29 de jun. de 2008

As Pontes de Madison

As Pontes de Madison foi o filme que mais me fez chorar na vida.
Entrei no cinema com 2 amigos, sem saber direito do que se tratava e saí pensando em me tratar. Que choradeira foi aquela? Soluços no cinema. Não estou falando de lágrimas furtivas escorrendo pelo rosto, mas de berreiro, tosse, dor. Como é que o Clint Eastwood, que até então era só o Dirty Harry, podia ter uma sensibilidade daquelas e traduzir tão bem a alma feminina? O bronco de Magnun 44 me mostrou que podem existir homens sensíveis no mundo. Afe.
Comprei o VHS mas não tinha o DVD. Nem eu nem nenhuma loja porque estava esgotado há anos. Eis que sexta-feira eu fui na Fnac e encontrei finalmente. Saiu uma edição especial. Oba. Quero. Quero muito.

Agora que eu sei exatamente do que se trata, cadê a coragem de assistir?

A única certeza que eu tenho na vida

Quando eu voltei de Londres, uma das primeiras providências que tive que tomar foi comprar luvas, ferramentas e me dedicar à jardinagem. As plantas tinham crescido tanto que não deixavam mais o sol bater no meu quintal. Como nunca tinha feito isso pedi dicas para o meu pai, que me falou que maio era o melhor mês para podar as plantas. Timing perfeito (odeio esta expressão com todas as minhas forças, mas neste caso...). Outra dica: não dá para sair cortando qualquer galho. Tem que fazer a árvore parecer uma taça. Cortar os galhos de cima e deixar os dos lados formando a copa (copa, taça, pegou?). A pitangueira, tadinha, tava toda esquisita, com galhos desengonçados para todos os lados, atrapalhando a passagem e com as folhas secas, começando a cair. Eu mandei ver: fui cortando os galhos com medo de acabar com a coitada mas sabendo que aquilo era para o bem dela.
Quase dois meses depois, a pitangueira está lá, linda, gata, coberta de florzinhas, cheia de abelhas, praticamente um bacanal da flora acontecendo.
Ir para Londres foi a melhor coisa que eu podia ter feito. Por mim e por ela.

23 de jun. de 2008

Melhor sem ela

Sabe de uma coisa que nós mulheres devemos tirar das nossas vidas, não ter em hipótese nenhuma, execrar, chutar para bem longe? Não é gordura localizada nem amiga falsetona, não. É expectativa.
Expectativa é um peso nas nossas costas. Eu, graças a deus, aprendi na marra a domar e a viver sem a minha. Rompemos definitivamente.
Primeiro porque quando você tem expectativa de que alguma coisa aconteça, por mais que tudo realmente se concretize, nunca é como a sua expectativa imaginou. Fora o primeiro beijo que foi tudo e mais um pouco na minha vida, todas as primeiras outras coisas foram muito aquém do que eu esperava. E eu só não desencanei para sempre delas por que? Porque na segunda vez já não tinha mais nenhuma expectativa. E aí foi brilho total. Pegou? Simples.
Expectativa é o sentimento mais desmancha-prazeres que uma pessoa pode ter na vida. Ela impede a coisa mais genial do mundo, que é quando a vida surpreende a gente, pega desprevenida mesmo. Quando você menos espera, é arrebatada. Ai que delícia.
Não chega a ser uma Síndrome de Zeca Pagodinho, que eu sou capricorniana com ascendente em áries e esse papo Deixa a Vida Me Levar me deixa fora do corpo. Mas não esperar nada de nenhuma situação nem de ninguém é libertador. Até porque, gata, mesmo sem nenhuma expectativa, a gente tem instinto e força para enfrentar tudo. Que venga el toro.

13 de jun. de 2008

Happy Ballantines Day

O título deste post foi o nick do MSN de uma amiga hoje, dia dos namorados. Adorei porque resume um comportamento.
De longe, esta data causa muito mais comoção em quem não tem namorado do que nos próprios pombinhos. Quem tem, deixa o presente para a última hora, faz um programinha romântico em casa para não encarar fila de restaurante logo hoje. Tira de letra. Já nos solteiros, esta data causa reações adversas. Se você tem amor aos dentes, não pergunte “quais são os planos para hoje?” para quem você não tiver certeza absoluta que tem namorado. Não ter, neste dia, é péssimo, terrível, degradante.
Tem gente que quer matar os casaizinhos apaixonados, fica olhando com desdém para as pessoas com pacotes de presente andando pelas ruas e comenta: Tá vendo? Deixou para a última hora e ainda comprou coisa mixa. Também é comum ficar repetindo aos quatro ventos que é apenas mais uma data para estimular o consumo, blá, blá, blá. Mas a verdade é que todo mundo está é doido para consumir alguém. Vamos ser honestos.
Milhares de baladas de solteiros pipocam pela cidade. Sair, se divertir, navegar é preciso. Quem não tem namorado quer é beber todas para esquecer esta data e chegar amanhã no trabalho com cara de “aprontei muito”. Mesmo que a balada tenha sido só um porre.
Quem não vai por nada deste mundo para a balada dos solteiros sedentos prefere passar o dia fazendo piadas para descontrair. Tipo: nem ligo. Duas amigas telefonaram para me desejar feliz dia dos namorados. Outra perguntou se eu tinha comido alho para comemorar esta noite. Eu mesma sugeri que uma turma fizesse uma reserva num restaurante romântico. Mesa para 10. Qualquer coisa a gente fala que é uma suruba. Tudo para ocupar metade do ninho de amor dando gargalhadas sonoras e quebrando o clima. Su-per engraçado, né? Pura inveja.
Abafa, vai. Amanhã é dia de Santo Antônio. Vai que ele ouve as preces da minha mãe.

8 de jun. de 2008

Mais do mesmo

Outra história real. Fazer o que se elas são ótimas e vêm até mim. Eu não resisto. Ouço e tenho que dividir.

A mãe de um conhecido lá de Porto Alegre vai passar uma temporada no Rio de Janeiro. Uma tarde, andando pelo Leblon, vê um rosto muito familiar e decide perguntar:
- Com licença, por acaso tu és de Bagé?
- Não.
- Nossa, mas tu és muito parecido com os filhos da Dona Arminda. Tu não tens parentes pelo Rio Grande do Sul?
- Não, nenhum.
- Mas é impressionante o que tu me lembras o José César e o Waldir. Desculpe perguntar, mas qual é o teu sobrenome?
- Matogrosso.

De novo, o Ney. Tá, eu paro.