26 de jul. de 2008

TFFC - Tô Fora Futebol Clube

Um time que você já deve ter visto por aí.
O uniforme oficial consiste no seguinte: calça leging de cotton, camisetão que cobre a bunda, tênis tipo Keds ou qualquer outro que seja ou tenha algum detalhe cor-de-rosa. Pronto. É assim que uma mulher sinaliza para o mundo que saiu de campo, que não quer mais brincar, que não está mais interessada em ser bonita e atraente para ninguém. Nem para ela mesma. A justificativa é em nome do conforto. Assim elas se sentem mais à vontade.
Desculpa, mas uma mulher só se sente à vontade de verdade quando sai de casa de bem com o espelho. E uma perguntinha: tem coisa mais confortável do que um vestido? E mais feminina? Essa combinaçãozinha é de doer e ponto. Ela está para uma mulher assim como a calça de moleton com pochete está para o homem. Fim de carreira.
Sim, é fútil. Não, nem todas as mulheres ligam tanto para a aparência (é só dar uma olhada nos membros do PSOL). E é claro que eu não tenho nada a ver com isso. Digamos que seja apenas um toque. Pensa duas vezes antes de sair de casa com essa roupinha, please. Se quer malhar no parque, não leva o poodle (gostei dessa frase e ela vai ficar mesmo não tendo, aparentemente, nada a ver com nada). Se não está com tudo em cima para usar um top, usa um agasalho, um colete, mas esquece essa camisetona, que isso é mais um outdoor, uma bandeira, uma fachada de neon piscando e gritando a plenos pulmões que a sua auto-estima foi para o saco. Quando é usada para malhar, até que ainda passa (não, não passa), mas essa mulherada se veste assim para tudo, para todas as atividades do dia. E as que ainda têm a cara-de-pau de “transar” uma bolsa com detalhes em dourado por cima do visu confortável? Afe.
Essa combinação sempre vem acompanhada de uma atitude quase deprê, que mostra que você não liga mais para você mesma. Os outros, com quem você não deve se importar, são um mero detalhe. O problema é você.
Ninguém precisa sair de casa vestida de proibidona do funk para mostrar que está se sentindo bem. Longe disso, peloamordedeus. Mas convenhamos, não precisa pensar muito para ver que dá para caprichar um pouquinho mais. E toda mulher sabe a diferença que isso faz. Despendura já essa chuteira, que até alguém voltar para provar o contrário, a vida é uma só. E é um luxo.

21 de jul. de 2008

Novelês básico

Desculpe mas isso não é inspirado na vida real, nem mera coincidência. Nem eu nem ninguém jamais ouviu falar por aí certas frases que pipocam nos diálogos do horário nobre. Simplesmente não dá. Eu até uso algumas delas com freqüência, mas claro que é para tirar um sarro. Olha que belezinhas estas que eu lembrei outro dia:

- Prepare meu carro que eu vou sair. (Sempre falo esta para os manobristas e eles não acham graça. Eu acho.)
- O Dr. (Nome do Ricaço) está esperando por você na biblioteca (casas de ricaços de novela sempre têm biblioteca).
- Preciso ficar um pouco sozinha.
- Parem este casamento (sempre, sempre, sempre).
- Cala a boca e me beija (com dois dedinhos, de leve, tocando a boca do amor). Ou a variação: Não fala mais nada e me beija.
- Não é nada do que você está pensando (essa me irrita).
- Me abraça forte.
- Eu não sou sua mãe (pai), sou sua irmã (ão).
- Vamos fugir para algum lugar bem longe.
- Você não pode se casar com (Nome do Galã / Mocinha) porque ele (a) é sua (seu) irmã(ão).
- Estou frágil (adoro essa).
- Dona (Nome da Secretária Figurante), venha até o meu gabinete.
- Se alguém tiver algo contra este casamento, que fale agora ou cale-se para sempre. (alguém já ouviu isso num casamento de verdade? Duvido.)

Ai, ai. Adoro essas inutilidades.

9 de jul. de 2008

Lei Seca

Seca, na língua dos solteiros de plantão, significa não tô pegando ninguém. Se um amigo desabafa que está numa seca dos infernos, você já sabe que ele não pega nem gripe, tadinho. E essa Lei Seca está servindo mesmo para acabar de vez com as nossas chances de diversão e perversão.
Tem coisa mais chata? Você sai de casa na nóia de ser pego numa blitz, ter que soprar aquele canudinho constrangedor com direito a câmeras da Rede Globo registrando tudo. Eu tenho mais medo dos meus pais me verem soprando na TV do que perder a carta ou pagar multa.
A Lei Seca acabou com os papos animados nos bares. Ontem eu fui encontrar uns amigos e me deparei com o lugar, que deveria estar lotado, com várias mesas vazias. Estranho. E os poucos sobreviventes falam sobre o mesmo assunto: Lei Seca. O que você tem o direito de fazer, que caminho fazer para voltar para casa e não passar por nenhuma blitz, se é razoável ou não é. Papo chato. Em vez de comentar sobre alguém no balcão as pessoas falam de táticas para burlar a lei, como chupar o bafômetro, em vez de soprar (genial). Ou inventar engenhocas como cápsulas de gás carbônico puro que você coloca na boca, morde e sopra no canudinho. E as estatísticas (deu no Jô): 30% dos acidentes são causados por motoristas alcoolizados. O que quer dizer que os outros 70% de todos os acidentes são culpa dos sóbrios no volante. Fiquem de olho nessa gente e deixem os boêmios em paz. Claro que tem gente que abusa. Mas isso precisa ser mais razoável, menos hostil e agressivo. Repararam que todos os cambaleantes que aparecem na TV são de Sorocaba? Pegaram os sorocabanos para cristo?
Mas o que mais me irrita são as pessoas tentando fazer disso uma coisa divertida. Como aquela mesa dos amigos suuuuper felizes da firma reunidos num bar, que sempre aparece no Jornal Nacional. Eles têm o “Amigo da Vez”. Nome divertido para o looser que vai passar a noite se entupindo de Coca-Cola e depois levar a galera bebum para casa. Ora, não me encham o saco. E os bares que têm seus próprios bafômetros? E as pessoas que decidiram comprar seus pocket-bafômetros e carregar na bolsa? Gente cafona.
Que graça tem ir numa balada e não poder beber nem um embelezador para achar lindo aquele cara mais ou menos, nem um encorajador para puxar um papo do nada. E o preço da balada mais o táxi de ida e volta? Tudo errado. Resolvam essa lei e a nossa seca. Seu bando de desmancha-prazeres.

8 de jul. de 2008

Última Coca Zero do deserto

Tem dias que a gente sai de casa se achando tu-do. Eu adoro essa sensação.
Por mais que a gente esteja usando o mesmo jeans de sempre, a bota que já tem a forma do pé, a blusinha legal mas sem nenhum motivo para causar o efeito que causa, dá para ver a expressão das pessoas olhando. E eu não posso culpá-las por isso (tá, parei). Tem horas que eu penso: gente, tadinho do gordinho, ou do magrelo, do bigode, do bofe, enfim. Olha a cara dele olhando para mim. Parece que não vê mulher há tempos. Mas o que provalvelmente eles não vêem mesmo, pelo menos não com freqüência, é alguém se sentindo bem consigo mesma. Andando com passos largos e o cabelão voando nesses dias lindos de sol que têm feito. Este é o segredo. É o que faz a diferença. A maioria das pessoas anda de cabeça baixa, desviando olhares, com a testa franzida e a alma pesada. Eu não.
É ou não é assim? Estou falando alguma besteira? Gente, será que sou eu mesma, então? Sabia.