O mínimo que eu espero de um amor é ele seja tanto e tão forte que enquanto eu não estiver por perto, ele se sinta vazio, como se o mais importante da vida estivesse suspenso. Eu quero um amor que não tenha a menor dúvida de que eu sou a pessoa mais importante do mundo. Que perceba uma diferença gritante entre estar comigo e estar só. Que goste de ficar perto de mim e que faça questão de me tocar sempre que possível. Que adormeça aconchegado no meu colo e, de vez em quando, acorde e olhe bem fixamente para mim, só para se certificar de que toda aquela felicidade de estar ali é mesmo real e possível. Quero alguém que, às vezes me acorde, às vezes fique simplesmente velando meu sono e esperando o momento mágico que vai ser aquele em que eu acordar. Eu quero um amor que fique impaciente, andando de um lado para o outro, enquanto eu tomo um banho demorado ou troco de roupa. Simplesmente porque não vê a hora de sentir meu cheiro e de ter minha companhia de volta. Eu quero um amor que, ao pressentir que eu vou embora, comece a me cercar e me implorar para ficar mais. Que fique feliz em aprender comigo coisas importantes e bobagens.
Que quando eu apareça, ele tenha uma descarga tão forte de alegria a ponto dela ser notada em todas as partes do corpo. Tipo aquela expressão: amor saindo pelas orelhas. Eu quero um amor que viva por mim, para mim, que dedique as 24 horas do dia para me fazer feliz.
Quem tem cachorro fica com o nível de exigência de amor muito alto.
PS: Gato, eu vou mas eu volto. Viu?
Eu gosto da palavra bacanérrimo desde a primeira vez que ouvi. Desde então, uso mesmo. Sinceramente, este foi o único critério para escolher o nome do meu blog. Gosto de escrever mas tenho vergonha de mostrar o que escrevo. Então decidi ficar escondida atrás de uma URL simpática. E esperar que alguma coisa que eu escreva aqui vire spam e chegue um dia por e-mail, como se fosse um texto do Luiz Fernando Veríssimo. Ui, seria a glória.
28 de jan. de 2008
22 de jan. de 2008
Pós-balada gay
Eu tinha jurado para mim mesma que nunca mais iria a um lugar em que os meninos não gostam das meninas.
Mas já devia ter ido antes conhecer uma top, top balada gay aqui em Sampa. Vários amigos já tinham me chamado e eu sempre declinava. Até a noite de sábado. Noite em que fui e fiquei bege.
Eita gente que sabe se divertir. O lugar é maravilhoso, “coisa de primeiro mundo”, palavras dos amigos. O som é ótimo e bomba tanto que fazia vibrar até o meu nariz (imagina os ouvidos). E eu me perguntava: com essa sensação de tremedeira nas narinas por que tanta droga? Sim, porque elas são proporcionais aos gominhos nos abdômens da galera. Muita droga.
Percorri todos os ambientes e, já que não tinha nada para mim mesmo, me acabei dançando e resolvi encarar como uma experiência antropológica das mais divertidas. Por isso esta narrativa meio didática, meio explicativa.
Constatei que há uma espécie de parede imaginária que demarca áreas na balada. A primeira é o que a gente poderia chamar carinhosamente de “Heteros-aqui-por-gentileza”. Gentileza desde que as mulheres paguem mais caro do que os homens para entrar, estejam de cabelo preso e sem bolsa, que racha batendo o cabelão e a bolsa nos bíceps da galera, ninguém merece. Nem preciso dizer que é o canto menos animado.
Mais adiante tem outra área, onde ficam os gays mais reservados. Veja bem: reservados para os padrões deles, que ali minhas tias já teriam caído todas desmaiadas. Finalmente tem o canto dos descamisados. Lugar em que dá para pegar a testosterona no ar, colocar em vidrinhos e vender como souvenir na saída. Uh, baby.
A grande maioria dos homens eram lindos, animados e pervertidos. Tudo o que a gente gostaria de ter num hetero, mas nem fala porque acha que já está pedindo demais.
Saí de lá com invejinha da branca e depressão confessa. Meus amigos não sabiam se me consolavam ou se riam da minha cara de quem passou a noite toda à espera de um milagre.
Mas, definitivamente, descobri porque essa coisa de ser muito sarado e ficar sem camisa é coisa de gay e não das lésbicas. Em hipótese nenhuma um monte de mulheres ficaria dançando sem camisa, encontraria uma amiga/pretendente e daria um mega abraço suado, intercalando os peitões uns no meio dos outros. Forget, Margareth. Esqueça, Vanessa.
Mas já devia ter ido antes conhecer uma top, top balada gay aqui em Sampa. Vários amigos já tinham me chamado e eu sempre declinava. Até a noite de sábado. Noite em que fui e fiquei bege.
Eita gente que sabe se divertir. O lugar é maravilhoso, “coisa de primeiro mundo”, palavras dos amigos. O som é ótimo e bomba tanto que fazia vibrar até o meu nariz (imagina os ouvidos). E eu me perguntava: com essa sensação de tremedeira nas narinas por que tanta droga? Sim, porque elas são proporcionais aos gominhos nos abdômens da galera. Muita droga.
