Eu andava órfã de um bom programa de humor desde que a Bispa Sônia foi para o xilindró. Ficava zapeando por todos os canais na busca de algo que me fizesse dar uma gargalhada tão sonora quanto a que eu soltei quando ouvi a gênia dizendo que “Deus é uma coisa quentinha e gostosinha”, que “o que diferencia um homem e uma mulher perante Deus é que a mulher se maquia e se enfeita e o homem não” ou que “Jesus era um cara piradão que não morreu, só resolveu dar um tempo”. Com licença, mas palmas para ela. Alguém capaz de dizer estas maravilhas tem mesmo que andar com aquela pulseirinha localizadora no tornozelo, comum entre as ararinhas-azuis, os pingüins e os golfinhos que aparecem no Globo Repórter. Os seres humanos precisam ficar de olho e investigar mais sobre esta espécie.
Agora tem outro programa de humor à altura, que é o Horário Eleitoral. Vejo sempre que posso e me deleito com o desfile de aberrações e caras-de-pau. Os partidos nanicos capricham nos trocadilhos como “Pode entrar que a causa é sua”. Adoro. Teve até paródia dos comerciais de Brastemp. Pessoas sentadas em poltronas diziam que aquele candidato não era assim, um Valente. Enaltecendo o candidato Ivan Valente do PSOL. Ver o Maluf caindo no samba e totalmente desconfortável, abraçando os populares é uma piada muito melhor do que qualquer coisa que eu tenha visto recentemente na TV. E os candidatos a vereador? A turma acha que ser parente ou amigo de alguma celebridade duvidosa já credencia para assumir um cargo público. Eu estou seriamente dividida entre a mulher do Maguila, o filho do Romeu Tuma, o advogado do Ratinho, o amigo do Marcelinho Carioca e o filho do Enéas (esse, apesar da semelhança, dizem que nem filho é). Tem também a categoria Pagodeiros na Pindaíba, todos disputando um cargo com Agnaldo Timoteo, Sergio Malandro e Tiririca. Aliás, o Tiririca é mais engraçado neste programa do que nos outros em que apareceu antes. E as perguntas que não querem calar: Quem é 27? Eu sou 27. Quem é 27? Eu sou 27 (repita isso exaustivamente até acabar o tempo do partido). Por favor, alguém avisa para aquele senhor que pinta o bigode que não vai rolar aerotrem em São Paulo. Por que ele insiste nisso?
O destaque musical eu deixo para a tortura da propaganda da Marta. Aquele carrega na catraca, carrega na catraca, carrega na catraca me causa uma irritação comparável apenas a escutar Morango do Nordeste no talo.
Mas o que realmente intriga é a fúria do pessoal assumindo que está com Maluf e não abre. Aquela mulher que berra que as pessoas estão estressadas e perdendo para o trânsito. Amiga, não tem mais ninguém gritando aqui. Estressada é você, bem. Respira fundo, vai. Mas eu entendo. Contratam a coitada para dizer que Maluf é o cara, que ela vai votar nele e tem orgulho disso. Qualquer um ficaria muito puto.
Eu gosto da palavra bacanérrimo desde a primeira vez que ouvi. Desde então, uso mesmo. Sinceramente, este foi o único critério para escolher o nome do meu blog. Gosto de escrever mas tenho vergonha de mostrar o que escrevo. Então decidi ficar escondida atrás de uma URL simpática. E esperar que alguma coisa que eu escreva aqui vire spam e chegue um dia por e-mail, como se fosse um texto do Luiz Fernando Veríssimo. Ui, seria a glória.
26 de set. de 2008
23 de set. de 2008
Banheiro Feminino
Este foi um dos temas do papo com as amigas no fim de semana. Qual o propósito da tal curiosidade em torno do banheiro feminino? Não entendo e nem conheço nenhuma mulher que tenha ficado imaginando o contrário: humm, olha aqueles dois caras entrando juntos no banheiro. O que será que eles fazem lá dentro? Da nossa parte, pode acreditar, ir com uma amiga ao banheiro não passa de comodismo. Já que você vai eu também vou. O motivo é o óbvio: xixi ou maquilagem. Pronto. Desculpe se destruí um mito mas não passa disso. Para falar bem a verdade, até acontecem mais coisas num banheiro feminino mas a gente não costuma contar porque é bem escatológico. Não é para manter o mistério. É vergonha alheia mesmo. Banheiro feminino é normalmente um nojo. A mulherada em geral detona e não está nem aí. Os homens erram a mira. As mulheres erram todo o resto. Fazem questão de deixar tudo (sim, eu disse tudo) espalhado pelo chão e fingem que desconhecem aquele misterioso botãozinho chamado descarga.
Outra coisa que sempre tem em banheiros femininos é alguém vomitando ou alguém chorando. E quanto mais alegre deveria ser a balada, mais gente chorando tem. Banheiro de carnaval e de reveillon é um rio de lágrimas, interditado por gente com o rímel escorrendo. E uma dica: nunca, em hipótese nenhuma, pergunte por que uma mulher está chorando no banheiro. Ela pode ficar agressiva e te botar os cachorros. Ou pode fazer pior: decidir te contar porque está chorando e te manter naquele ambiente fétido por muito mais tempo do que você merece. Coisa que as torneiras automáticas e os secadores de mão que nunca funcionam já costumam fazer muito bem.
