4 de abr. de 2007

Estatuto da Criança

Juro que não é instinto materno, que só daqui a uns anos vou pensar nisso, mas ando achando criança a coisa mais legal do mundo. Não consigo desgrudar os olhos delas no shopping, na fila do supermercado e no trânsito. E sei que fazer isso é papel delas e não de uma marmanja como eu. Adulto até pode ter comportamento de criança, mas o contrário é muito esquisito.
Ano passado fui para Lisboa e tinha ataques, chiliques de riso quando via e ouvia as crianças falando com sotaque português. Mil perdões aos nossos colonizadores mas esse sotaque foi feito para ser falado por homens ou mulheres de bigode. Nunca por crianças.
Outra coisa: criança tem que ter nome de criança. Quando morava em Porto Alegre, um dia estou no ônibus para o trabalho e uma mulher entra com um gurizinho fofo, cheio de roupas, casacos e gorros. Ela paga o bilhete e diz para a criança: “Dorneles, passa por baixo da catraca”. Pára que eu quero descer. Como assim chamar aquele pequenino de Dorneles? Adelaide? Dirceu? Mano Vladimir?
Tem coisa mais deprê do que ver pimpolhos usando roupas ou óculos de sol de adulto, só que em tamanho pequeno? Crianças têm que usar óculos de sol cor-de-rosa com abelhinhas ou verde com o Jaspion. Eu tinha um óculos de gatinha verde que era tu-do. E fui criança até as brincadeiras de Barbie mais parecerem uma sessão do sexy hot. Até ser consenso entre as amigas: agora chega.
Parem com essa mania de agência de modelos. Salvo raras exceções, os pais acham os filhos muito mais bonitos do que eles realmente são. No meu tempo, as mães colocavam as crianças no jazz, e isso já era patético o suficiente.
E crianças-atrizes? Estas que fazem papel de adulto nos programas de TV e nos filmes? É insuportável ver um texto adulto saindo de uma boca que ainda nem trocou os dentes.
Eu tenho medo de crianças que falam como adultos. Elas podem ser inteligentes, espirituosas e brilhantes fazendo comentários de crianças. Como o filho de um amigão meu. Depois de cantar aos berros “Nós gatos já nascemos pobres, porém já nascemos livres” ele olha intrigado e pergunta:
- Pai, o que é porém?

4 comentários:

Helena Cortez disse...

Tenho certeza que para a nós, reles mortais observadores, que não tem filhos para criar, toda essa bobagem que nos cerca é patética, óbvia, ridícula. E fica fácil criticar. (Como será quando tiver os meu rebentos? aiii)

Quantas amigas engravidaram, tiveram filhos – e me perdoem – pararam de ter vida ou outros assuntos. "Eu uso sabão de coco especial bebês, porque senão ele pode ter uma alergia ao sabão em pó comum" E a bolha está formada...

Brincam de Barbie com a criança. E a "barbie" tem roupinhas de gente grande, fala como gente grande, só que é pequenina. Uma diversão para os adultos. E no mundo delas? Nerds? Tristes? Estranhas? Não sei.

Lembra daquela propaganda da mini-Ana Paula Arósio? Nada pior que aquilo.
Melhor crianças cantando Parmalat ou falando Oi.
Mini-adultos não.

Foi mal o comentário tamanho texto.
Mas esse assunto dá o que falar!

Thaís disse...

Eu também tenho horror a criança com aquelas botas "rave" horrorosas. No meu tempo eu só usava conga e achava o máximo.
E as roupas a La rebelde!!
Ficaram parecendo mini-anãs!
Não pode!!

Bjo

Anônimo disse...

Um dia vc tinha comentado esse lance de sotaque portuga em crianças. E meu, eu pareço uma idiota rindo em todos os lugares. É muito bizarro, ora pois!

E eu queria registar que tb tive um óculos de criança com armação de arara.

te adooro.
bjs

eliane disse...

falando em crianças, quem sabe um dia a senhorita conhece as minhas. aliás, a sofia vc já conhece, mas em breve ela não será mais 'criança'. com quase 12 anos ela se ofende com esse título. ela é 'pré-adolescente'...já o enzo completará 3 primaveras agora no meio do inverno (ele é de agosto). menino lindo demais. mas isso é coração de mãe falando. qq dúvida entra no orkut da sofia! hehehe bjbjbj eli