Percorri todos os ambientes e, já que não tinha nada para mim mesmo, me acabei dançando e resolvi encarar como uma experiência antropológica das mais divertidas. Por isso esta narrativa meio didática, meio explicativa.
Constatei que há uma espécie de parede imaginária que demarca áreas na balada. A primeira é o que a gente poderia chamar carinhosamente de “Heteros-aqui-por-gentileza”. Gentileza desde que as mulheres paguem mais caro do que os homens para entrar, estejam de cabelo preso e sem bolsa, que racha batendo o cabelão e a bolsa nos bíceps da galera, ninguém merece. Nem preciso dizer que é o canto menos animado.
Mais adiante tem outra área, onde ficam os gays mais reservados. Veja bem: reservados para os padrões deles, que ali minhas tias já teriam caído todas desmaiadas. Finalmente tem o canto dos descamisados. Lugar em que dá para pegar a testosterona no ar, colocar em vidrinhos e vender como souvenir na saída. Uh, baby.
A grande maioria dos homens eram lindos, animados e pervertidos. Tudo o que a gente gostaria de ter num hetero, mas nem fala porque acha que já está pedindo demais.
Saí de lá com invejinha da branca e depressão confessa. Meus amigos não sabiam se me consolavam ou se riam da minha cara de quem passou a noite toda à espera de um milagre.
Mas, definitivamente, descobri porque essa coisa de ser muito sarado e ficar sem camisa é coisa de gay e não das lésbicas. Em hipótese nenhuma um monte de mulheres ficaria dançando sem camisa, encontraria uma amiga/pretendente e daria um mega abraço suado, intercalando os peitões uns no meio dos outros. Forget, Margareth. Esqueça, Vanessa.
Não perco a piada.
Mulher quarentona facinha na balada é que nem homem de peruca.
Só eles acham que ninguém nota que tem alguma coisa errada.
Frase machista, ácida, preconceituosa, mas boa, vai... Todo mundo para que eu falei, rolou de rir.
Só eles acham que ninguém nota que tem alguma coisa errada.
Frase machista, ácida, preconceituosa, mas boa, vai... Todo mundo para que eu falei, rolou de rir.
13 de jan. de 2008
Más companhias
Ele era simplesmente do caralho. Você adorava ficar com ele. Te fazia bem. Até que ele se revelou um tremendo escroto.
A distância entre o do caralho e o escroto é muito pequena. O tempo todo juntos. Um não faz nada sem o outro. E depois, os escrotos são maioria.
Acabaram influenciando o coitado, de cabeça fraca.
A distância entre o do caralho e o escroto é muito pequena. O tempo todo juntos. Um não faz nada sem o outro. E depois, os escrotos são maioria.
Acabaram influenciando o coitado, de cabeça fraca.
10 de jan. de 2008
O que vale nesta vida é ser feliz
É exatamente isso o que diz Fábio Jr. na música Vinte e Poucos Anos. Provavelmente é isso que já te disseram a faxineira, a tia, o cobrador do ônibus, o locutor da rádio interna do supermercado, logo depois de anunciar o preço da berinjela. Nada mais óbvio. São coisas que, de tanto ouvir, perdem completamente o sentido na vida da gente. Não que a felicidade não seja a meta mas não tem nada que deixamos mais “para depois” do que ser feliz de verdade.
Por vários motivos. Primeiro porque meu pai não é dono de engenho (frase que ouvi outro dia e adotei) e, antes de ser feliz, tenho que ralar muito. Pelo menos parte da minha felicidade se compra, sim senhor. Segundo que, é claro que eu quero ter 2 filhos, um homem pra chamar Dirceu, mas isso bem que pode esperar mais uns anos, que eu ainda tenho muito o que viajar.
Todo mundo arranja motivos para ser feliz mais tarde. Tem gente que chega ao ponto de deixar para a próxima encarnação. Juro que já ouvi isso. E achei triste.
Acontece que, em 2007, a felicidade me deu uma fechada, tirou um fininho de mim. Foi muito rápido, eu vi só de relance, mas chegou tão perto que eu tenho certeza de que sou capaz de reconhecê-la quando a gente se cruzar de novo por aí.
Isso fez um estrago daqueles na minha racionalidade e nos meus movimentos friamente calculados. Quero mudar tudo. Todas as minhas prioridades.
Chegar a esta conclusão agora foi mera coincidência. Mas como comecei com um clichê, vou terminar com outro: em 2008 vou mudar um monte de coisas eu vou ser muito mais feliz.
Foi o que me desejaram minha faxineira, minha tia, o cobrador, o locutor. Todo mundo, menos o Fábio Jr.
