Eu gosto da palavra bacanérrimo desde a primeira vez que ouvi. Desde então, uso mesmo. Sinceramente, este foi o único critério para escolher o nome do meu blog. Gosto de escrever mas tenho vergonha de mostrar o que escrevo. Então decidi ficar escondida atrás de uma URL simpática. E esperar que alguma coisa que eu escreva aqui vire spam e chegue um dia por e-mail, como se fosse um texto do Luiz Fernando Veríssimo. Ui, seria a glória.
13 de out. de 2010
O lugar do outro
Com o advento da rede mundial de computadores, qualquer pessoa chega a qualquer lugar sem dificuldade nenhuma. Coloca lá o endereço que te aflige e o Google Maps te mostra como chegar com direito a foto do cachorro fazendo xixi no poste em frente ao estabelecimento. Uma maravilha.
Mas existe um lugar totalmente inatingível para uma grande parte das pessoas. Elas simplesmente não sabem chegar nem visualizar, muito menos se colocar no lugar do outro. O que torna este planeta bem mais miserável do que deveria.
Conversei com um cara que eu respeito para caralho na semana passada e ele me contou que existem estudos psiquiátricos que comprovam que pessoas que não tiveram o colo da mãe, que tiveram carinho e atenção de menos quando crianças, se tornam adultos incapazes de se colocar no lugar das outras pessoas. Fiquei pasma. Ou eu tive colo e amor demais, ou existe uma superpopulação de pessoas criadas em chocadeira por aí.
E, sinceramente, me comovo muito menos com a infância seca delas do que com as pessoas a quem elas magoam pela vida.
Nunca fiz terapia mas, se tem um tema que eu acho que não é nem nunca será bem resolvido na minha cabeça de pudim, é sacanagem e falta de respeito de “amigos”. Alguém que eu considerava para caralho e um belo dia mostrou que a recíproca não era verdadeira, cagando para o que eu ia sentir, nem aí se eu iria sofrer. Este tipo de decepção é recorrente na minha vida e acaba comigo de um tanto, que fico imaginando o que precisaria fazer para que isso não me atinja tão em cheio. O brilhante Pedro Mexia tem uma frase que para mim é lema: “Eu esqueço facilmente o mal que me fazem mas nunca perdôo o bem com que me iludem”. E tenho dito.
Olha que louco: segundo estes estudos que eu falei ali em cima, os sem-colo, os sem-afeto-materno não só não se colocam no lugar de quem prejudicam, como não entendem porque as pessoas ficam putas com eles. Acham que quem se magoa com as barbaridades que eles fazem são rígidos demais, têm excesso de regras na vida.
Como você notou, este assunto me atormenta, mas juro que me conforta saber que estes falsetões não passam de infelizes mesmo. Ah, não teve colo? No que depender de mim, vai continuar não tendo. Quero que se fodam.
5 de out. de 2010
Futilidade sem F
Você acabou de passar rímel e acha que deu aquela exagerada ou, pior, seu rímel não é dos melhores e deixou seus cílios colados por causa do excesso. Olha que dica inusitada para tirar o excesso sem precisar remover todo o rímel e fazer o olhão do zero.
Pegue uma pinça (vai por mim, confia).
Escolha um pelinho bem do meio da sobrancelha que fica em cima do olho que está lotado de rímel. Arranque o pelinho rápido, para fazer doer mesmo. Aguarde alguns segundos. É batata que você vai ser acometida de uma vontade desesperada de espirrar. Espirre sem dó. Pronto. O espirro vai fazer seus olhos lacrimejarem e piscarem numa velocidade tão alta, que todo o excesso de rímel vai se alojar automaticamente na parte de baixo do olho. Facinho de remover com algodão ou um cotonete. Pode fazer que eu garanto.
Outra: você tem alguns fios de cabelo branco mas consegue tirar um aqui, outro ali. Acha que consegue segurar por mais um tempo sem precisar pintar. Ótimo. Mas vai chegar um momento em que você vai ficar em dúvida se está ou não na hora de parar de lutar contra a falta de pigmentação e se jogar na coloração. Acontece com todo mundo. E é hora de fazer o que eu denominei Teste da Luz Negra.
Eu explico: vá a uma balada que tenha luz negra e espelhos. Eu sei que essa combinação é meio 80’s demais, mas vale o garimpo. Assim que estiver lá dentro do ambiente com luz negra, aproxime-se de um espelho (pode levar um na bolsa, se preferir). Todo e qualquer fio de cabelo branco da sua cabecinha de pudim vai ficar fluorescente. Você vai ver a verdade nua, crua e espetada, como os primeiros fios brancos costumam ser. Aí vai poder avaliar realmente se dá para enganar mais um pouco ou se vai apelar para os nuances de biocolor.
Aprendi com a vida. Gostou? Então bate aqui, amiga. Pá!
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