21 de abr. de 2012

And now to something completely different

As vezes eu acho que não tenho mais o que escrever aqui. Daí a demora que vem se abatendo entre um texto e outro. Já falei sobre tanta coisa e não quero ser repetitiva. Tipo o Evandro Mesquita que insiste em relançar a Blitz cantando Você não soube me amaaaaaaaaar, só que com backing vocals piores. Então comecei a reler uns textos antigos e percebi algo muito louco e interessante: como eu mudei de ideia. Dou meus dois braços a torcer em relação a muitas coisas que escrevi outro dia. E viva a complexidade feminina. A coisa mais legal de ser mulher é que absolutamente ninguém mais espera ver sentido em nada do que a gente pensa ou sente. Vamos aproveitar e nos contradizer muito nessa vida. Por exemplo: o que eu escrevi aqui (isso é um link para o outro texto, tá?) não faz mais sentido nenhum para mim. Soa como aqueles textos idiotas atribuídos à Clarice Lispector no Facebook. E, se meu raciocínio procede, vai ver que ela escreveu mesmo aquele monte de porcarias e depois mudou de ideia. Definitivamente não acho mais que a gente não deve ter expectativa sobre as coisas. Durante muito tempo achei que expectativa era um boicote. Que não ter e ser arrebatada pelas supresas da vida era muito mais legal. Por alguns anos fiquei catando todas as minhas, enfiando em grandes sacos e jogando no fundo do Rio Tietê. Olha o que aconteceu com o Tietê. Tudo culpa das minhas expectativas afogadas. Mas não foi de um dia para o outro que eu mudei de ideia. Foi acontecendo, fui achando que essa história de “o que vier é lucro” é muito pouco. Que é uma tristeza achar que qualquer coisa está bom. Eu quero muito, do bom e do melhor. Não ter expectativas é como não planejar uma viagem. Ir e decidir lá onde ficar e o que fazer. Às vezes funciona e pode ser genial, mas além de ser uma perda de tempo, planejar, fuçar, ficar curioso sobre o que a gente vai ver é quase tão bom quanto recordar e olhar as fotos depois. Por que abrir mão disso? Eu ando cheia de expectativas e elas são muito bem alimentadas todos os dias. Vivem no teto da minha casa, no sótão, em cima do telhado. De vez em quando algumas escapam e vão para as nuvens, mas eu deixo. Quando e se as coisas boas que eu espero que aconteçam se realizarem eu também estarei nas nuvens e encontro as danadinhas por lá.

6 comentários:

Gi disse...

Tá vendo como você ainda tem muito o que escrever aqui? Adorei esse.
bjbj

Gi

lilian lovisi disse...

Guria do meu coração, gostei da poesia que mora junto com você e com o Gato. beijos, saudades e tudo mais que representa Adoro Você.

Anônimo disse...

Aleluia! Mas valeu à pena esperar.
;)

Anônimo disse...

Adorei, amore. Ter expectativas é gostoso, faz a gente se sentir mais viva. Bjo com mtaaaa saudade. Marilu.

Vitor Simon disse...

Concordo em parte. O problema é quando as expectativas te escravizam e você acha que tudo tem que ser exatamente como você planejou. Isso gera frustração. Mas acho que com tudo na vida é assim. Ter uma margem de flexibilidade sempre ajuda.

Vitor Simon disse...

Aliás, pensando no teu texto, acho que as pessoas confundem expectativa com preocupação. A expectativa pode sim ser positiva quando tem isso que tu mencionou de levar a gente às nuvens.