não resolve nada. Mas ajuda pacas.<br />
<br />
Ah, importante. A ilustração ali de cima é do Millôr :)<br />
Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-61699454183033394722012-04-26T15:23:00.001-03:002012-04-27T00:07:06.310-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYSa5XpU-UCxvf-uJORMyvnYmKlk6tg7fXGDz_85ue7DrM7g1bRW0av6ZjYONHPv8hKuGGJgdMh21R5gVpVMgmIFyVFO4gvZmKloBmIFhyhYqqX1Ih_nBsDpjNYYs-LQYV_WVImQ/s1600/sp.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="350" width="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYSa5XpU-UCxvf-uJORMyvnYmKlk6tg7fXGDz_85ue7DrM7g1bRW0av6ZjYONHPv8hKuGGJgdMh21R5gVpVMgmIFyVFO4gvZmKloBmIFhyhYqqX1Ih_nBsDpjNYYs-LQYV_WVImQ/s400/sp.jpg" /></a></div>São Paulo é como aquele namorado feio, que está totalmente fora dos seus padrões mas que você ama loucamente. Suas amigas não entendem o que você viu nele. Sua família acha que você merecia coisa melhor. Mas você gosta, oras.<br />
Antes de apresentar para os amigos você prepara o terreno: olha, ele não é nenhum Brad Pitt, mas é muito bacana. Sou apaixonada e tenho certeza que vocês vão se dar bem. Ponto. Assim você bloqueia logo qualquer tipo de comentário infeliz ou olhar torto. Amigo que se preze não vai cometer a indelicadeza de falar uma palavra depois que você explica que gosta dele assim, do jeito que ele é. <br />
São Paulo não é facinho. Nossa, como demorou para essa história engrenar. No começo nem você levava fé. Só pensava em balada, todos os dias da semana, tudo não passava de uma amizade superficial. Mas depois de um tempo de convivência começou a rolar um clima, vocês foram ficando mais íntimos, encontrando mais afinidades. Tantas que você não se imagina mais longe dele.<br />
Ele te conquistou pela inteligência, pelas sacadas geniais, porque vocês se divertem muito juntos, vão jantar em restaurantes incríveis ou preparam uma comida divina em casa mesmo. Ele tem um papo ótimo e faz você rir a noite inteira até perceber que o bar já fechou e que vocês são os últimos clientes. <br />
Claro, ele tem um monte de defeitos. Mas tem muito mais qualidades do que muito cara lindo que você conheceu antes. Quando você percebe, já relevou e aprendeu a conviver com todas as imperfeições. Elas viram paisagem e não atrapalham mais nada. <br />
Não dá para saber se esse amor será eterno. Se vocês vão constituir família. Mas mesmo que tudo mude, que vocês estejam bem longe e nem se vejam mais, ouvir falar o nome dele sempre vai fazer você sentir um friozinho na barriga.<br />
Parabéns e obrigada, São Paulo. Pelos nossos 12 anos juntos.Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-79236650619892060602012-04-21T15:12:00.000-03:002012-04-21T19:27:33.517-03:00And now to something completely different<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPH7cFIqN6F_PkZgOKybpDZtP1q9cGGlDQsTwKHJoK3GnM5ZimwiqFSm2eQXitZNFtoSXSuvUl21XAmx54mDE5OAtegAGjPlJ9x8QNliOHKDA_VFAmBdK1jDH74JDCSSFPn-VqLQ/s1600/Leo_+nos+nao+temos+a+hora+certa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="266" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPH7cFIqN6F_PkZgOKybpDZtP1q9cGGlDQsTwKHJoK3GnM5ZimwiqFSm2eQXitZNFtoSXSuvUl21XAmx54mDE5OAtegAGjPlJ9x8QNliOHKDA_VFAmBdK1jDH74JDCSSFPn-VqLQ/s400/Leo_+nos+nao+temos+a+hora+certa.jpg" /></a></div>
As vezes eu acho que não tenho mais o que escrever aqui. Daí a demora que vem se abatendo entre um texto e outro. Já falei sobre tanta coisa e não quero ser repetitiva. Tipo o Evandro Mesquita que insiste em relançar a Blitz cantando Você não soube me amaaaaaaaaar, só que com backing vocals piores.
