Quando a cartela de pílulas anticoncepcionais chega na sua reta final, começa a TPM.
Para algumas mulheres, a reta final é a do menor lado do retângulo e dura umas 3 pilulinhas. Outras precisam de um lado maior inteiro e ficam mais de uma semana enchendo o saco de todo mundo que está por perto. Eu já vi de tudo nessa vida: de mulheres que nem sabem o que é TPM, às que chegam a mudar a fisionomia por conta da revolução hormonal que antecede a menstruação. Já que é inevitável e que todas nós, que estamos na flor da idade, ainda vamos passar por isso por muitos anos, cheguei à conclusão de que a melhor coisa é usar toda essa energia para o bem. Como o meu primeiro sintoma de TPM é a Síndrome da Organização, aproveito para conferir extratos bancários, arrumar a gaveta das calcinhas, jogar papéis fora e finalmente mandar imprimir fotos digitais. Cada mês uma dessas partes da minha vida entra nos eixos. O segundo sintoma é ficar absurdamente sensível. Então levo lenço de papel na bolsa e tiro o atraso do cinema. Vejo 3 sessões seguidas e choro muito, sem medo do nariz batatudo na saída. Fora isso, considero meus amigos para caralho, ligo mais para meus pais e amasso muito o meu cachorro. E como o terceiro sintoma é o fato dos meus seios ficarem maiores na TPM, aproveito para caprichar no decotão e sair de casa me achando A Turbinada.
Para saber se eu estou de TPM é simples assim: se eu estiver limpando gavetas, chorando com powerpoints sobre o sentido da vida ou usando o maior decotão, é batata.
Eu gosto da palavra bacanérrimo desde a primeira vez que ouvi. Desde então, uso mesmo. Sinceramente, este foi o único critério para escolher o nome do meu blog. Gosto de escrever mas tenho vergonha de mostrar o que escrevo. Então decidi ficar escondida atrás de uma URL simpática. E esperar que alguma coisa que eu escreva aqui vire spam e chegue um dia por e-mail, como se fosse um texto do Luiz Fernando Veríssimo. Ui, seria a glória.
23 de mar. de 2007
9 de mar. de 2007
Por que as mulheres não são engraçadas?
Sim, eu estou plagiando a capa da Ilustrada desta quinta, 8 de março, dia internacional da mulher (eita datinha que já podia expirar). Um amigo leu e lembrou de mim (tks, Rapha). Eu li e lembrei de mais uma penca de amigas que são muito engraçadas. Mas depois de ler fui obrigada a concordar com as afirmações mais do que desconcertantes de Christopher Hitchens, escritor e ensaísta britânico que se baseou em razões científicas e sociológicas para provar esta tese. E por mais que me doa dizer isso, estou totalmente convencida.
Ele afirma que humor é uma capacidade muito mais inerente aos homens do que às mulheres. Porque para os homens, ser engraçado é uma arma usada na conquista. Eu e todas as mulheres que conheço adoramos homens que nos fazem rir. Mas nunca ouvi um amigo sequer, falando empolgado sobre ter tesão por uma mulher que o faz dar gargalhadas.
Ele é mais taxativo do que isso. Afirma que “há mais humoristas mulheres péssimas do que humoristas homens péssimos (...) e se você olhar mais de perto, verá que a maioria é gorda, lésbica, judia ou um misto destas três coisas”. Eu acho isso muito foda, mas se você passar por cima da má impressão, vai ver que ele não está dizendo nenhuma mentira. Eu, que não sou gorda, nem lésbica, nem judia e tenho pretensões de um dia viver às custas de textos de humor, estou praticamente na lama. É isso, então?
Estranho, mas ler o ensaio não me deixou com esta sensação. Pelo contrário. Apesar de concordar com tudo e achar o texto genial, me sinto ainda mais especial por não fazer parte da maioria pasteurizada e conquistável, que seria capaz de frear seu senso humor para não se sobressair num diálogo com um homem.
Eu perco o bofe mas não perco a piada.
Ele afirma que humor é uma capacidade muito mais inerente aos homens do que às mulheres. Porque para os homens, ser engraçado é uma arma usada na conquista. Eu e todas as mulheres que conheço adoramos homens que nos fazem rir. Mas nunca ouvi um amigo sequer, falando empolgado sobre ter tesão por uma mulher que o faz dar gargalhadas.
Ele é mais taxativo do que isso. Afirma que “há mais humoristas mulheres péssimas do que humoristas homens péssimos (...) e se você olhar mais de perto, verá que a maioria é gorda, lésbica, judia ou um misto destas três coisas”. Eu acho isso muito foda, mas se você passar por cima da má impressão, vai ver que ele não está dizendo nenhuma mentira. Eu, que não sou gorda, nem lésbica, nem judia e tenho pretensões de um dia viver às custas de textos de humor, estou praticamente na lama. É isso, então?
Estranho, mas ler o ensaio não me deixou com esta sensação. Pelo contrário. Apesar de concordar com tudo e achar o texto genial, me sinto ainda mais especial por não fazer parte da maioria pasteurizada e conquistável, que seria capaz de frear seu senso humor para não se sobressair num diálogo com um homem.
Eu perco o bofe mas não perco a piada.
7 de mar. de 2007
Choro Tecnico
Sempre tive uma inveja danada de quem sabe chorar bonito. Aquele choro digno em que as lágrimas escorrem mas o rímel não. O choro que a gente vê em todos os capítulos das novelas da Gloria Perez e das mexicanas. Que não deixa o nariz batatudo, nem vermelho, nem escorrendo. O choro que permite que você fale durante, sem engasgar, soluçar e tossir.
O meu choro é o mais feio que eu já vi. E como sou uma pessoa que chora com facilidade, vira e mexe preciso lavar o rosto no banheiro da firma, esperar todo mundo sair do cinema, não atender o telefone em dia de eliminação do big brother ou simplesmente não usar rímel.
Devia existir um curso para isso. Você passaria por treinamentos em que aprenderia a identificar e lidar com os diferentes tipos de choro: o sem-motivo, o interminável, o compulsivo, o de alegria. Mas tudo com um objetivo final muito claro, um nível de aprendizado e auto-controle altíssimo. As poucas mulheres que conseguissem chegar ao final deste curso seriam admiradas e invejadas, virariam referência e dariam palestras pelo mundo. E quando elas andassem pelas ruas, as outras iriam se cutucar e comentar com admiração:
- Essa daí engole.
O meu choro é o mais feio que eu já vi. E como sou uma pessoa que chora com facilidade, vira e mexe preciso lavar o rosto no banheiro da firma, esperar todo mundo sair do cinema, não atender o telefone em dia de eliminação do big brother ou simplesmente não usar rímel.
Devia existir um curso para isso. Você passaria por treinamentos em que aprenderia a identificar e lidar com os diferentes tipos de choro: o sem-motivo, o interminável, o compulsivo, o de alegria. Mas tudo com um objetivo final muito claro, um nível de aprendizado e auto-controle altíssimo. As poucas mulheres que conseguissem chegar ao final deste curso seriam admiradas e invejadas, virariam referência e dariam palestras pelo mundo. E quando elas andassem pelas ruas, as outras iriam se cutucar e comentar com admiração:
- Essa daí engole.
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