3 de jan. de 2011

Feliz Ano Novo


Adoro a sensação de renovação do Ano Novo. O ritual que diz, mesmo que inconscientemente, que as coisas podem mudar, melhorar e começar de novo de outro jeito.
O que eu não curto é o desespero do Reveillon. Já reparou?
Tudo começa com o fato de que você precisa estar em algum lugar especial, obrigatoriamente com praia e amigos de branco, felizes e radiantes. Sim, gente que tem problemas e fica borocoxô não pode estar na nossa turma. Esta é a parte do desespero que dura mais, porque tem neguinho noiado em pleno julho, agosto (já falei sobre isso aqui e simplesmente não consigo entender). Aí vem todo o resto.
Vai viajar? Prepare-se para pegar o maior engarrafamento da sua vida. Vai de avião? Ah, coitada. Vai ter greve, você corre o risco de passar a virada no aeroporto, brindando com o cara do check-in.
Então você respira fundo, faz sua malinha, vai e dá tudo certo. Não para todo mundo, eu sei, mas tudo o que dá errado também é culpa do desespero.
Chega a grande noite que você está planejando e já pagou há 6 meses. Que roupa eu vou usar, que cor vai ser a calcinha, o que eu tenho que fazer na hora da virada, qual é o orixá que rege o ano, tenho que comemorar duas vezes, no horário de verão e no antigo? Esse ano que passou foi uma merda (será?) e o próximo tem que ser maravilhoso. Todos os meus problemas precisam se resolver, já está resolvido. Vou para a academia, mas enquanto não chega a meia-noite, enche a minha taça e me dá mais um canapé desse, por favor.
Aí você precisa voltar. Chega no aeroporto e a moça avisa que o avião está em solo e dentro de 15 minutos vai começar o embarque. Então as pessoas correm e se acotovelam para ficar 15 minutos em pé, numa fila, para embarcar primeiro. Não importa que meu assento tem número marcado. Eu quero entrar primeiro. E quando o avião aterrissar e avisarem para todos permanecerem sentados, com o cinto de segurança e o celular desligado, eu também não vou deixar barato. Vou tirar o cinto primeiro, catar minhas bagagens nem que elas batam na cabeça da pessoa sentada na minha frente. Vou ficar em pé, com o pescoço torto, por mais 15 minutos ou pelo tempo que for necessário, mas eu quero sair primeiro do avião. Essa senhora que nem pense em se meter na minha frente. E tem mais: quero ver quem vai me impedir de ligar o celular aqui e agora. Liguei. Ouviu meu ringtone? Eu sei que falaram que não podia mas eu sou assim e ligo mesmo.
Agora eu quero a minha mala. Eu sei que ainda não tem nenhuma na esteira mas eu vou ficar bem na frente, esperando a minha sair. Porque eu quero pegar primeiro e sair logo e pegar o táxi antes de todo mundo, que eu não sou palhaço.

Só nos resta desejar que neste Ano Novo, as coisas mudem, melhorem e comecem de outro jeito. Tenha um lindo 2011.

13 comentários:

Gi disse...

exatamente isso.
feliz 2011 pra vc tbem.
bjbjbj
Gi

Anônimo disse...

Essa fila para o embarque é uó. E gente que te acorda para perguntar se vc vai querer a barrinha de cereal da Gol. Deve ser o mesmo tipo de gente.
Adorei. Feliz 2011.

Karen disse...

Passei o reveillon aqui no rio mesmo, no porta malas do carro do meu sindico e a-d-o-r-e-i

Flavia Coradini disse...

Como assim, no porta-malas? Vc foi sequestrada?

Luciana disse...

Preciso fazer uma tirinha dos cabeças tortas no avião. Por que?? Eu me pergunto por que essas pessoas são assim?

gera disse...

mew, tenho sofrido bacarái com essa de aeroporto. das ultimas 4 trips, as 4 deram problema. foda

gera disse...

karen amiga, ñ perdeu nada, fogos, cafonalha, cidra cereser na sua roupa branca... sinceridade? ano q vem me convida pro porta-malas

Flavia Coradini disse...

Alguém me explica o que significa isso de passar o ano novo no porta-malas? É uma gíria nova? Não entendo.

Márcia Stival - Assessora de Imprensa disse...

Também to boiando...porta malas? hummm

JAYME NETO disse...

eu choray de rir com o drama do aviao (penso exatamente a msm coisa) e morri com a karen...morri!

Cláudia disse...

Passar o ano novo no porta-malas é por conta de uma mulher que sumiu no RJ dia 31 e reapareceu 3 dias depois, dentro do porta-malas do carro do síndico do prédio dela, aparentemente desorientada.
Pensa o susto do síndico...
Ela não ficou os 3 dias no porta-malas, e sim vagando pelo prédio, inclusive na lixeira.
Eu, se moro nesse prédio, já ficaria de cabelo em pé com problema de segurança, como é que alguém fica vagando 3 dias pelo próprio prédio, sendo procurada pela família - bombou em facebook, orkut, twitter etc - e ninguém vê?
Enfim... ela já está fora do porta-malas.
bj

Vitor Simon disse...

Bom, resolvido o enigma do porta-malas, quero dizer que tô bem tranquilo porque comi lentilha e tudo vai dar certo.

ANANDA disse...

Amei a descrição das viagens de avião. Não faltou nenhum detalhe.