Então comecei a reler uns textos antigos e percebi algo muito louco e interessante: como eu mudei de ideia. Dou meus dois braços a torcer em relação a muitas coisas que escrevi outro dia. E viva a complexidade feminina. A coisa mais legal de ser mulher é que absolutamente ninguém mais espera ver sentido em nada do que a gente pensa ou sente. Vamos aproveitar e nos contradizer muito nessa vida.
Por exemplo: o que eu escrevi <a href="http://bacanerrimo.blogspot.com.br/2008/06/melhor-sem-ela.html">aqui (isso é um link para o outro texto, tá?)</a> não faz mais sentido nenhum para mim. Soa como aqueles textos idiotas atribuídos à Clarice Lispector no Facebook. E, se meu raciocínio procede, vai ver que ela escreveu mesmo aquele monte de porcarias e depois mudou de ideia.
Definitivamente não acho mais que a gente não deve ter expectativa sobre as coisas. Durante muito tempo achei que expectativa era um boicote. Que não ter e ser arrebatada pelas supresas da vida era muito mais legal. Por alguns anos fiquei catando todas as minhas, enfiando em grandes sacos e jogando no fundo do Rio Tietê. Olha o que aconteceu com o Tietê. Tudo culpa das minhas expectativas afogadas.
Mas não foi de um dia para o outro que eu mudei de ideia. Foi acontecendo, fui achando que essa história de “o que vier é lucro” é muito pouco. Que é uma tristeza achar que qualquer coisa está bom. Eu quero muito, do bom e do melhor. Não ter expectativas é como não planejar uma viagem. Ir e decidir lá onde ficar e o que fazer. Às vezes funciona e pode ser genial, mas além de ser uma perda de tempo, planejar, fuçar, ficar curioso sobre o que a gente vai ver é quase tão bom quanto recordar e olhar as fotos depois. Por que abrir mão disso?
Eu ando cheia de expectativas e elas são muito bem alimentadas todos os dias. Vivem no teto da minha casa, no sótão, em cima do telhado. De vez em quando algumas escapam e vão para as nuvens, mas eu deixo. Quando e se as coisas boas que eu espero que aconteçam se realizarem eu também estarei nas nuvens e encontro as danadinhas por lá.Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-66862981903037472962012-02-10T11:29:00.004-02:002012-02-10T11:32:45.070-02:00Wando<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGBJ86ruU4u-b9vStFiIl0hkvHVtG8BVgYeWCpmgvDWOcxFKQn7UJCOtZtduFz1xxyOV8ScDn8_soqMSw-S6m5yJfuGvNOJ8fRqnh27J0EgQZur6fW_iGV8fqVv-Dbs8ENuf6oaQ/s1600/003.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="300" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGBJ86ruU4u-b9vStFiIl0hkvHVtG8BVgYeWCpmgvDWOcxFKQn7UJCOtZtduFz1xxyOV8ScDn8_soqMSw-S6m5yJfuGvNOJ8fRqnh27J0EgQZur6fW_iGV8fqVv-Dbs8ENuf6oaQ/s400/003.jpeg" /></a></div>Sempre achei o Wando genial. Já escrevi sobre ele <a href="http://bacanerrimo.blogspot.com/2010/01/palavras-wando.html">aqui mesmo</a>, neste blog. Já fui ver show, fiz reverência na frente do palco e ganhei uma cafonérrima rosa colombiana. Mas em 2011 tive a oportunidade de conhecer e tietar muito o Wando por conta de um trabalho. E descobri que além de muito figura, ele é gente boa demais.<br />
Quando chegou no estúdio para gravar, não era o Wando canastrão que eu tinha visto no show. Na verdade, tudo aquilo é um personagem que ele foi construindo com o tempo e que só aparece quando ele liga o microfone ou sobe no palco. Pode procurar uns vídeos antigos e reparar nas próprias letras das músicas. Ele começou fazendo samba e, só depois de cair no gosto da mulherada, começou a compor pérolas como “Vem minha safada, vem minha bandida, minha descarada, (…) vem matar o desejo desse teu animal”. Sinceramente, esta fase “obscena” é a que eu mais curto e conheço.<br />
