Minha bunda sumiu. Veja bem, o verbo é sumir e não cair. Quem foi minha colega de faculdade pode testemunhar que fui Miss Bumbum no dia do trote dos calouros. Ok, isso não é nenhum mérito e foi lá pelos idos de 91. Mas que eu tinha bunda, tinha. Estou a ponto de colocar fotos em caixas de leite, faixas pelo bairro. Acho que não nos veremos mais. Paciência.
Meus cílios cresceram. Eles nunca fizeram curva antes. Nem quando eu caprichava no rímel. De uns tempos para cá estão mais longos e com as pontinhas viradas para cima. Minha amiga Cris que faz minha make em ocasiões para lá de especiais já nem coloca mais os tufinhos postiços nos cantos, que eu tanto amo. Ela diz que não precisa. E se ela diz, eu acredito.
Meus cabelos amansaram. Eles continuam cacheados, longos, com frizz. Mas agora não são mais indomáveis. Acho que encontrei o creme certo. Encontrei não, a Cris (de novo ela) me apresentou. Por baixo eles estão alisando. Os brancos estão vindo com cada vez mais força mas eu ainda não preciso pintar. Arranco todos que vejo. Sou mais forte do que eles. Alguns estão adquirindo um tom acobreado. Pensei que era sol mas é falta de pigmento mesmo. Pré-cabelo-branco. Ai, ai.
Cintura, nunca tive. Sempre fui meio reta, meio tábua. Panturrilha também não, mas agora eu tenho. De ouro.
Barriguinha. Adquiri. Mas hei de queimar. Braços, tenho que firmar. Coxas idem. Segunda-feira eu começo.
Pés agora eu mostro. Antes tinha vergonha, hoje acho eles bem normais. Eles não mudaram. Fui eu.
Celulite. Positivo. Estrias. Operante, mas bem poucas. Quase nada. Espinhas. Ainda.
Rugas nos cantos dos olhos também andam marcando presença. Nunca usei creme mas sei que tenho que começar.
Nada mudou nas minhas mãos. Mas já me disseram que mão denuncia a idade. Essa eu não sabia.
Peso não aumentou. Miopia aumentou. Agora tenho 5,25 e meu oftalmo falou que não posso fazer cirurgia porque não estabilizou. Ufa, odeio cirurgias.
Pescoço, ok. Queixo, ok. Peitos pequenos, de verdade, para o alto e avante. Saboneteiras, lindas de morrer. Sardas no colo, odeio. Tenho que usar pencas de protetor solar para elas pararem de pintar por lá.
Pêlos não diminuem com o passar dos anos como mentiu minha depiladora. Mas descobri que depilação é que nem cócega. Quando os outros fazem a gente sente mais. Eu mesmo cuido disso com meu Satinelle da Phillips (não é merchandising, é gratidão).
Quando fico de ressaca é para valer. Passo o dia seguinte inteiro sem prestar para nada.
Cabo da Boa Esperança, aqui vou eu.
Eu gosto da palavra bacanérrimo desde a primeira vez que ouvi. Desde então, uso mesmo. Sinceramente, este foi o único critério para escolher o nome do meu blog. Gosto de escrever mas tenho vergonha de mostrar o que escrevo. Então decidi ficar escondida atrás de uma URL simpática. E esperar que alguma coisa que eu escreva aqui vire spam e chegue um dia por e-mail, como se fosse um texto do Luiz Fernando Veríssimo. Ui, seria a glória.
27 de mai. de 2008
21 de mai. de 2008
Ombro amigo. Adoro.
Você tem uma sensação constante de que os problemas dos outros são muito menores do que os seus? Claro que não estou falando de problemas absurdos tipo jogarem minha filha de 5 anos pela janela ou alguém da minha família estar doente. Problemas normais, de mulherzinha, tipo falta de auto-estima, relacionamentos complicados, angústias, crises no trabalho, etc.
Eu me sinto uma analista fodalhona toda vez que minhas amigas fazem meu ombro de divã e pedem conselhos sobre a vida. Sempre tenho alguma coisa sábia a dizer. A impressão que dá é que a solução para os problemas delas é tão simples e clara que nem problema elas têm.
Acho que é assim com todo mundo. Uma mistura de egoísmo e generosidade. Você adora e se sente apta a resolver os problemas dos outros simplesmente porque nada pode ser pior do que os seus. Viver a sua vida com as suas mazelas torna você phd em problemas. Agora ouve a voz da minha experiência e faça isso ou aquilo. Ora, isso lá é problema que se apresente? Se eu te contar o que estou passando...
Daí eu conto e acontece o mesmo, só que ao contrário: alguém ouve os meus lamentos e tenta me mostrar que eu estou fazendo tempestade num copo d’água tônica. Enquanto ouço o diagnóstico sábio da minha amiga confesso que sempre penso: esta pessoa não tem idéia do que é passar por um problema deste tamanho. De novo, meus lamentos são maiores do que qualquer coisa que ela já viveu. Vou deixar ela falar, que ela é uma fofa, a intenção é boa, mas vai entrar por um ouvido e sair pelo outro.
