Eu gosto da palavra bacanérrimo desde a primeira vez que ouvi. Desde então, uso mesmo. Sinceramente, este foi o único critério para escolher o nome do meu blog. Gosto de escrever mas tenho vergonha de mostrar o que escrevo. Então decidi ficar escondida atrás de uma URL simpática. E esperar que alguma coisa que eu escreva aqui vire spam e chegue um dia por e-mail, como se fosse um texto do Luiz Fernando Veríssimo. Ui, seria a glória.
17 de mai. de 2009
A grande revelação
Eu tinha 8 anos (afe, faz tempo), saí pela porta dos fundos da minha casa, lá no Rio Grande do Sul, e dei de cara com o Luck. Luck era o meu cachorro pastor alemão (in memorian), que estava sentado no sol, aparentemente bem, mas com um ferimento assustador. Voltei para dentro de casa gritando, desesperada.
Mãe, o Luck tá muito machucado. Vem aqui peloamordedeus. Minha mãe largou o que estava fazendo e veio atrás de mim. Quando saímos pela porta e ela viu o que eu tinha visto, pareceu muito menos preocupada do que deveria. Afinal, o pinto do meu cachorro estava maior do que o habitual e em carne viva. Eu já estava chorando muito e pensando que daquela ele não escaparia. Mas minha mãe me tranquilizou (na época, com trema). Flavia, calma. Ele não está machucado. Ele está assim porque quer namorar.
O que? A criatura está agonizando, com o pinto em carne viva e ela me diz uma coisa dessas. Só pode ser mentira. Ela quer que tudo pareça simples mas ele vai morrer. As lágrimas brotavam dos meus olhos. Foi então que ela foi até o quarto e voltou com uma cara de pânico e um livrinho nas mãos. Me entregou o livro, cuja capa está ali em cima e disse. Eu vou fazer as unhas e já volto. Dá uma lida neste livro e depois a gente conversa. E pirulitou.
Eu li e não podia acreditar. De longe, foi o livro que mais me chocou na vida. Não é possível. Ok, os bichos fazem isso mas meus pais não. Meus tios não. Meus avós paternos tiveram 7 filhos, os maternos 9. Eu tenho 2 irmãos e uns 40 primos. Isso significa que todos fizeram isso e não foi uma vez só. Como assim? Não pode ser verdade. Depois disso eu ficava olhando para eles nos almoços de família, a nuvenzinha de pensamento dos gibis da turma da Mônica se formava e não desaparecia. Eu não queria imaginar aquilo. Por que?
Eu contava para minhas amigas e ninguém acreditava em mim. Eu sabia de uma coisa muito grave e não podia dividir com ninguém.
Foi assim que eu descobri como nascem os bebês. E foi assim que minha mãe me deu esta preciosa lição: na falta de psicologia infantil, tasca um livrinho e desaparece. Já.
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14 comentários:
Putz.. comigo aconteceu igual...esses livros deixam marcas...rs
Mas antes a informação sem sensibilização que nada!
bjs, adorei seu blog!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk eu sempre adoro o que tu escreve... Só entro aqui para ver se pelo menos uma vez apenas tu vai escrever algo que eu não goste, mas ainda não consegui ver isso... Impressionante!
Vou contar um segredo.... quando tinha uns 8 anos um livro desses foi para na minha mão...perguntei para minha irmã mais velha um ano.
"0 que é nu?" ela demorou a me responder, pensou olhou bem nos meus olhos me chamou ao pé do ouvido e me disse NU é o diabo ))
Tenho 38 anos e lembro disso até hoje...
belo texto, saudades Nega.
ro
lan
do
de
rir
ótemaaaa
morri de rir, mt bom =]
Ser mãe é parecer num paraíso, é nóis.
Gosto muito deste blog, e sugeriria (a nível de dar um "it" a mais) mudar o nome para "BAKANÉRRIMU'S".
Eu era pequenininha, acho que uns 5 anos, na TV estava passando uma competição de fisiculturismo com aqueles homens enormes e o locutor falava o nome de cada um dos músculos. Fui lá na frente coloquei o dedinho na tela da televisão e perguntei: e esse músculo aqui como chama? Pq só este está escondido?
A sala ficou um silencio, depois de alguns longos segundos, minha mãe falou:
- Está na hora da novela, vamos mudar de canal.
Conclusão: na falta de resposta e de um livrinho, coloca na novela.
minha irmã tinha esse livro...e eu sempre pegava escondido pra ver!
Desculpe, mas eu tinha que fazer esse comentário.
Alice, ser mãe é padecer no paraíso...
não parecer.
conserta aí...
hhahahaha.
beijos,
Marilu.
hUAHSu..mt bom...a verdade tem que ser dita uma hora ou outra, de uma forma ou de outra...
t+
HAHAHAHA, adorei... Acho que vou comprar o tal livrinho então!!! rsrsrs
FLávia sou irmã da Maíra e amo o que vc escreve vc é fantastica....bjs Pati Oliveira
um dia, eu achei o modess (!!) da minha mãe no cesto de roupa suja e desmontei um, pra ver o que era.
Claro, fiquei na mesma. Minha mãe viu e disse: qualquer dia desses eu te conto as histórias da vida. Saí falando pra todas as minhas amigas: minha mãe vai me contar as histórias da vida. Daí eu conto pra vocês. Que mico!!!
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