No estúdio ele chegou calmo, profissa, quase sério. Mas num dos corredores da produtora, passou por uma tiazinha da limpeza que, ao vê-lo, não conseguiu disfarçar a empolgação. Ele percebeu e, na hora, girou o botãozinho do personagem mode on. Falou, olhando nos olhos dela: “Quando eu acabar de gravar minha música a gente vai tirar umas fotos, eu e você. E a gente vai arrebentar”.<br />
Nem preciso dizer que a tiazinha quase desmaiou de tanta alegria. Ele sabia exatamente quem precisava agradar como ídolo e como profissional. Gênio.<br />
Depois, lógico, eu comecei a fazer perguntas. Ele me contou da coleção de 18 mil calcinhas. Perguntei onde ele guardava tudo isso e ele desconversou, dizendo que iria usar todas para fazer o cenário da próxima turnê. Isso nunca aconteceu. Mas seria genial (de novo). Perguntei da maçã, que ele sempre tem nos shows, e ele disse “que o nome dessa fruta deveria ser mulher” (uhuuu!!). E perguntei também sobre os pêssegos em calda, que ele distribui para as fãs no show. Ele respondeu: “Meus shows têm um ritual, são uma espécie de culto. E, por isso mesmo, têm que ter a hora da comunhão. Se na igreja elas ganham hóstia, no meu show elas ganham pêssego em calda. Mas eu me divirto: coloco logo o pêssego inteiro, com caroço e tudo. As mulheres fazem fila e eu coloco o pêssego na boquinha. E a boquinha é pequena demais pra tanto pêssego. É muito divertido ver a mulherada tentando acomodar aquele pêssego enorme na boca. Eu e a banda nos divertimos. Risos”. <br />
Risos gerais.Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-51801143317434946352012-01-02T18:45:00.004-02:002012-01-02T19:03:55.286-02:00Um lugar mágico<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUCs9YUCWJNCRVekLPvyOcwGLwOhuwQoW2HpRqMyUNkf37QDKfjOuI-81xEJqg8mRheB6uwySbRDGr_Pp0bMpBqnhxmh0wp8r7FaNKuNpsVDpJhPy0_rZR7NDVp31nB8bPt0Qvhw/s1600/parai%25CC%2581so2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="259" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUCs9YUCWJNCRVekLPvyOcwGLwOhuwQoW2HpRqMyUNkf37QDKfjOuI-81xEJqg8mRheB6uwySbRDGr_Pp0bMpBqnhxmh0wp8r7FaNKuNpsVDpJhPy0_rZR7NDVp31nB8bPt0Qvhw/s400/parai%25CC%2581so2.jpg" /></a></div>Confesso que me dá um pouco nos nervos essa obrigatoriedade de ir para algum lugar cool e paradisíaco nas festas de final de ano. Mas hoje você vai me desculpar porque eu vim aqui para me vangloriar.<br />
Não sei você, mas eu passei o Natal e quase toda a semana passada num lugar perfeito. Não lembro de ter sido mais bem tratada na vida. Depois da recepção calorosa, fui direto para uma suíte iluminada e cheia de mimos. E eu não estou falando de xampuzinho bom nem de chocolate belga, my dear. Para você ter uma ideia, tinha até um pijaminha lindo, de algodão, do jeito que eu gosto e do meu número (como eles descobriram o meu número?). De dia fez um calor super agradável e à noite era frio suficiente para dormir de cobertor. O lugar não tinha praia nem coqueiro, muito menos gente me abanando com plumas, mas era mágico de verdade. Coisa de cair o queixo. Bastava eu pensar: hummm, que vontade de comer tal coisa e a tal coisa se materializava na minha frente. Plim! Simples assim.<br />
O café da manhã não tinha hora para acabar. Se eu quisesse acordar às 4 da tarde, tinha café feito na hora com pão caseiro (de novo: como eles adivinharam? Há muito tempo não comia pão caseiro). Quando eu pensava, por exemplo, que queria tomar um banho, não precisava dizer nenhuma palavra e uma toalha limpinha e felpuda, dessas que os rock stars exigem no camarim, se materializava nas minhas mãos. Coisa de louco.<br />