O mais louco é que, mesmo assim, a gente continua ouvindo e procurando as boas amigas quando a coisa aperta. E sinceramente a gente precisa disso. A gente ama isso. A necessidade de ouvir e de falar continua. Acho que é porque verbalizar as coisas alivia. Falar de problemas e soluções organizam as nossas idéias. Nunca fiz mas este deve ser um dos princípios da terapia.
Olha eu aqui de novo, falando como uma analista fodalhona. E você aí pensando: ok, vou fingir que isso me tocou de alguma forma, que me identifiquei. Talvez eu até deixe um comentário. Pura educação.
Eu me sinto uma analista fodalhona toda vez que minhas amigas fazem meu ombro de divã e pedem conselhos sobre a vida. Sempre tenho alguma coisa sábia a dizer. A impressão que dá é que a solução para os problemas delas é tão simples e clara que nem problema elas têm.
Acho que é assim com todo mundo. Uma mistura de egoísmo e generosidade. Você adora e se sente apta a resolver os problemas dos outros simplesmente porque nada pode ser pior do que os seus. Viver a sua vida com as suas mazelas torna você phd em problemas. Agora ouve a voz da minha experiência e faça isso ou aquilo. Ora, isso lá é problema que se apresente? Se eu te contar o que estou passando...
Daí eu conto e acontece o mesmo, só que ao contrário: alguém ouve os meus lamentos e tenta me mostrar que eu estou fazendo tempestade num copo d’água tônica. Enquanto ouço o diagnóstico sábio da minha amiga confesso que sempre penso: esta pessoa não tem idéia do que é passar por um problema deste tamanho. De novo, meus lamentos são maiores do que qualquer coisa que ela já viveu. Vou deixar ela falar, que ela é uma fofa, a intenção é boa, mas vai entrar por um ouvido e sair pelo outro.
O mais louco é que, mesmo assim, a gente continua ouvindo e procurando as boas amigas quando a coisa aperta. E sinceramente a gente precisa disso. A gente ama isso. A necessidade de ouvir e de falar continua. Acho que é porque verbalizar as coisas alivia. Falar de problemas e soluções organizam as nossas idéias. Nunca fiz mas este deve ser um dos princípios da terapia.
Olha eu aqui de novo, falando como uma analista fodalhona. E você aí pensando: ok, vou fingir que isso me tocou de alguma forma, que me identifiquei. Talvez eu até deixe um comentário. Pura educação.
19 de mai. de 2008
Sobre como é bom estar de volta
Uma mulher percebe que ficou muito tempo longe dos amigos quando descobre um fio de cabelo branco enorme, comprido e absolutamente visível na parte de trás da cabeça. Devia estar lá há um bom tempo mas ninguém era íntimo o suficiente. Ninguém teve a manha de avisar ou arrancar.
18 de mai. de 2008
Desabafo rápido
Sábado à noite. Aniversário de um amigo. Eu e outra amiga conversando próximas ao balcão. De repente um amigo do meu amigo (explico assim para você entender que não se tratava de nenhum maloqueiro) chega tentando arranjar uma brecha para ir até o balcão lotado. Ele passa colado na gente e fala para minha amiga:
Vou ter que passar aqui por trás para chegar no balcão. Se você sentir alguma coisa foi por querer viu. Ele ainda repetiu. Se sentir alguma coisa, foi muito por querer.
Eu fiquei tão passada que não agüentei e disse: Nossa, mas que grosseria foi essa?
Gente, eu tô ficando louca? Se um cara pode dizer isso para uma mulher eu também posso distribuir pescotapas, certo? Eca.
Vou ter que passar aqui por trás para chegar no balcão. Se você sentir alguma coisa foi por querer viu. Ele ainda repetiu. Se sentir alguma coisa, foi muito por querer.
Eu fiquei tão passada que não agüentei e disse: Nossa, mas que grosseria foi essa?
Gente, eu tô ficando louca? Se um cara pode dizer isso para uma mulher eu também posso distribuir pescotapas, certo? Eca.
15 de mai. de 2008
Trágico se não fosse cômico
Claro que vou omitir nomes porque é um assunto delicado. Mas olha que delícia de história verídica.
Conheci a amiga de uma amiga recentemente. Gente boa, figura. Fui a um jantar na casa dela que estava toda animada, colocando músicas de carnaval que acabara de baixar na internet. Até que o shuffle do ipod baixou o astral com uma música do Cartola. Eu comentei que adorava e que tinha um CD do Ney Matogrosso cantando Cartola que era maravilhoso. Percebi que ela fez uma cara estranha e comentou: Nossa, há quanto tempo eu não ouço falar do Ney Matogrosso. Que estranho você falar nele... Estranho por que?
Porque minha avó morreu de rir do Ney Matogrosso.
Foi exatamente isso: a avó estava assistindo o Cassino do Chacrinha e o Ney Matogrosso começou a cantar e dançar daquele jeito que a gente bem conhece. A vovó começou a rir, mas rir tanto que teve um piripaque e partiu desta para melhor.