Por vários motivos. Primeiro porque meu pai não é dono de engenho (frase que ouvi outro dia e adotei) e, antes de ser feliz, tenho que ralar muito. Pelo menos parte da minha felicidade se compra, sim senhor. Segundo que, é claro que eu quero ter 2 filhos, um homem pra chamar Dirceu, mas isso bem que pode esperar mais uns anos, que eu ainda tenho muito o que viajar.
Todo mundo arranja motivos para ser feliz mais tarde. Tem gente que chega ao ponto de deixar para a próxima encarnação. Juro que já ouvi isso. E achei triste.
Acontece que, em 2007, a felicidade me deu uma fechada, tirou um fininho de mim. Foi muito rápido, eu vi só de relance, mas chegou tão perto que eu tenho certeza de que sou capaz de reconhecê-la quando a gente se cruzar de novo por aí.
Isso fez um estrago daqueles na minha racionalidade e nos meus movimentos friamente calculados. Quero mudar tudo. Todas as minhas prioridades.
Chegar a esta conclusão agora foi mera coincidência. Mas como comecei com um clichê, vou terminar com outro: em 2008 vou mudar um monte de coisas eu vou ser muito mais feliz.
Foi o que me desejaram minha faxineira, minha tia, o cobrador, o locutor. Todo mundo, menos o Fábio Jr.
Pensa rápido
Parece lenda urbana, mas não é. A Rosa, minha assistente standard plus para assuntos do lar, me contou essa.
Ela tem uma amiga crente, dessas igrejas em que a pessoa não pode cortar o cabelo e tem que usar uns vestidos longos. Não sei qual, afinal são tantas... Bom, a filha dessa amiga, igualmente crente, tem 19 anos e freqüenta um grupo de estudos evangélicos toda quarta à noite. O pai evangélico leva e busca a filha na igreja, que uma crente de 19 não pode andar sozinha à noite, em nome de Jesus. Acontece que o pai arranjou um bico de vigia e a carola teve que ir sozinha mesmo. Na volta, andando com seus longos cabelos esvoaçantes, seu vestido comprido e sua Bíblia debaixo do braço, ela avista um grupo de maloqueiros e não dá outra: eles a cercam e começam a dizer uma série de barbaridades, movidos pelo capeta.
Ô, sua crente gostosa. A gente vai pegar você, vai levar pra um lugar deserto, vai tirar esse teu vestido, vai fazer misérias com esse teu corpinho. Nem adianta rezar que de hoje você não passa.
A mina fica desesperada, começa a ter um milhão de pensamentos ao mesmo tempo: o que eu faço? Se eu correr vai ser pior. Se eu reagir, eles me espancam. Se eu gritar, idem. Aimeudeus, preciso pensar em alguma coisa, rápido.
Então ela abre os braços, segurando a Bíblia numa das mãos, com os cabelos e o vestido longos e esvoaçantes, e tasca essa pérola:
- Podem fazer o que quiserem comigo, que eu não sou deste mundo mesmo.
Os maloqueiros saem correndo, apavorados e, a essa hora, devem estar repensando a vida, as atitudes. Se bobear, se converteram. Eu faria o mesmo. Que meda.
Claro que Jesus levou os créditos quando ela chegou em casa contando essa. Mas eu acho que o mérito é todo dela. Raciocínio rápido é tudo nessa vida.
Ela tem uma amiga crente, dessas igrejas em que a pessoa não pode cortar o cabelo e tem que usar uns vestidos longos. Não sei qual, afinal são tantas... Bom, a filha dessa amiga, igualmente crente, tem 19 anos e freqüenta um grupo de estudos evangélicos toda quarta à noite. O pai evangélico leva e busca a filha na igreja, que uma crente de 19 não pode andar sozinha à noite, em nome de Jesus. Acontece que o pai arranjou um bico de vigia e a carola teve que ir sozinha mesmo. Na volta, andando com seus longos cabelos esvoaçantes, seu vestido comprido e sua Bíblia debaixo do braço, ela avista um grupo de maloqueiros e não dá outra: eles a cercam e começam a dizer uma série de barbaridades, movidos pelo capeta.
Ô, sua crente gostosa. A gente vai pegar você, vai levar pra um lugar deserto, vai tirar esse teu vestido, vai fazer misérias com esse teu corpinho. Nem adianta rezar que de hoje você não passa.
A mina fica desesperada, começa a ter um milhão de pensamentos ao mesmo tempo: o que eu faço? Se eu correr vai ser pior. Se eu reagir, eles me espancam. Se eu gritar, idem. Aimeudeus, preciso pensar em alguma coisa, rápido.
Então ela abre os braços, segurando a Bíblia numa das mãos, com os cabelos e o vestido longos e esvoaçantes, e tasca essa pérola:
- Podem fazer o que quiserem comigo, que eu não sou deste mundo mesmo.
Os maloqueiros saem correndo, apavorados e, a essa hora, devem estar repensando a vida, as atitudes. Se bobear, se converteram. Eu faria o mesmo. Que meda.
Claro que Jesus levou os créditos quando ela chegou em casa contando essa. Mas eu acho que o mérito é todo dela. Raciocínio rápido é tudo nessa vida.
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