Sempre achei o Wando genial. Já escrevi sobre ele aqui mesmo, neste blog. Já fui ver show, fiz reverência na frente do palco e ganhei uma cafonérrima rosa colombiana. Mas em 2011 tive a oportunidade de conhecer e tietar muito o Wando por conta de um trabalho. E descobri que além de muito figura, ele é gente boa demais.
Quando chegou no estúdio para gravar, não era o Wando canastrão que eu tinha visto no show. Na verdade, tudo aquilo é um personagem que ele foi construindo com o tempo e que só aparece quando ele liga o microfone ou sobe no palco. Pode procurar uns vídeos antigos e reparar nas próprias letras das músicas. Ele começou fazendo samba e, só depois de cair no gosto da mulherada, começou a compor pérolas como “Vem minha safada, vem minha bandida, minha descarada, (…) vem matar o desejo desse teu animal”. Sinceramente, esta fase “obscena” é a que eu mais curto e conheço.
No estúdio ele chegou calmo, profissa, quase sério. Mas num dos corredores da produtora, passou por uma tiazinha da limpeza que, ao vê-lo, não conseguiu disfarçar a empolgação. Ele percebeu e, na hora, girou o botãozinho do personagem mode on. Falou, olhando nos olhos dela: “Quando eu acabar de gravar minha música a gente vai tirar umas fotos, eu e você. E a gente vai arrebentar”.
Nem preciso dizer que a tiazinha quase desmaiou de tanta alegria. Ele sabia exatamente quem precisava agradar como ídolo e como profissional. Gênio.
Depois, lógico, eu comecei a fazer perguntas. Ele me contou da coleção de 18 mil calcinhas. Perguntei onde ele guardava tudo isso e ele desconversou, dizendo que iria usar todas para fazer o cenário da próxima turnê. Isso nunca aconteceu. Mas seria genial (de novo). Perguntei da maçã, que ele sempre tem nos shows, e ele disse “que o nome dessa fruta deveria ser mulher” (uhuuu!!). E perguntei também sobre os pêssegos em calda, que ele distribui para as fãs no show. Ele respondeu: “Meus shows têm um ritual, são uma espécie de culto. E, por isso mesmo, têm que ter a hora da comunhão. Se na igreja elas ganham hóstia, no meu show elas ganham pêssego em calda. Mas eu me divirto: coloco logo o pêssego inteiro, com caroço e tudo. As mulheres fazem fila e eu coloco o pêssego na boquinha. E a boquinha é pequena demais pra tanto pêssego. É muito divertido ver a mulherada tentando acomodar aquele pêssego enorme na boca. Eu e a banda nos divertimos. Risos”.
Risos gerais.