Já vi toda sorte de bizarrices em banheiros femininos: da patricinha que me instruiu a mentalizar que a cor da transmutação é lilás, sempre que eu estivesse passando por uma situação difícil até a mulher linda, que todo mundo estava paquerando no bar minutos antes, flagrada lavando o sovaco na pia (falei que ia destruir mitos). Já vi uma que estava na minha frente na fila mas não pôde esperar e fez tudo ali mesmo, deixando a sua calça jeans clarinha gradualmente mais escura. Ju-ro. Vi duas amigas super legais e divertidas jogando o cesto de lixo cheio para dentro da baia da outra. Ou seja: cada uma jogou um cesto cheio de papéis sujos na cabeça da amiga. Fofo, né? E tem a famosa história que eu sempre conto da mina que falou: meu cabelo está tão sem volume, jogou a cabeleira para baixo e enfiou a testa na pia com direito a efeitos sonoros de um episódio do Chaves.
Vai por mim: quando bater a tal curiosidade, esquece. Nem queira saber.
Outra coisa que sempre tem em banheiros femininos é alguém vomitando ou alguém chorando. E quanto mais alegre deveria ser a balada, mais gente chorando tem. Banheiro de carnaval e de reveillon é um rio de lágrimas, interditado por gente com o rímel escorrendo. E uma dica: nunca, em hipótese nenhuma, pergunte por que uma mulher está chorando no banheiro. Ela pode ficar agressiva e te botar os cachorros. Ou pode fazer pior: decidir te contar porque está chorando e te manter naquele ambiente fétido por muito mais tempo do que você merece. Coisa que as torneiras automáticas e os secadores de mão que nunca funcionam já costumam fazer muito bem.
Já vi toda sorte de bizarrices em banheiros femininos: da patricinha que me instruiu a mentalizar que a cor da transmutação é lilás, sempre que eu estivesse passando por uma situação difícil até a mulher linda, que todo mundo estava paquerando no bar minutos antes, flagrada lavando o sovaco na pia (falei que ia destruir mitos). Já vi uma que estava na minha frente na fila mas não pôde esperar e fez tudo ali mesmo, deixando a sua calça jeans clarinha gradualmente mais escura. Ju-ro. Vi duas amigas super legais e divertidas jogando o cesto de lixo cheio para dentro da baia da outra. Ou seja: cada uma jogou um cesto cheio de papéis sujos na cabeça da amiga. Fofo, né? E tem a famosa história que eu sempre conto da mina que falou: meu cabelo está tão sem volume, jogou a cabeleira para baixo e enfiou a testa na pia com direito a efeitos sonoros de um episódio do Chaves.
Vai por mim: quando bater a tal curiosidade, esquece. Nem queira saber.
14 de set. de 2008
Velho da Pedroso
Na avenida Pedroso de Moraes em São Paulo, mora um mendigo que passa o dia inteiro escrevendo. Eu sempre tive uma curiosidade enorme de saber o que ele tanto escreve. Então, como passava por lá todos os dias, resolvi levar um prato de comida e ele me deu um dos seus escritos como forma de agradecimento. Fiz isso mais algumas vezes e tenho uma pequena coleção dos textos dele. Peguei amor.
Os textos são intrigantes. Com erros de português mas muito bem escritos, se é que isso é possível. Ele é articulado, usa palavras difíceis, tudo faz sentido (ou quase) e está catalogado com números e datas estranhas. O mais curioso é que ele encerra os textos com uma espécie de assinatura publicitária. Tudo acaba com “Casa Suíno. Modêlo em desigiêne”. Sim, suíno de porcos, “desigiêne” de falta de higiene, sujeira mesmo. Tem uma ironia nisso, o cara é bom. Gosto dele. Sempre que passo por ali vejo se está tudo bem. Ele gosta de morar lá, que eu sei. Já que eu estou meio sem tempo de escrever, aqui vai um texto que eu transcrevi exatamente como estava no papel que ele me deu. Não sei você, mas eu amei.
Oférta:
Géstas – Páginas Autógrafas.
Que
sua vida seja cômo a
da câna de assucar,
que sabe extrair da terra, a maior
douçura do mundo.
Ass. O “Condicionado”
SP. 4-8-1999+5(c).
Que – seria o Nº 377
16-2-99+6(c).
Casa Suíno
Modêlo em desigiêne.
Os textos são intrigantes. Com erros de português mas muito bem escritos, se é que isso é possível. Ele é articulado, usa palavras difíceis, tudo faz sentido (ou quase) e está catalogado com números e datas estranhas. O mais curioso é que ele encerra os textos com uma espécie de assinatura publicitária. Tudo acaba com “Casa Suíno. Modêlo em desigiêne”. Sim, suíno de porcos, “desigiêne” de falta de higiene, sujeira mesmo. Tem uma ironia nisso, o cara é bom. Gosto dele. Sempre que passo por ali vejo se está tudo bem. Ele gosta de morar lá, que eu sei. Já que eu estou meio sem tempo de escrever, aqui vai um texto que eu transcrevi exatamente como estava no papel que ele me deu. Não sei você, mas eu amei.
Oférta:
Géstas – Páginas Autógrafas.
Que
sua vida seja cômo a
da câna de assucar,
que sabe extrair da terra, a maior
douçura do mundo.
Ass. O “Condicionado”
SP. 4-8-1999+5(c).
Que – seria o Nº 377
16-2-99+6(c).
Casa Suíno
Modêlo em desigiêne.
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