A fonte é o pai de um amigo meu. Mas olha que delícia de cultura inútil.
Em todos os idiomas europeus, a palavra NOITE é formada pela letra N + o número 8 escrito por extenso.
A letra N é o símbolo matemático de infinito e o 8 deitado também simboliza infinito. Ou seja, noite significa, em todas as línguas, a união do infinito.
Em português: noite = n + oito
Em inglês: night = n + eight
Em alemão: nacht = n + acht
Em espanhol: noche = n + ocho
Em francês: nuit = n + huit
Em italiano : notte = n + otto
Agora você já sabe. Se alguém chegar com aquele papinho de elevador de que a noite é uma criança, pensa nisso e arrasa no comentário.
União do infinito é lindo de morrer.
Eu gosto da palavra bacanérrimo desde a primeira vez que ouvi. Desde então, uso mesmo. Sinceramente, este foi o único critério para escolher o nome do meu blog. Gosto de escrever mas tenho vergonha de mostrar o que escrevo. Então decidi ficar escondida atrás de uma URL simpática. E esperar que alguma coisa que eu escreva aqui vire spam e chegue um dia por e-mail, como se fosse um texto do Luiz Fernando Veríssimo. Ui, seria a glória.
28 de jun. de 2007
15 de jun. de 2007
Presente de namorado grego
Não sei você, mas eu nunca dei sorte com presente de namorado. Minto, já rolaram alguns presentes bem fofos, sim. Mas por algum motivo não consigo lembrar de nenhum para citar (logo, não foram tão fofos assim). O que lembro mesmo foi da sensação de “o que é que eu digo agora?” depois de abrir os pacotes.
Já ganhei aqueles bichos de pelúcia com olho de gente. Pra mim não tem coisa mais deprimente do que um urso com cílios da Elke Maravilha. Pois ganhei o mais chavão de todos, da Lionella. Nunca tirei da caixa.
Outra vez o presente até que era ok, mas o gato errou no cartão: ele comprou um desses que se dá para recém-nascidos. Aliás, por que dar um cartão para um recém-nascido? Tinha a ilustração meiga de um cachorrinho de fraldas e os dizeres eram algo como “que bom que você chegou, fofura”. Branco na hora de escrever um cartão eu entendo. Mas para comprar é de doer.
Mais um: na época da faculdade, eu era pouco mais do que uma adolescente e me apaixonei por um cara intelectual. Estava encantada e vivia me esforçando para mostrar que eu era suuuper madura para a minha idade. Adivinha o que ele me deu de presente? Um diário desses bem teenager, com ilustrações e adesivos para colar. Ju-ro.
Para fechar com chave de ouro: viagenzinha romântica, praia, tudo lindo. Até que chega a hora de trocar presentes. E eu me deparo com um CD da Lecy Brandão. Não, não era o acústico MTV da Lecy Brandão que, se existisse, já seria bem bizarro. Era um daqueles tipo: os 20 maiores sucessos. Juro que procurei a câmera escondida do Faustão. Dei uma sonora gargalhada e pensei: ele tá me sacaneando, que bonitinho. Mas não.
Tem mais. Mas chega, né?
Já ganhei aqueles bichos de pelúcia com olho de gente. Pra mim não tem coisa mais deprimente do que um urso com cílios da Elke Maravilha. Pois ganhei o mais chavão de todos, da Lionella. Nunca tirei da caixa.
Outra vez o presente até que era ok, mas o gato errou no cartão: ele comprou um desses que se dá para recém-nascidos. Aliás, por que dar um cartão para um recém-nascido? Tinha a ilustração meiga de um cachorrinho de fraldas e os dizeres eram algo como “que bom que você chegou, fofura”. Branco na hora de escrever um cartão eu entendo. Mas para comprar é de doer.
Mais um: na época da faculdade, eu era pouco mais do que uma adolescente e me apaixonei por um cara intelectual. Estava encantada e vivia me esforçando para mostrar que eu era suuuper madura para a minha idade. Adivinha o que ele me deu de presente? Um diário desses bem teenager, com ilustrações e adesivos para colar. Ju-ro.
Para fechar com chave de ouro: viagenzinha romântica, praia, tudo lindo. Até que chega a hora de trocar presentes. E eu me deparo com um CD da Lecy Brandão. Não, não era o acústico MTV da Lecy Brandão que, se existisse, já seria bem bizarro. Era um daqueles tipo: os 20 maiores sucessos. Juro que procurei a câmera escondida do Faustão. Dei uma sonora gargalhada e pensei: ele tá me sacaneando, que bonitinho. Mas não.
Tem mais. Mas chega, né?
11 de jun. de 2007
Tratado sobre a mulher gaúcha
Apesar da formalidade do título, é lógico que este texto não tem nenhuma fundamentação. Ele começou a se formar na minha cabeça depois de um papo animadíssimo com velhos e novos amigos numa mesa de bar. Entre os novos amigos estava uma gaúcha, como eu, que soltou uma frase interessante: você não é exatamente amiga de uma mulher gaúcha, até ter um bom desentendimento com ela. Acho que para amigos isso não serve tanto. Mas não lembro de nenhum relacionamento que eu tenha tido que não passou pelo tal papo para colocar os pingos nos is. Uma conversa/discussão com teor suficiente para colocar um ponto final na bagaça, mas que foi fundamental para tudo ficar às mil maravilhas.
Coincidência ou não, fiquei divagando a respeito. E faz um sentido enorme que nós, mulheres gaúchas, tenhamos esta peculiaridade, essa enorme herança cultural. Somos “faca na bota” mesmo.