Adoro esta história. E se pudesse escolher, queria morrer exatamente assim.
Conheci a amiga de uma amiga recentemente. Gente boa, figura. Fui a um jantar na casa dela que estava toda animada, colocando músicas de carnaval que acabara de baixar na internet. Até que o shuffle do ipod baixou o astral com uma música do Cartola. Eu comentei que adorava e que tinha um CD do Ney Matogrosso cantando Cartola que era maravilhoso. Percebi que ela fez uma cara estranha e comentou: Nossa, há quanto tempo eu não ouço falar do Ney Matogrosso. Que estranho você falar nele... Estranho por que?
Porque minha avó morreu de rir do Ney Matogrosso.
Foi exatamente isso: a avó estava assistindo o Cassino do Chacrinha e o Ney Matogrosso começou a cantar e dançar daquele jeito que a gente bem conhece. A vovó começou a rir, mas rir tanto que teve um piripaque e partiu desta para melhor.
Adoro esta história. E se pudesse escolher, queria morrer exatamente assim.
7 de mai. de 2008
Gente mala
De acordo com as novas regras de segurança dos aeroportos para controle de bagagens de mão, quanto mais perua ou mais metrosexual for a pessoa, mais chances ela tem de ser terrorista. Esqueça aquele preconceito tolo contra os muçulmanos barbudos e gente com pano na cabeça. Graças a estas novas regras eles tiveram uma trégua merecida. Quem está sob a mira das câmeras do circuito interno de segurança e realmente atravanca a fila do raio x é aquela patricinha com a frasqueira cheia de cremes, perfumes e maquiagens importadas: “Eu despacho, eu despacho, mas tira a mão do meu demaquilante agora”. As Drags, tadinhas, despacham o glamour, preferem vir desmontadas e passam a viagem inteira morrendo de inveja da make das aeromoças da Tam (!!!). Já os indefesos metrosexuais são obrigados a tirar o pulôver de cima dos ombros e colocá-lo numa caixa. Sentindo-se nus eles são fuzilados pelos olhares constrangedores dos funcionários da segurança. A bolsa passa pelo raio x, a mocinha olha, volta, baixa os óculos para a ponta do nariz e confere mais de perto na tela. “O que é este frasco grande na sua mochila? Creme de barbear?”. O metro, já tenso, responde: “Juro que não. Eu faço barba a laser tem 8 meses. Pode conferir”.
Mães com crianças também passam perrengue. E não é porque o pirralho fica 5 horas berrando e chutando a poltrona da frente, que para isso elas nem ligam. É pelo conteúdo das mamadeiras. Leite Ninho, Toddynho, hummm, suspeito.
Eu fui obrigada a tirar as botas e pagar o mico de mostrar minhas meias amarelas do Homer Simpson para todo mundo. Depois da sessão desapego com meus shampoos, a funcionária da companhia me alertou: se você tiver rímel na bagagem de mão, coloca num plástico para passar no raio x. Ela insistia nisso, falou várias vezes sobre o rímel. Mas por que mesmo? Será que existe uma bomba a la 007 cujo detonador é a escovinha do rímel? Será que esta bomba tem poderes de destruição altíssimos e lança estilhaços de cerdas de nylon fulminantes direto na jugular dos passageiros? Depois que o avião decola a Pati-bomba vai sorrateira retocar a make leve no banheirinho claustrofóbico e joga tudo mais pelos ares ainda num simples girar de tampa do rímel Dior (o melhor, diga-se de passagem).
Por outro lado, ninguém me tira da cabeça que o frango ao molho de gorgonzola que serviram no vôo Lisboa-São Paulo era uma arma química das mais destrutivas. Não encarei.
PS: Voltei.
Mães com crianças também passam perrengue. E não é porque o pirralho fica 5 horas berrando e chutando a poltrona da frente, que para isso elas nem ligam. É pelo conteúdo das mamadeiras. Leite Ninho, Toddynho, hummm, suspeito.
Eu fui obrigada a tirar as botas e pagar o mico de mostrar minhas meias amarelas do Homer Simpson para todo mundo. Depois da sessão desapego com meus shampoos, a funcionária da companhia me alertou: se você tiver rímel na bagagem de mão, coloca num plástico para passar no raio x. Ela insistia nisso, falou várias vezes sobre o rímel. Mas por que mesmo? Será que existe uma bomba a la 007 cujo detonador é a escovinha do rímel? Será que esta bomba tem poderes de destruição altíssimos e lança estilhaços de cerdas de nylon fulminantes direto na jugular dos passageiros? Depois que o avião decola a Pati-bomba vai sorrateira retocar a make leve no banheirinho claustrofóbico e joga tudo mais pelos ares ainda num simples girar de tampa do rímel Dior (o melhor, diga-se de passagem).
Por outro lado, ninguém me tira da cabeça que o frango ao molho de gorgonzola que serviram no vôo Lisboa-São Paulo era uma arma química das mais destrutivas. Não encarei.
PS: Voltei.
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