30 de out. de 2007

O que vale é a intenção

De boas intenções, o inferno está cheio. Desde que comecei a fazer trabalho voluntário com um grupo de amigas, sou obrigada a concordar com essa máxima popular. Claro que vou omitir o nome das amigas, da entidade, das crianças nem vou falar de tudo o que deu certo. Até porque, gente que se gaba porque faz trabalho voluntário é péssimo. Pelo contrário, o que vou escrever seria cômico se não fosse trágico.
Posso garantir que somos do bem, organizamos tudo direitinho, mas todas (eu disse TODAS) as vezes que a gente saiu com essas crianças carentes para fazer programas culturais ou simplesmente divertidos, alguma coisa deu errado. Pode chamar de coincidência infeliz, de azar, mas aconteceu exatamente assim.
Na primeira vez, levamos um grupo para assistir a peça “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”. Eu, ignorante, não conhecia a história mas fui incumbida de fazer um bate-papo antes, explicando que a peça mostrava que todo tipo de amor vale à pena. Se as crianças ouviam atentas a minha explicação, imaginem como prestavam atenção na peça. O que eu não sabia é que, no final, o Gato não fica com a Andorinha. Pior: ele acaba sozinho, triste, indo embora no frio. E as crianças chorando e perguntando: por que ele não ficou com ela, tia? Não sei, mas olha só: alguém quer ir ao banheiro? Vamos logo para a van que a gente vai entregar um presente para cada um. Que engraçado, sobrou um presente. Não, não sobrou. Faltou uma criança. Sim, depois da peça com final infeliz nós ainda esquecemos uma criança no banheiro do Teatro. Voltamos correndo e nos deparamos com a menininha chorando. Horrível, mas passou.
Outra vez erramos na conta dos presentes para menos e uma criança ficou sem. E foi bem complicado explicar isso para ela.
Persistimos no erro das contas: na saída do Parque da Mônica, compramos aqueles balões de gás prateados para todos. Quando fomos pagar, vimos que eles eram muito mais caros do que a gente entendeu a moça falar. Pense numa criança carente devolvendo o primeiro balão de gás prateado da vida dela. Pois aconteceu.
Em outro passeio, levamos os pequenos ao cinema. Queríamos ver Homem Aranha mas, por causa da faixa etária, tivemos que mudar os planos e entramos num filme de animação em 3D, com aqueles óculos. Bacana. Só que a sinopse do filme não dizia que se tratava da história de um garoto abandonado pelos pais. Nem que ele passava o filme inteiro tentando reencontrar a mãe que o abandonou na porta de um orfanato. Mãozinhas tensas apertavam as nossas mãos a cada cena que, nem de longe, parecia ficção. Na minha opinião, esta foi a pior de todas.
Mas ainda teve a última, no fim-de-semana passado. Tarde em que caiu o maior temporal aqui em São Paulo. Uma chuva muito forte, que durou uns 20 minutos, com rajadas de vento e tudo o que se tem direito. Sabe onde nós e as crianças estávamos nessa hora? No topo da Roda Gigante do PlayCenter.

20 comentários:

Jeison Borges dos Santos disse...

Deve ser pa vc mijou no presépio aquela vez!

(sim, li o blog todo)

kkkkkkkkkk

beijos

Anônimo disse...

...quer dizer que a culpa não era minha..tudo continua de mal a pior.

Anônimo disse...

Quando eu parar de chorar te convido para tomar uma.

Anônimo disse...

Meu Deus!
Eu sou tãoooo seu fã!
huuahsuashuas

Imagino essa cenas todas, nossa, meu Deeeeeeeeeeeus, deve hilário!

Tadinha das crianças :(

Dedinhos Nervosos disse...

As crianças devem tremer dos pés a cabeça quando ouvem a palavra "passear", heim! rs

Anônimo disse...

rararararararara
Vc eh má pra caramba.

Helena Cortez disse...

Às vezes é verdade que as coitadas não nasceram com muita sorte...
mas mesmo assim ainda gostam de passear. Imagine como deve ser o resto do tempo, as coisas dando errado sem nada divertido.
Não desista.

maria rezende disse...

Oi Flavia, adoro ler as tuas histórias, e adorei agora poder saber quem você é, que interagir com uma desconhecida sem nem nome não dava! =) Muito bacana o teu texto! Um beijo, Maria

www.mariadapoesia.blogspot.com

Anônimo disse...

Conta uma coisa boa que aconteceu com vocês vai....

PS - Você podia escrever com regularidade, tipo assim, uma vez por semana :))

Eduardo Di Lascio disse...

Simplesmente maravilhoso...

Anônimo disse...

desculpa, pára preciso soltar pufffffffffffffffffffff, hilário

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

rs

no comments rs

tô com saudade de vc / sério

vou te ligar

bj

Anônimo disse...

Bacanérrimo mesmo!!! Tirando as coitadas das crianças né? risos... Parabéns pelo Blog! Beijocas e bom findi!!!

Anônimo disse...

Paraguaia!
te adoro...

Anônimo disse...

esse vale a pena circular como spam do Luiz Fernando Verissimo

Anônimo disse...

Oi Bacanerrima!
Poxa oeu adoro seu blog, a pena é que vcposta pouco e nos deixa orfãos por muito tempo! Beijos!

Márcia Stival - Assessora de Imprensa disse...

Flávia
Engraçado e triste
Mas é a vida.
Continue firme e forte, as crianças entendem...........
bjkas

Unknown disse...

coitados. ;X:~(

ah, seu blog eh mt massaa.! (#
parabééns;

Anônimo disse...

Inconsciente impera!
rs...
é certeza que elas te amam!
Agora tô com dúvidas da minha vontade antiga de adotar!
hahhehaha
E se der tudo errado pro resto da vida da criança?
putz..
daí fudeu!
rs

Cris Bauab disse...

Tô rindo até agora!! Você é muito boa para contar histórias, escreve muiiiiito bem! O desejo dos seus textos virarem spam está próximo! E o nosso reveillon, hein?!! Acho que tá mais difícil do que o spam!!