2 de nov. de 2011

Síndrome da Balada Errada

Você acorda num daqueles dias cheios de inspiração. Quer fazer alguma coisa muito legal. Dá alguns telefonemas e já encontrou companhia na mesma vibe. Eba. Todo mundo dá sugestões e vocês decidem ir para uma balada nova, que você já ouviu falar que é demais. Fechado.
Você se arruma toda, sai de casa se sentindo uma coisa de louco e vai mesmo.
Deixa o carro com o manobrista na porta e, ao entrar, realiza que não existe uma mísera alma no recinto que tenha a ver com você. A hostess pergunta se você está na lista de aniversário, você pensa "graças a deus, não" mas responde só "não". Então descobre que todas as mesas estão reservadas para os aniversariantes do dia. E eles são muitos. Beleza, vamos para outro lugar? Lógico. Agora. Cancela o cartão de consumação aí, vou pedir para o manobrista pegar meu carro de volta. Isso leva menos de 5 minutos. Mas passam-se 40 (quarenta) e o seu carro não chega. O cara responsável diz que o manobrista é novo e está perdido pelo bairro, há 40 minutos, no meu carro. O segurança fala baixinho: os manobristas daqui são muito folgados. Eu, se fosse você, chamava a polícia. Eu, que não sou louca de discordar com um segurança-armário, cato o celular e ligo, pela primeira vez, para o 190. Tiras, seguinte: o manobrista do lugar hype sumiu com meu carro. Vamos mandar uma viatura já. Antes da viatura chegar, aparece o manobrista perdido e devolve o carro. Tudo certo, exceto pelo fato de que perdemos uma hora para conseguir sair de uma balada mico. Chegam os tiras para averiguações, você se sente uma imbecil por estar ocupando o tempo da polícia com algo que já está resolvido. Mas fazer o que? Nem o segurança do local levou fé.

Na mesma semana, você sai para jantar e tomar “unas copas” com as amigas. Tudo super bacana e, quando já está batendo aquele soninho, outro grupo de amigos chega, de outro bar, e se junta a nós. E em vez de ficar tudo mais divertido, eles ficam insinuando que a gente está encalhada por não estar paquerando ninguém e apenas conversar entre amigas. O outro começa a beber tanto que engata numas histórias de infância sem fim que vão te enchendo de sono e desespero. O que era para ser uma noite despretensiosamente divertida vira uma tortura. Você deixa um cheque em branco assinado e, literalmente, foge do local.

Eu não sei você mas, quando algo assim acontece, é difícil não pensar que deve ser um sinal, que você não deveria ter saído de casa, que a idade está mesmo pegando. Eu juro que tento e que sou persistente, mas não está sendo fácil.