E olha a coisa da mágica outra vez: em vez daquela depressão pós-férias que a gente costuma sentir quando sai de um paraíso e tem que voltar à realidade, desta vez eu voltei toda serelepe. <br />
Até pensei em colocar o link para você tentar fazer uma reserva para o ano que vem. Mas este é o tipo de lugar que, se todo mundo descobrir e começar a frequentar, vai deixar de ser mágico. <br />
E depois, a casa dos meus pais só tem mais um quarto disponível, além do meu. E eu e meus irmãos, que não somos bobos nem nada, já temos nossa reserva cativa.<br />
Feliz 2012 para você que não troca estar na companhia de quem mais ama por nada deste mundo.Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-75707752869819979752011-11-02T16:57:00.005-02:002011-11-02T17:12:18.685-02:00Síndrome da Balada Errada<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuGj1HvtNb5itxODQqhC5tb_SP1E30vPMGUzE5I1dnLiSSiLAprjWer1D226eY_Y1K87kUWX_F0bp8Y_mO-mOnWaxClkXQMfSwVxcUToBlh3c_vkDdMpnYmxhtZ0e4CtOlqadk5g/s1600/peixe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="284" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuGj1HvtNb5itxODQqhC5tb_SP1E30vPMGUzE5I1dnLiSSiLAprjWer1D226eY_Y1K87kUWX_F0bp8Y_mO-mOnWaxClkXQMfSwVxcUToBlh3c_vkDdMpnYmxhtZ0e4CtOlqadk5g/s400/peixe.jpg" /></a></div>Você acorda num daqueles dias cheios de inspiração. Quer fazer alguma coisa muito legal. Dá alguns telefonemas e já encontrou companhia na mesma vibe. Eba. Todo mundo dá sugestões e vocês decidem ir para uma balada nova, que você já ouviu falar que é demais. Fechado.<br />
Você se arruma toda, sai de casa se sentindo uma coisa de louco e vai mesmo.<br />
Deixa o carro com o manobrista na porta e, ao entrar, realiza que não existe uma mísera alma no recinto que tenha a ver com você. A hostess pergunta se você está na lista de aniversário, você pensa "graças a deus, não" mas responde só "não". Então descobre que todas as mesas estão reservadas para os aniversariantes do dia. E eles são muitos. Beleza, vamos para outro lugar? Lógico. Agora. Cancela o cartão de consumação aí, vou pedir para o manobrista pegar meu carro de volta. Isso leva menos de 5 minutos. Mas passam-se 40 (quarenta) e o seu carro não chega. O cara responsável diz que o manobrista é novo e está perdido pelo bairro, há 40 minutos, no meu carro. O segurança fala baixinho: os manobristas daqui são muito folgados. Eu, se fosse você, chamava a polícia. Eu, que não sou louca de discordar com um segurança-armário, cato o celular e ligo, pela primeira vez, para o 190. Tiras, seguinte: o manobrista do lugar hype sumiu com meu carro. Vamos mandar uma viatura já. Antes da viatura chegar, aparece o manobrista perdido e devolve o carro. Tudo certo, exceto pelo fato de que perdemos uma hora para conseguir sair de uma balada mico. Chegam os tiras para averiguações, você se sente uma imbecil por estar ocupando o tempo da polícia com algo que já está resolvido. Mas fazer o que? Nem o segurança do local levou fé.<br />
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Na mesma semana, você sai para jantar e tomar “unas copas” com as amigas. Tudo super bacana e, quando já está batendo aquele soninho, outro grupo de amigos chega, de outro bar, e se junta a nós. E em vez de ficar tudo mais divertido, eles ficam insinuando que a gente está encalhada por não estar paquerando ninguém e apenas conversar entre amigas. O outro começa a beber tanto que engata numas histórias de infância sem fim que vão te enchendo de sono e desespero. O que era para ser uma noite despretensiosamente divertida vira uma tortura. Você deixa um cheque em branco assinado e, literalmente, foge do local.<br />
