Eu gosto da palavra bacanérrimo desde a primeira vez que ouvi. Desde então, uso mesmo. Sinceramente, este foi o único critério para escolher o nome do meu blog. Gosto de escrever mas tenho vergonha de mostrar o que escrevo. Então decidi ficar escondida atrás de uma URL simpática. E esperar que alguma coisa que eu escreva aqui vire spam e chegue um dia por e-mail, como se fosse um texto do Luiz Fernando Veríssimo. Ui, seria a glória.
23 de abr. de 2009
Você é a impressão que causa
Muitas e muitas vezes as pessoas já tiveram a impressão errada a meu respeito. Não neste caso.
Um colega de trabalho me fala:
- Flávia, ouvi uma música que me fez lembrar de você.
- Sério? Que música?
- Na verdade nem foi a música. Foi uma expressão que tinha na letra que eu achei a sua cara.
- Qual?
- Chuva de rímel.
Amei.
22 de abr. de 2009
Gênia
Nada que eu escrevesse chegaria aos pés disso.
Cabeleireira transforma assaltante em escravo sexual na Rússia
Um estranho caso de assalto e violência sexual envolvendo um criminoso e uma cabeleireira está mobilizando a polícia russa. Segundo o site "Life.ru", uma cabeleireira de 28 anos identificada como Olga teve o salão invadido por um assaltante na terça-feira (14). Ela, que é treinada em artes marciais, conseguiu render o homem de 32 anos, identificado como Viktor, e levou-o para uma sala reservada. Olga teria usado o fio de um secador de cabelo para render o assaltante, e acabou prendendo-o, mas não chamou a polícia. Ela teria obrigado o criminoso a tomar o estimulante sexual Viagra, para depois abusar dele por diversas vezes, durante os dois dias seguintes.
Depois de ser libertado, Viktor foi ao hospital para curar seu órgão sexual "contundido", e depois registrou queixa contra Olga. No dia seguinte, foi a vez de Olga registrar queixa contra Viktor por assalto. A história fica ainda mais confusa, segundo o "Life.ru", porque a polícia não tem certeza de quem é o verdadeiro criminoso nesse caso de assalto que terminou em atentado ao pudor.
14 de abr. de 2009
A Páscoa dos Schmidt
Desde que cresci e não fui mais obrigada a ir à igreja e beijar a estátua de Jesus morto (trauma nº 7 da vida), passei a achar que Páscoa era só um feriadão em que a gente viaja, come camarão até morrer e ganha chocolate. Isso mudou quando eu soube como eles comemoram na casa do Beto. Aquilo sim é que é Páscoa.
Beto é meu amigo de Porto Alegre. Ele faz parte das pessoas mais legais do mundo nascidas em Porto Alegre: as que cresceram no bairro de Ipanema. Páscoa na casa dos Schmidt não é brincadeira para criancinhas que acreditam em coelhinhos. Exige toda uma logística, preparo físico e nervos de aço. Eles levam muito a sério a tradição de esconder os ninhos. Fazem isso com dedicação e maestria, a ponto dos chocolates correrem o risco de não serem encontrados antes do prazo de validade vencer. A não ser que o presenteado desista, diga que não quer mais brincar e quer os chocolates ainda no mês de abril. Mas isso, para os Schmidt, seria uma tremenda demonstração de fraqueza de caráter. Lutar sempre, retroceder nunca, render-se jamais.
Há alguns anos, a TV começou a apresentar problemas de funcionamento exatamente na época da Páscoa. Tremendo vacilo do irmão do Beto, que esperou todo mundo sair logo depois do carnaval (40 dias antes!!!), desparafusou a TV de 29 polegadas e escondeu os chocolates lá dentro. Infelizmente, neste caso, o aparelho denunciou o amadorismo na escolha do esconderijo.
O importante é não deixar vestígios. Foi nisso que o próprio Beto pensou quando escondeu o ninho da senhora sua mãe enterrado no quintal, dentro de uma caixa e vários sacos de plástico. Depois de abrir e fechar um buraco de 7 palmos, ele moqueou a vegetação e a terra para que ninguém suspeitasse que havia chocolate por ali. Um cadáver, talvez. Chocolate, nunca.
A mãe do Beto se inspirou no artifício de embrulhar tudo com várias camadas de plástico e, no ano seguinte, pensou no esconderijo quase perfeito. Pelo menos o que levou mais tempo para ser desvendado. Subiu no telhado e colocou o ninho submerso dentro da caixa d’água da casa. Em outro ano eles aproveitaram o fato do inverno ter chegado mais cedo e já terem providenciado uma pilha de lenha quase da altura da casa (que o IBAMA não saiba, mas todo mundo tem uma pilha de lenha dessas lá no RS) e esconderam o ninho lá no meio.
Ontem eu perguntei para o Beto como tinha sido a Páscoa deste ano. A resposta foi uma comprovação de que a tradição vai continuar por gerações. “Foi legal. Sacaneei o meu filho. Escondi o ninho dele em cima de um muro de mais ou menos 2 metros. Bem alto para um moleque de 4 anos”.
Feliz Páscoa para você também.
