3 de ago. de 2007

Quase feminista

Em qualquer programa de TV, quando um grupo de homens adultos precisa ser retratado, é batata que em algum momento eles aparecem reunidos para jogar pôquer, falando besteira, bebendo, fumando, apostando dinheiro e depois vão para casa levar bronca da esposa. Perceba a sutileza: eles não estavam fazendo nada demais e tomam bronca da megera. Homem é simples assim.
Nós mulheres, pelo contrário, nunca somos retratadas como ingênuas e boazinhas, que fazem coisas tolas como jogar pôquer. O estereótipo feminino, ou é o de alguém menos avantajada intelectualmente, ou o de uma grande cobra venenosa pronta para o bote. Sempre somos retratadas como figuras descontroladas ou completamente simplórias, para não dizer burras. Que se reúnem para ir ao shopping com amigas problemáticas, fúteis e invejosas que nunca perdem a oportunidade que cobiçar o bofe da outra. Mulheres não têm amigas. Nem amigos, porque amizade entre homem e mulher é pretexto para algo mais. Somos vistas como seres obcecados por um casamento, de preferência movido por grana. Se não tivermos filhos, seremos frustradas e amargas. Pesado, né?
Mas o fato é que, da mesma maneira que a gente sabe que não existe só este tipo de homem do pôquer, não existem apenas mulheres bizarras. É evidente que não. E se ninguém fala isso, nós é que temos que dizer. Mulheres têm amizades sólidas, respeitosas e absolutamente éticas. Só que a gente não chama desse jeito para não ficar pesado. Pode contar: amigos de verdade são tão poucos para os homens quanto para as mulheres. Mulheres têm instintos para “cuidar dos outros” como ninguém. Mulheres são sensíveis, generosas, delicadas, alegres, bem-humoradas. Mulheres amam a companhia de outras mulheres, gostam de emprestar o ombro, se interessam pelos problemas dos outros. Mulheres de verdade não querem o namorado da amiga. Querem é matar a vagabunda que pisou na bola com a amiga, isso sim. E com requintes de crueldade. Mulheres são sedutoras, interessantes e gostosas, Mulheres não são difíceis de entender. A gente não tem culpa se as nossas sutilezas são mal interpretadas. O que não dá é para deixar de ser sutil só para agradar. Nem ter esse comportamento óbvio e desprezível que todo mundo diz que a gente tem, só porque não seria nenhuma surpresa.
Mulheres, brilhem.

11 comentários:

Anônimo disse...

vc é brilhante!

Thaís disse...

Sem teor de feminismo aqui ...salve as mulheres que admiram mulheres!

Helena Cortez disse...

Confesso que não há nada como a presença de uma grande amiga. Seja passeando, almoçando, filosofando, desabafando... sempre. E quando estamos todas juntas, sim, nos divertimos. Muito. E não, não pensamos em pegar o homem das outras e nem em deixar a amiga menos bonita na hora da balada para não fazer concorrência. Amiga quer a amiga bem, bonita, feliz. E quando não ela não se sente assim, ela empresta a melhor roupa, os ouviso e os ombros. O que for preciso. Eu amo as minhas amigas.

Anônimo disse...

Hhashuasu, eu to adorando esse blog!
Sabe o que to fazendo?
LENDO TUDO O QUE VOCÊ JÁ ESCREVEU!
hhaha, to virando fã!
uashaus

Mais um texto excelente, passarei aqui SEMPRE!:)

Vitor Simon disse...

Gostei especialmente daquela parte em que tu diz que as mulheres são gostosas. Beijão pra ti, guria.

Vitor Simon disse...

Gostei especialmente daquela parte em que tu diz que as mulheres são gostosas. Beijão pra ti, guria.

Fire Pirat disse...

Quase feminista? Onde está o quase?
Hum... vai assinar com uma revista e ficar famosa? Não deixe de postar...

Gabriela Gomes disse...

Que grata surpresa tive ao ler teus textos!

Queremos mais! =)

Anônimo disse...

Adoro seus textos, acho que sempre falo isso qdo posto aqui. Mas é a verdade, e eu concordo completamente com o seu post. Nós mulheres sofremos mto com esse preconceito sim. Abss

Anônimo disse...

é totalmente tudo verdade! mas infelizmente, também é totalmente verdade que abundam expoentes que fazem juz a essa má reputação. por experiência própria. o foda é que, como diz o dito, "elas" deitam na cama e o resto de nós levamos a fama.

Eduardo Di Lascio disse...

Acho que vc não deveria levar a tv a sério. Bjs