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Eu não sei você mas, quando algo assim acontece, é difícil não pensar que deve ser um sinal, que você não deveria ter saído de casa, que a idade está mesmo pegando. Eu juro que tento e que sou persistente, mas não está sendo fácil.Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-76562732916805522092011-09-26T18:26:00.004-03:002011-09-26T18:34:46.396-03:00Piada pronta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU0kq9tJOxOpY529OhTAvMcZjvfG_XNo698OYC8u98IoYGI_rDX6IwgTnmJgN7RzppX9Vh2BcvXGvn3XkjhNv5-mTSO9VGlg_-JVDstn0s7SY59snLG1v5IQNd-YBY9f0I7l6kQQ/s1600/ema.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="300" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU0kq9tJOxOpY529OhTAvMcZjvfG_XNo698OYC8u98IoYGI_rDX6IwgTnmJgN7RzppX9Vh2BcvXGvn3XkjhNv5-mTSO9VGlg_-JVDstn0s7SY59snLG1v5IQNd-YBY9f0I7l6kQQ/s400/ema.jpg" /></a></div>Acabo de voltar do Pantanal numa viagem delicinha com a família. A caminho do hotel fazenda você já começa a ver os bichos que povoam todos os programas Globo Repórter que já assistiu na vida. Está todo mundo lá mesmo: ararinha azul, tamanduá bandeira, tuiuiu, juma marruá. De repente, a motorista do jipe chama nossa atenção: estão vendo aquelas emas? Elas estão cheias de filhotinhos. Aliás, elas não. Quem cuida dos filhotes são os machos. As emas põem os ovos e cabe ao macho protegê-los, fazer eles chocarem, os filhotes nascerem e crescerem. <br />
Mr. Emo é pai solteiro e responsável pelos filhotes até eles serem praticamente adultos. Detalhe: várias emas diferentes podem entregar seus ovos para um único macho.<br />
Claro que não foi, mas bem que poderia ter sido deste fato, a origem da expressão “Ema, ema, ema, cada um com os seus problemas”.Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-10468952988094195182011-09-11T22:08:00.003-03:002011-09-11T22:42:41.146-03:00Procura-se<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfnCvGyUT443h2rW4KPxQdfibyl_GPsThyDOrAkrZKQcI8enx38axyoERzRNiqcMnZCKbIXaBd22C0j8ywz1n8ND9EIbA_nKC0WqMVVFpV1rqIbmsxHTqHIQijFf4wSORZvY4M8A/s1600/mendigo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="400" width="323" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfnCvGyUT443h2rW4KPxQdfibyl_GPsThyDOrAkrZKQcI8enx38axyoERzRNiqcMnZCKbIXaBd22C0j8ywz1n8ND9EIbA_nKC0WqMVVFpV1rqIbmsxHTqHIQijFf4wSORZvY4M8A/s400/mendigo.jpg" /></a></div>Na Augusta, perto da Galeria Ouro Fino, tinha um mendigo que vivia debaixo do toldo de uma loja. Ele e seus 2 cachorros vira-lata. Todo mundo que frequenta a região já deve ter visto o dito cujo deitado no chão, usando a barriga de um dos cães como travesseiro e lendo jornal. Todas as pessoas que trabalham nas redondezas lembram dele, que vinha pedir esmola e comida, de loja em loja, diariamente.<br />
Ele desapareceu. E parece que sumiu das ruas porque a gerente da loja em cujo toldo ele vivia se apaixonou por ele, tirou ele da rua, deu banhinho e tosa. Nele e nos 2 cães. Reza a lenda que ele foi visto, irreconhecível, contando para todo mundo que a vida das ruas acabou. Bem apessoado, até. E do jeito que lia jornal, não deve ser um cara mal informado.<br />
Se alguém tiver alguma informação do paradeiro, por favor, entre em contato ou deixe um comentário. Não o paradeiro do mendigo, que esse eu acabei de te contar. Quero saber onde foi parar o critério da mulherada, isso sim. A coisa não pode estar tão árida a ponto de alguém precisar ver potencial e adotar mendigo, né? Os politicamente corretos que me perdoem, mas o critério foi pra casa do chapéu. Acho preocupante.<br />