13 de abr. de 2009
Programa das Indias
Eu tenho tanta vergonha alheia pelos atores do núcleo da Índia que não assisto a novela das 8 nem para dar risada. Passo mal, suo frio. Não é possível que eles não tenham nenhum pingo de constrangimento quando os roteiristas e o diretor mandam todos ficarem nos seus lugares para gravar mais uma cena de dança na sala da casa. O mais animado é o marido da Juliana Paes, que não é a delícia do Marcio Garcia. O outro, do nariz. Mas ele dança numa empolgação, remexendo aqueles ombrinhos e a cabeça a la Fat Family. A única que dança e não disfarça o constrangimento (e eu me solidarizo) é a Cleo Pires. Ela realmente não consegue esconder que, não só não concorda com aquilo, como matou as aulas com o Fly. Quem tem que arrebentar é a Juliana Paes e a criança feia. Ela só precisa aparecer em segundo plano. O Tony Ramos decidiu que vai fazer os mesmos passos de dança de quando era grego e amava a Zúlia. Quem deve sofrer muito é a Laura Cardoso, que é a avó do marido da Juliana Paes. Ela é tão boa atriz que fica ali, sentada, vendo tudo aquilo e não tem ataques de riso. Só ri por dentro. Deve ter sido exigência na hora de aceitar o papel: beleza, eu faço, mas me deixem sentadinha num canto. Pelo amor.
E os Indianos que vivem no Brasil e sofrem preconceito porque têm nomes de divindades. Os colegas espancam e humilham o cara (veja bem, não se trata de crueldade infantil, estamos falando de um marmanjo na faculdade) porque ele tem nome estranho. Desde quando? Isso rende, no máximo, uma piada ou outra nos primeiros dia de aula, na hora da chamada, depois já era. E o casal que namora pelo Skype e se beija na tela do laptop? Meigo. A menina entra no quarto e ele está chamando. Fulana, Fulana. Não é o sinalzinho do Skype. É ele, em pessoa.
Além dos ensinamentos metafóricos colocados a fórceps em todos os diálogos, é indispensável o uso da palavra auspicioso. Manda o povo para o Aurélio e repete exaustivamente, que novela que se preze precisa ter um bordão. Qualquer um. E tragam água do Ganges.
A outra novela da Glória Perez também tinha tudo isso. Só que o modelito era burca, o ritmo era dança do ventre na sala da casa (a sala da casa é a mesma, certeza) e a frase obrigatória em todos os diálogos era: você vai arder no mármore do inferno. Antes tinha a dos ciganos, que também devia ter tudo isso mas todo mundo só lembra das falas do cigano Igor. Pensando bem, esta é a melhor da trilogia. Pelo menos no quesito galã, evoluímos de Ricardo Macchi, passamos por Murilo Benício e chegamos à delícia do Marcio Garcia. Torço muito para que ele nunca precise dançar.
8 de abr. de 2009
5 de abr. de 2009
Corpo fechado
Balada nova em São Paulo. Um amiga fez a maior propaganda mas advertiu: tem que chegar cedo. No horário marcado eu estava lá mas ela ainda nem tinha saído de casa. Entrei sozinha e fiquei reconhecendo o terreno. De repente chega um cara bem bonito e brinda com a minha Stella. Pensei na hora: minha amiga ia curtir esse cara. Cadê ela que não entra?
Estava na fila. Entra que o som está ótimo. Tô tentando mas a fila tá foda. De repente o mesmo cara gato me pergunta: você está bebendo alguma coisa? Eu mostro minha Stella (outra) e sinalizo que estou no telefone. Ele fica esperando. Termino de falar com minha amiga e ele oferece: estou indo no bar pegar uma bebida, quer alguma coisa? Não, valeu. Ele foi. E de costas ele também era bonito. Nossa, mas minha amiga vai pirar nesse cara.
Não morre mais. Tô pensando nela e ela liga: Flá, a fila não anda há 40 min. E se a gente fosse para outra balada? Pô, mas você ia gostar daqui, viu? Eu sei, mas pelo jeito vou demorar muito para entrar. Bom, então vamos. Tô saindo. O gato chega de novo e fala: onde você vai? Putz, tô indo embora. Como assim? Então, tô com uma amiga aí na fila e não tem jeito dela entrar. A gente vai para outra balada. Ah, fica aqui. Como é que a gente fica? A gente? Ué, tô tentando falar com você desde o início da noite. Ah, que pena, mas eu estou mesmo indo embora. Posso pegar seu telefone? Pode. Como é o seu nome? Flavia e o seu? Francisco. Vocês vão para onde? Não sei ainda. A gente vai decidir. Ele me dá um abraço de despedida. Nossa, mas que cara bacana. Saí. Estou conversando com minha amiga, falando que ela ia curtir meu novo amigo e ele liga: Flavia, para onde você vai? E se eu fosse com você? Putz, amigo. Não sai daí, não que a balada tá ótima. Eu só tô indo embora porque ela não conseguiu entrar, senão ficaria. Tem certeza? Claro, fica aí. Aproveita. Beijo. Tu-tu-tu-tu-tu.
Corpo fechado é assim. Pode aparecer um cara gato, gentil, educado, paciente e chamado Francisco, que nada acontece.
Chega.
Assinar:
Postagens (Atom)