Sem generalizações, viemos de um estado em que, durante muito tempo, ter um bom cavalo era muito mais importante do que ter uma grande mulher por perto. Mesmo as novas gerações que já não sentem isso tão na pele, carregam o histórico de parentes que eram machistas (muitos fingem que não são mais) e de mulheres que sofreram preconceito quando não fizeram exatamente-o-que-a-sociedade-esperava-que-elas-fizessem. De novo, sem generalizações, somos exigentes para caralho, temos pé atrás, temos postura e pontos de vista muito claros, gostamos de expressá-los e, em hipótese nenhuma, levamos desaforo para casa. Pela honra e pelos genes das nossas mulheres ancestrais, que tanto sofreram e tanto nos influenciaram.
Não, nós não vamos sair queimando sutiãs nem vestidos de prenda por aí. Mas somos um pouco mais inflamáveis do que o padrão feminino. Aliás, quando as pessoas acham que a gente está alterada, para nós a discussão ainda nem começou. Somos naturalmente alteradas, para o bem e para o mal. Tudo isso para dizer que as mulheres gaúchas ladram mas não mordem. Isso, se você manter uma significativa distância dos nossos calos.
PS: Ler este texto pronto me deixou com uma impressão que eu odeio, abomino, detesto. A de que os gaúchos acham que são pessoas diferentes ou especiais. Pedi a opinião da Luciene, amigona, gaúcha e mulherão, que espontaneamente sentiu a mesma coisa. Não estou falando de diferenças aqui, mas apenas de peculiaridades. Só posso escrever com propriedade sobre a minha própria experiência. Este sentimento de superioridade é justamente o que estou questionando neste texto. Não faria nenhum sentido reafirmá-lo. Tá vendo como o estigma é forte?
Coincidência ou não, fiquei divagando a respeito. E faz um sentido enorme que nós, mulheres gaúchas, tenhamos esta peculiaridade, essa enorme herança cultural. Somos “faca na bota” mesmo.
Sem generalizações, viemos de um estado em que, durante muito tempo, ter um bom cavalo era muito mais importante do que ter uma grande mulher por perto. Mesmo as novas gerações que já não sentem isso tão na pele, carregam o histórico de parentes que eram machistas (muitos fingem que não são mais) e de mulheres que sofreram preconceito quando não fizeram exatamente-o-que-a-sociedade-esperava-que-elas-fizessem. De novo, sem generalizações, somos exigentes para caralho, temos pé atrás, temos postura e pontos de vista muito claros, gostamos de expressá-los e, em hipótese nenhuma, levamos desaforo para casa. Pela honra e pelos genes das nossas mulheres ancestrais, que tanto sofreram e tanto nos influenciaram.
Não, nós não vamos sair queimando sutiãs nem vestidos de prenda por aí. Mas somos um pouco mais inflamáveis do que o padrão feminino. Aliás, quando as pessoas acham que a gente está alterada, para nós a discussão ainda nem começou. Somos naturalmente alteradas, para o bem e para o mal. Tudo isso para dizer que as mulheres gaúchas ladram mas não mordem. Isso, se você manter uma significativa distância dos nossos calos.
PS: Ler este texto pronto me deixou com uma impressão que eu odeio, abomino, detesto. A de que os gaúchos acham que são pessoas diferentes ou especiais. Pedi a opinião da Luciene, amigona, gaúcha e mulherão, que espontaneamente sentiu a mesma coisa. Não estou falando de diferenças aqui, mas apenas de peculiaridades. Só posso escrever com propriedade sobre a minha própria experiência. Este sentimento de superioridade é justamente o que estou questionando neste texto. Não faria nenhum sentido reafirmá-lo. Tá vendo como o estigma é forte?
1 de jun. de 2007
Quer que desenhe?
Sempre fui muito melhor com as palavras escritas. Principalmente para dizer coisas importantes. Cartas, e-mails, esboços de coisas que precisam ser ditas sem gaguejar. Mando ver mesmo. Mas não tem nada mais difícil do que escrever coisas importantes nessas ferramentas de mensagens instantâneas que a gente usa todos os dias, tipo msn. Acontece que alguém estabeleceu algumas regras que atrapalham a comunicação nesses troços. Por exemplo: se você escreve em caixa alta está gritando (já me disseram isso). Às vezes você faz uma brincadeira que, para você é óbvio que é brincadeira, mas chega do lado de lá como uma bomba. E quando dá vontade de fazer o equivalente àquela olhada fulminante no fundo dos olhos. Como se faz isso? Como mandar um recado sutil nas entreletras (especialidade feminina)? Se passar alguma intenção em mensagens instantâneas é difícil, imagine segundas intenções. Deve ter sido por isso que inventaram aqueles desenhos tipo emoticons para ajudar. Você escreve o que quer dizer e, para não correr o risco da pessoa não entender sua intenção, você desenha (no meu tempo isso era como chamar de burro, acho péssimo). Para piorar, mensagens instantâneas exigem espirituosidade instantânea. Coisa que não existe, a não ser que você use chapéu de couro e seja um repentista dos bons. Quando tudo indica que o diálogo está engrenando, que o clima esta pintando, os comentários espirituosos ficam colados em algum lugar do seu cérebro. Como aquele pé de meia que sempre fica na parede da secadora de roupas. Eles não querem ser encontrados. Ou é a gente que quer falar tudo logo de uma vez, pessoalmente e bem de perto?
“Não me ajeito com os padres, os críticos e os canudinhos de refresco: não há nada que substitua o sabor da comunicação direta”. Mario Quintana
“Não me ajeito com os padres, os críticos e os canudinhos de refresco: não há nada que substitua o sabor da comunicação direta”. Mario Quintana
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