8 de fev. de 2009

Comer, rezar, amar. E engolir.

Bem feito para mim. Sempre com tanta resistência a livros de auto-ajuda. Sempre me negando a ler, fazendo piadas a respeito e tendo uma certa peninha de quem embarca nessa. Bem-fei-to.
Aqui estou eu, terminando o primeiro livro “destes” que comecei a ler com preconceito e vergoinha, mas li porque foi indicação de uma amiga que tem tanto senso crítico quanto eu. Foi ela quem me mandou um e-mail se justificando: “eu jamais compraria um livro que vem com um splash na capa que diz: mais de 4 milhões de exemplares vendidos e Seja também a heroína de sua própria jornada, mas comprei e estou devorando”. Eu não comprei. Esperei ela terminar e peguei emprestado. Eu é que não seria a trouxa que compraria a edição de nº 4.000.001. Nem pensar. Acontece que o livro fala exatamente do que nós temos falado nas nossas intermináveis conversas (truque básico dos autores de auto-ajuda: falar exatamente do seu problema). Pronto, agora que eu também já me justifiquei bastante com você, vamos ao que eu, de fato, gostaria de dizer aqui.
A maioria dos meus amigos é ateu e têm suas razões (literalmente). Eu, pelo contrário, estou descobrindo que acredito em deus de pouquíssimo tempo para cá. Adoro igrejas e elas sempre me emocionam demais. Acontece que não vou porque não gosto de padres. Meu papo com O Barba é tête à tête. E, por mais que eu tentasse fazer um altarzinho, acender velas e criar meu próprio ritual fofo para falar com o Barba, tenho muita dificuldade de concentração. No meio da oração ou do “papo”, meu pensamento escapa e eu começo a pensar que preciso ir urgente comprar a ração do cachorro. Neste livro, a autora decide encontrar a sua própria forma de falar com deus. E fez cair em mim uma ficha tão estúpida e tão óbvia. Me fez perceber que a minha melhor maneira de falar com o Barba é por escrito. Claro. Toda vez que eu preciso falar alguma coisa importante para alguém, penso primeiro por escrito. Para pedir demissão para aquele chefe bolha, para declarar meu amor para aquele cara, para ter aquele papo necessário com a amiga. Eu sempre escrevi o que queria dizer antes de falar. Veja bem, a experiência da autora do livro é completamente diferente da que ele despertou em mim. Ela decide ir para a Índia meditar e eu não vou fazer nada disso, até porque “isso” virou tema da novela das 8. Era só o que me faltava. Mas pensar a respeito me fez descobrir coisas bem profundas sobre mim. E é por isso que eu estou aqui, pagando o mico de recomendar um livro de auto-ajuda. Mas não se preocupem. Por mais que eu tenha me identificado com vááááários capítulos, continuo resistente a estas porcarias. Melhor: agora posso meter o pau com mais propriedade porque já li e, confesso, já gostei.

Ah, esqueci de dizer: “Comer, rezar, amar” de Elizabeth Gilbert. Ed. Objetiva. Vê se arranja emprestado porque tem gente demais que já comprou.

16 comentários:

Anônimo disse...

O primeiro a comentar o post tem prioridade no empréstimo?

Anônimo disse...

gata, me passa o celular do Barba... hehehe... saudade

Anônimo disse...

Por favor, continue tendo resistência.
bjbj

Helena Cortez disse...

hahahahahahahaaha

Alex disse...

Acho que o que aconteceu com vc é o que acontece com a maioria das pessoas que leem este tipo de livro. Todos nós temos problemas, desde os mais bobos aos mais graves, e a questão chave é que estes escritores dizem exatamente o que vc ker ouvir, ou tinha alguma duvida ou questionamento (são sempre questões polémicas que servem pra varias pessoas), por mais que vc negue e teime em dizer que não gosta destes livros é inevitavel o fato de que a escritora realmente disse algo que mecheu com vc, que fez com que vc se identifica-se e tudo mais....mas (e tem sempre um mas) não é por que ele diz coisas que vc gosta ou precisa ouvir que ele é bom, acho a mesma coisa sobre a religião, não é só por que vc não sabe como tudo começou, ou o que fazemos aqui que isso quer dizer que tenha que existir um DEUS, o problema é que nos traz uma ideia de conforto acreditar que exista algo ou alguém que olha por nós e que cria as coisas e tudo mais...esse tipo de coisa vende...estes livros vendem...se acham que ele realmente ajuda que leiam, como acho que quem acredita que pensar que exista um DEUS traga algo bom para si que vá na igreja também.

Anônimo disse...

Tbem ja caí nessa e gostei. A diferença é que eu não tenho coragem de contar por aí. hahaha

Renatinha disse...

Será? Também tenho meus preconceitos... Que medo... Vou criar coragem e ler e depois te conto.
beijo

Anônimo disse...

"Esta é a família Barbapapa - Pra nos contar - Que cada um dos Barbapapa - Pode mudar de forma e jeito - Muito barba satisfeito - Por se transformar... Eu quero ser um Barbapapa"

Márcia Stival - Assessora de Imprensa disse...

Barbaaaaaaaaaaaaaa Here I am.

Anônimo disse...

Todo livro pra mim é autoajuda.

Bejo

Kuka

Pequena Russa disse...

Comer, rezar, amar. E saudades de ti !

Anônimo disse...

hahaha
legal vc assumir que gostou. a maioria das pessoas so se justifica dizendo o obvio: auto ajuda é previsível, é um truque para vender.
pelo menos vc tem personalidade pra dar o braço a torcer.
e a proposito: adorei o "Barba".

bjux
Daniel

Unknown disse...

mew.... noçao que a gabi me falou desse livro segunda?

Lucc disse...

To precisando de um livrinho desses, uahsuhasus, vou dar uma olhada nas livrarias, uahshuas, alias, como vou viajar amanhã, tentarei comprar pra ter um carnaval 'diferente', lendo auto-ajuda, auhshuas.

Ok. Escrevi ESTRANHO na testa com isso, auhshuas

Jáci Luz disse...

Pois vou bem te dizer que quando li tive vontade de comprar um pra cada amiga com mais de 30 pois sei que cada uma, na suas pecualiaridades, acabaria se identificando...
Detalhe, o cara tinha que ser do Sul! he hee
Saudades de ti, minha guria amada

Vitor Simon disse...

É assim mesmo. A pessoa vai ficando velha e começa a apelar para o Barba. Antes tarde do que nunca.