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PS: Tks, Fá!Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-37505541329984420232011-08-11T19:28:00.001-03:002011-08-11T19:30:59.299-03:00What a hell?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ3oW1da52iP4xBXPppw7ADPSDHpWwAqkvOSLlegl2vGoBy6QlfLS1z5AcZfvzmgSkq2T07eCzzyyJby9q377WyZTpg1OX2S4CZGfwYKehAQJ1xbwSCkjxT2KeUV4MSVjK_I5Bjw/s1600/jezebel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="280" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ3oW1da52iP4xBXPppw7ADPSDHpWwAqkvOSLlegl2vGoBy6QlfLS1z5AcZfvzmgSkq2T07eCzzyyJby9q377WyZTpg1OX2S4CZGfwYKehAQJ1xbwSCkjxT2KeUV4MSVjK_I5Bjw/s400/jezebel.jpg" /></a></div>“Vou dar uma de advogado do diabo mas, blablablablabla”. Você já ouviu isso, sua mãe já ouviu mas, de uns tempos para cá, estamos todos ouvindo mais. No trabalho, na hora de comprar uma TV nova ou tomar qualquer tipo de decisão.<br />
Longe de mim achar que as pessoas devem agir sem pensar. Até onde eu sei, pensar é o que nos difere dos animais. Eu não tenho atitudes idênticas às de uma ratazana ou de uma lontra justamente porque eu penso e elas não. Logo, vou pensar sempre, muito, graças a deus. Todo mundo que eu admiro pensa muito.<br />
Mas, de vez em quando, todo mundo também pode fazer coisas instintivamente, baseadas apenas no feeling. Coisas que depois a gente vê como resolve. E é nesse momento que os tais advogados do tranca-rua se manifestam e se reproduzem como coelhos ao redor da gente. Sabe aquela sobrancelhinha levantada, que vem junto com uma tonelada pontos de interrogação e suposições inúteis? <br />
Tira este peso dos meus ombros, meu rei. Se eu decidi me jogar, tudo o que eu não preciso é de alguém para me desencorajar, para me dizer não ouse. É o famoso “Se não vai ajudar, não atrapalha”.<br />
Quer ser advogado do diabo, manda seu currículo para o inferno. <br />
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(A frase é agressiva, eu sei. Mas não encontrei outra melhor para fechar e mandei ver. Ando assim, agora.)Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-32201091.post-80615825131843807892011-07-15T11:46:00.001-03:002011-07-15T11:46:57.932-03:00Desculpe a intromissão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqWir5rhTjW0-tMkoKnrxT9fQDn-Vgy_nqkx3i5oNIdNrVIZodDkk5o8QFx1WKSAZ-lOuKXHI7SwxOKGOxSyYANO-t4mZKK2dTdp7ZArjuL19b6sy_6Hv3DsCZYTb_8B9Nv5h6sQ/s1600/Dalai+xereta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="255" width="388" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqWir5rhTjW0-tMkoKnrxT9fQDn-Vgy_nqkx3i5oNIdNrVIZodDkk5o8QFx1WKSAZ-lOuKXHI7SwxOKGOxSyYANO-t4mZKK2dTdp7ZArjuL19b6sy_6Hv3DsCZYTb_8B9Nv5h6sQ/s400/Dalai+xereta.jpg" /></a></div>A foto do Dalai é para tentar me redimir. Mas eu simplesmente adoro ouvir o papo dos outros no restaurante, na padaria, no parque, no elevador. Faço isso sempre que posso. <br />
Ontem ouvi um bom. O assunto já estava rolando animadamente mas me fisgou na hora em que uma das duas amigas falou em alto em bom som.<br />
- Eu fui puxando e tinha uns 20 centímetros. Bem duro.<br />
A outra disse:<br />
- Sei como é: duro e espetado.<br />
Ela concordou: <br />
- Isso mesmo.<br />
Quando eu estava achando que a coisa ia ser brilhante, com um potencial tremendo, a moça esclareceu:<br />
- Será que eu já devia começar a pintar meus cabelos brancos agora? <br />
A amiga.<br />
- Não, boba. Você tem pouquinho. Arranca.<br />
<br />
Moral da história: antes dos cabelos brancos aparecerem a vida é bem mais divertida.Flavia Coradinihttp://www.blogger.com/profile/02672868603768422808noreply@blogger.com7